
Mães clamam por CPI do ‘Professor Monstro’ e denunciam intimidação na Câmara de Cascavel
As mães, que aguardam o documento há dois meses, também pediram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso...

Publicado em
Por Silmara Santos
Mais acessadas agora
Na sessão da Câmara de Vereadores de Cascavel, realizada na terça-feira (27), um grupo de mães de alunos do CMEI do Bairro Canadá fez um apelo urgente para a entrega do relatório da sindicância aberta para investigar o caso conhecido como “Professor Monstro”. As mães, que aguardam o documento há dois meses, também pediram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.
O episódio ganhou destaque após a CGN receber uma carta de uma das mães envolvidas, que expressou sua indignação com a situação vivida na Câmara. Na carta, a mãe relatou ter sido ameaçada, coagida e intimidada pelo vereador Fão do Bolsonaro (PL), durante a sessão. Segundo ela, o vereador a teria intimidado ao saber que ela filmava a sessão, ameaçando-a com “consequências” caso divulgasse o vídeo.
A mãe, em sua carta, condenou a atitude do vereador como “abuso de poder” e “tentativa descarada de silenciar uma mulher, uma mãe, uma cidadã”, e questionou a postura do vereador, que se diz contra a pedofilia, mas intimida mães que lutam para proteger seus filhos. Ela enfatizou que tais atitudes não podem ser normalizadas e que não se calará diante de tentativas de silenciamento.
A CGN entrou em contato com a assessoria do Vereador Fão do Bolsonaro para obter um posicionamento sobre a acusação. A assessoria informou que o vereador vai gravar um vídeo sobre o assunto. Até o fechamento desta reportagem a CGN não recebeu o material.
Confira a íntegra da carta da mãe:
Ontem, na Câmara dos Vereadores, vivi uma das experiências mais humilhantes e revoltantes da minha vida.
Fui ameaçada, coagida, intimidada — em plena luz do dia, diante de testemunhas, por um vereador que carrega no nome o símbolo de uma política autoritária: Fão do Bolsonaro. Tudo porque ousei exercer meu direito. Sim, o direito de filmar uma figura pública em um espaço público, lutando por justiça e pela proteção das nossas crianças.
Ele me olhou nos olhos e disse que, se eu divulgasse o vídeo, haveria consequências. Isso não é democracia — isso é abuso de poder. Isso é uma tentativa descarada de silenciar uma mulher, uma mãe, uma cidadã.
Estamos sendo condicionadas a aceitar a monocracia, quando deveríamos viver sob um Estado Democrático de Direito.
Como pode alguém subir ao púlpito e dizer que é contra a pedofilia — e, ao mesmo tempo, intimidar mães que estão justamente lutando para proteger seus filhos? Que tipo de justiça é essa? Que lado esse vereador realmente defende?
O que aconteceu comigo não pode ser normalizado. Não vamos nos calar. Não vamos aceitar que a voz de quem luta por verdade e justiça seja calada pelo medo.
Notícias Relacionadas:
Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação
Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.
Participe do nosso grupo no Whatsapp
ou