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Hospital do Coração: Funcionária denuncia condições de trabalho e direção se manifesta

Segundo ela, o responsável técnico que assina a documentação do setor de enfermagem não é o responsável pelo setor e que o responsável técnico é do...

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Por Silmara Santos

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Uma funcionária do Hospital do Coração entrou em contato com a CGN nesta semana fazendo uma série de denúncias sobre as condições de trabalho no local, e sobre a responsabilidade técnica que não estaria de acordo com as normas.

Segundo ela, o responsável técnico que assina a documentação do setor de enfermagem não é o responsável pelo setor e que o responsável técnico é do setor administrativo do hospital, esse por sua vez, estaria impossibilitado de assinar, pois estaria recebendo valores da Previdência Social.

Segundo ela, apesar do setor ser comandado por uma mulher, o responsável técnico trabalha em outro setor do hospital e funcionaria como um “gerente”, mesmo não trabalhando no setor.

“Está um caos, pois toda hora ele fica em cima de nós e ao invés de consertar o que está errado, ele mexe em tudo. No pronto-socorro que é para ter medicamento, não tem medicamento”.

Funcionária do Hospital

Segundo ela, para pegar os medicamentos para atender os pacientes que chegam ao pronto-socorro é necessário retirar os medicamentos na farmácia do hospital, o que dificulta ainda mais o trabalho. Sendo que, a falta de funcionários também seria um problema, pois os funcionários estariam sobrecarregados e teriam apenas duas folgas ao mês.

“Uma das alas precisa ter no mínimo três técnicos por ser uma ala semi-intensiva para pacientes cardíacos e tem dias que tem um ou dois técnicos somente”.

Funcionária do Hospital

Outro problema encontrado pelos funcionários seria a falta de local de descanso, pois existem apenas quatro macas para todos os funcionários das alas e em relação às folgas, a partir do mês de agosto, cada funcionário teria direito a apenas duas folgas ao mês.

“Se eu quero trocar a minha folga com meu colega também não pode, foi proibido”.

Funcionária do Hospital

Hospital sem pediatra

A funcionária relata que o hospital está sem pediatras para atender pacientes.

“Teve uma cesárea que teve lá e cadê o pediatra? Não tinha. Geralmente quando tem cesárea tem pediatra, mas só nessa parte. Já vi várias vezes chegar criança, eles internam. Não sei porque não falam para ir para a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), mas eles falam, porque ali tem SAS, e no SAS cobram pediatra. Nem medicamento para criança não tem”.

Funcionária do Hospital

Ela ainda falou que a falta de medicamentos é geral e que nem para os pacientes cardíacos existe medicamentos.

Falta de material de trabalho

A funcionária ainda relata que se a equipe quiser aferir a pressão dos pacientes, verificar a saturação ou verificar a febre é necessário trazer os materiais de casa.

“Tem que levar termômetro, oxímetro, até aparelho de pressão temos que levar, pois se eu não levo não tenho como saber se o paciente está com febre ou saturando bem ou não”.

Ela ainda afirma que faltam equipamentos básicos como o fluxômetro que é utilizado para colocar o cilindro de oxigênio nos pacientes.

“É um hospital que é para ser cardíaco, mas que não tem recursos”

Ela finaliza dizendo que quando não há materiais para verificação dos sinais vitais, os funcionários se ajudam para que o trabalho não deixe de ser feito.

O que o Hospital do Coração diz sobre as denúncias?

A equipe da CGN entrou em contato com a direção do hospital por telefone, enviou os questionamentos por e-mail e obteve resposta da assessoria de comunicação da CMC – Clínica Médica Cascavel Eireli / Hospital do Coração.

Questionado se o responsável técnico que assina a documentação do setor de enfermagem está “afastado da função” e é pago pela Previdência Social, o Hospital do Coração respondeu apenas não.

Em nova pergunta pedimos se o responsável pela enfermagem tem Registro Técnico e os responsáveis responderam que:

“De acordo com resolução do Coren, após a baixa da RT de um profissional, aquele que o substituiu tem prazo de 30 dias para encaminhar o pedido de emissão de nova RT. O Hospital do Coração age de acordo com o previsto na resolução”.

A resposta que nos foi enviada não foi satisfatória, haja visto que o questionamento não foi respondido, pois não solicitamos o que diz a resolução e sim se há um responsável pelo setor de enfermagem que tenha Registro Técnico.

Dando seguimento aos questionamentos, solicitamos que o Hospital do Coração nos respondesse se quem tem o registro técnico responde pela enfermagem e se é funcionário do setor e a resposta que nos foi dada é a seguinte:

“Quanto ao RT já foi respondido acima e por óbvio é funcionária do setor”.

Neste caso, os responsáveis pelo Hospital do Coração não nos deixaram claro se o Responsável Técnico é o mesmo que assina, como não ficou claro na resposta anterior se há alguém respondendo pelo setor.

Questionamos ainda por e-mail quantas folgas os funcionários que trabalham seis horas tem direito por
mês e quantas folgas um funcionário que trabalha 12 horas tem direito por mês. Para tal pergunta eles nos responderam o seguinte:

“As folgas estão prevista em Convenção trabalhista e o Hospital do Coração cumpre o que é determinado pela convenção”.

Desta forma, mais uma vez a resposta não ficou clara, já que questionamos quantas folgas os funcionários do hospital têm por mês e não o que diz a Convenção Trabalhista.

Sobre os medicamentos, que é um dos pontos tratados pela funcionária em sua denúncia, solicitamos que o hospital nos respondesse se faltam medicamentos para atender o pronto-socorro e a resposta foi a seguinte:

“Não, pelo contrário, havia, inclusive excesso de medicamentos no setor. A determinação atual
é que a reposição é realizada mediante a folha de gasto de cada paciente, com reposição pontual e imediata, mantendo-se o estoque necessário e adequado. Além do estoque permanente, há o estoque dos carrinhos de emergência, repostos a cada atendimento”.

Sobre o local de descanso dos funcionários, questionamos como é a sala de descanso e nos foi respondido:

“É muito boa, contando até mesmo com leito para descanso ocasional, mesmo não havendo essa previsão nem em convenção, tampouco em qualquer resolução”.

Sobre a falta de médico pediatra, solicitamos se o Hospital do Coração tem um pediatra para atender os bebês que nascem no hospital e se há profissional para atender crianças que tem o convênio SAS e nos foi respondido:

“Sim para ambas as questões. O hospital mantém pediatra para atendimento às parturientes (inclusive enquanto redijo as presentes respostas, está ocorrendo um parto com acompanhamento do pediatra, Dr. Renato). Para as consultas ambulatoriais agendadas temos pediatra conveniado e de sobreaviso para a emergência”.

Sobre os materiais de trabalho que a funcionária informou que muitos profissionais precisam levar de casa, questionamos se o Hospital do Coração disponibiliza oxímetro, aparelho de pressão e termômetro e nos foi respondido o seguinte:

“Disponibilizamos, e repomos pontualmente a cada vez que são subtraídos do setor, o que acontece com frequência maior que o desejado”.

A CGN deixa o espaço aberto para funcionários que queiram se manifestar sobre as questões desse material e mantém o espaço aberto para eventuais posicionamentos do Hospital do Coração.

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