
CPI professor monstro: “não sou investigadora, corregedora nem delegada, sou professora”, afirma Marcia Baldini
A CPI que investiga possíveis irregularidades no processo relacionado a um caso de abuso sexual cometido contra uma criança por um servidor público em um CMEI de Cascavel...
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Por Katiane Fermino

Na manhã desta quarta-feira (20), ocorreu mais uma sessão da CPI que investiga possíveis irregularidades no processo relacionado a um caso de abuso sexual cometido contra uma criança por um servidor público em um CMEI de Cascavel.
A CPI ocorreu durante todo o dia. Pela manhã, foram ouvidas uma agente administrativa do setor de apoio jurídico tributário (Sefin), uma agente administrativa supervisora de serviços do setor de processo administrativo disciplinar, um professor de educação infantil que atua como assessor técnico de gabinete da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e também a secretária municipal de Educação, Marcia Baldini.
As perguntas começaram com a servidora do Sefin. A mesa questionou o motivo da demora no andamento do processo, destacando sua complexidade. Ela alegou falta de experiência e afirmou que o município não fornecia capacitação adequada para que pudesse atuar de forma efetiva.
A servidora também afirmou que o atraso ocorreu porque estava aguardando o término do julgamento jurídico para ter acesso aos materiais e entrevistas coletadas.
“Nós não tínhamos tempo de ficar em cima de um processo só, tínhamos outros processos importantes também.”
— Servidora
Na sequência, foi interrogada a supervisora da CGM, que trabalha há anos no mesmo setor da primeira servidora. Perguntaram a ela se, em algum momento, a colega que alegou inexperiência chegou a pedir ajuda com o processo ou com alguma decisão que deveria tomar como presidente. A supervisora afirmou que a servidora nunca solicitou auxílio.
Em seguida, foi ouvido o professor da Semed. Ele foi questionado se não considerava errado o acusado ter permanecido no CMEI lecionando e se houve negligência por parte da Procuradoria ou da Secretaria de Educação. Ele respondeu:
“Sim, houve falta de comunicação entre os membros. Realmente houve uma falha de comunicação.”
— Servidor
Por fim, foi entrevistada a secretária de Educação, Marcia Baldini. Perguntaram se ela havia repassado à diretora do CMEI informações sobre o acusado. Ela afirmou que sim, que informou a primeira diretora, razão pela qual o servidor havia sido colocado em função administrativa.
Quando houve a troca de coordenação, a secretária disse que caberia à antiga diretora repassar a informação à nova gestão, o que aparentemente não ocorreu, permitindo que o acusado voltasse a atuar em sala de aula.
“A orientação foi dada, não tenho como ir a todos os CMEIs todos os dias para verificar se está sendo seguida.”
— Marcia Baldini
Os vereadores também questionaram se ela não deveria ter afastado o professor do exercício. Ela respondeu:
“A gente não tinha respaldo legal para tomar essa medida. Tínhamos apenas uma denúncia e não sabíamos que o caso era tão grave. Eu não li o processo; quem concluiu a sindicância deveria ter orientado o RH, que por sua vez deveria orientar a Secretaria de Educação. Eu não tinha como saber.”
— Marcia Baldini
Por fim, perguntaram se ela não achava que deveria ter investigado o caso dentro da própria Secretaria de Educação. Ela afirmou que fez tudo o que estava ao seu alcance e que, em uma semana, o procedimento foi encaminhado ao Nucria e já se encontrava na Corregedoria.
“Dentro da legislação, cumpri minha função: denunciar e embasar. Eu não sou investigadora, corregedora nem delegada, sou professora.”
— Marcia Baldini
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