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Caso de tortura da Guarda Municipal: Laudo pode comprovar que Patrick Rocha foi asfixiado com saco plástico

A advogada destacou que a exoneração dos quatro servidores precisa servir de exemplo para que casos como o do Patrick não aconteçam mais...

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Por CGN 1

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Já se passaram cinco meses de quando Patrick Rocha foi espancado e torturado durante uma ação de servidores da Guarda Municipal e a advogada de defesa da vítima, Dayani Signori, conversou com a CGN sobre o andamento do caso.

De acordo com a advogada, o inquérito foi concluído graças ao bom trabalho realizado pelos policiais do Grupo de Diligências Especiais de Cascavel, conduzido pela Delegada, Dra. Anna Karine.

Na época, dois servidores foram afastados da função pela participação na ação, no entanto após investigações da Polícia Civil, a delegada responsável pelo inquérito, repassou mais dois nomes de servidores que teriam participado da ocorrência e que também foram afastados.

Posteriormente, após as investigações, os quatro servidores foram demitidos de suas funções da Guarda Municipal.

O processo

Quanto ao processo, a advogada disse que vários pontos foram esclarecidos e comprovados, inclusive o de que a arma da servidora da GM não estava na residência de Patrick. Para o prosseguimento das investigações, ainda é aguardado o laudo do material genético, do sangue encontrado na embalagem plástica usada para asfixiar Patrick e isso irá comprovar a materialidade da tortura.

A advogada destacou que a exoneração dos quatro servidores precisa servir de exemplo para que casos como o do Patrick não aconteçam mais.

Medo de represálias

Conforme relatou Dayani, Patrick Rocha foi espancado e torturado pelos servidores da Guarda Municipal, na tentativa de fazer com que ele confessasse um crime que não cometeu, e o trauma por conta disso se reflete na vida do jovem ainda hoje.

O maior medo de Patrick é sofrer represálias, novas agressões ou que implantem algo para acusá-lo de crimes. Em conversa com a mãe da vítima, a própria advogada relatou que também tem medo, mas que acreditam na justiça.

Ela destacou ainda que a vida do Patrick é trabalhar e ficar com o filho nos finais de semana e que hoje tem muito receio e está mais cuidadoso no dia a dia.

Trabalho da GM

Daiane contou ainda que o desejo hoje, tanto dela como advogada de defesa, quanto do Patrick, vítima da situação, é de que sejam punidos de fato os servidores que cometeram as agressões, a tortura, a invasão de domicílio e os espancamentos. Eles acreditam na importância do trabalho da GM para a comunidade, no entanto os quatro servidores acabaram manchando o nome de toda a instituição.

O crime

Por volta das às 17 horas do dia 10 de janeiro, uma servidora da Guarda Municipal e sua colega estavam se arrumando para sair de casa. Ela abriu o portão, deixou o carro na rampa e retornou para dentro de casa.

Quando estava no quarto, a guarda foi surpreendida por um homem encapuzado, que portava uma arma de fogo e lhe rendeu, cobrindo a cabeça da vítima com um cobertor. A amiga dela também foi rendida e levada para este quarto.

De acordo com a investigação, os assaltantes pediram dinheiro e a arma de fogo da servidora, sendo que abandonaram o local levando o celular da vítima, notebook, chave e controle do portão, a pistola da guarda, além de um veículo Fox e o colete balístico que se encontrava dentro do carro.

Após perceber que os assaltantes haviam saído, as mulheres pediram socorro, sendo que um grande aparato das forças de segurança foram mobilizadas ao Jardim Nova Cidade e região do Bairro Santa Felicidade.

O carro da servidora foi localizado pouco tempo depois do roubo, abandonado no final da Rua Engenheiro Heinz Marth, no Bairro Santa Felicidade. Dentro do carro estava o colete balístico.

Ainda no mesmo dia, a arma municiada, que pertence a guarda, foi encontrada em uma casa na Rua João Ribeiro Pinheiro. Dois homens foram detidos e encaminhados à delegacia de Polícia Civil e um deles foi liberado dois dias após a detenção.

No decorrer dos dias a delegada Anna Karyne Palodetto, da Polícia Civil realizou oitivas com as vítimas. A guarda relatou que foi ameaçada de morte.

Além das vítimas, a delegada também ouviu dezenas de servidores que estiveram envolvidos na situação. Um dos detidos, identificado como Patrick Rocha, foi ouvido pela delegada e disse que foi agredido pelos guardas.

“Não encontraram a arma. Não tinha notebook lá. Não tinha nada lá. E aí eles começaram me agredir”, contou.

Junto com a advogada, Patrick Rocha negou todas as afirmações repassadas pelos servidores e disse que teria como comprovar por meio de gravações de câmeras de monitoramento que estava trabalhando, fato que ficou constatado por meio das imagens e depoimento de seu chefe.

Em depoimento, servidores disseram que foi necessário o uso de força, pois Patrick e o outro detido, que seria primo dele, tentaram resistir a prisão.

O prefeito Leonaldo Paranhos chegou a afastar dois servidores e abriu processo administrativo para apurar a conduta dos GMs.

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