
“Professor Monstro”: Presidente da CPI afirma que houve negligência no processo
Questionado sobre a convocação de servidores, Guimarães afirmou que, a princípio, as oitivas de professores estão encerradas, salvo a necessidade de novas convocações após reuniões futuras....
Publicado em
Por Katiane Fermino

Na tarde desta sexta-feira (15), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga possíveis irregularidades no processo de apuração de assédio sexual cometido por um servidor público em um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) do bairro Interlagos realizou nova sessão. O presidente da CPI, Everton Guimarães (PMB), concedeu entrevista à imprensa detalhando os principais pontos debatidos e os próximos passos da investigação.
Questionado sobre a convocação de servidores, Guimarães afirmou que, a princípio, as oitivas de professores estão encerradas, salvo a necessidade de novas convocações após reuniões futuras.
“A princípio, os professores nós encerramos aqui, a princípio, a não ser que a gente faça uma reunião ainda e entenda que podemos chamar mais algum do Interlagos ou do próprio CME ali do Canadá, mas a princípio, servidores, professores ou agentes de apoio que trabalharam com ele, tiveram contato com ele, encerra aqui”
Everton Guimarães (PMB)
Durante a sessão, foi discutida a mudança estrutural ocorrida no setor de ética e transparência da corregedoria entre 2017 e 2018. Segundo Guimarães, após as alterações, houve sucateamento do órgão, falta de profissionais capacitados e demora na tramitação dos processos administrativos.
“Depois da mudança de 2017 e 2018, sucateou a corregedoria e aí começou a não ter profissionais, muitos pediram para sair, não ficaram e ali começa os processos administrativos a demorar, não ter mais celeridade”, disse. O presidente da CPI ressaltou que, se o modelo anterior tivesse sido mantido, o caso poderia ter sido resolvido com mais rapidez.”
Everton Guimarães (PMB)
Guimarães destacou ainda a ausência de prioridade na análise de casos envolvendo crianças, crimes e situações de grande comoção popular após as mudanças na corregedoria.
“Simplesmente parece que não se dava importância para mais nada dentro da corregedoria, falando a grosso modo é isso, não tinha mais prioridade em nada”
Everton Guimarães (PMB)
Ele também criticou a falta de experiência técnica dos profissionais remanescentes no órgão.
Sobre os próximos passos da investigação, Guimarães informou que na próxima quarta-feira será realizada uma maratona de oitivas, das 8h da manhã até o início da noite, com oitiva de 11 pessoas, incluindo membros de PADs (Processos Administrativos Disciplinares), o corregedor, Márcia Baldini e outros integrantes da gestão da CEMED. Ele não descartou a possibilidade de acareações caso haja contradições nos depoimentos.
Questionado sobre a possibilidade de novas convocações, especialmente de profissionais que atuaram com o servidor investigado em 2008 e 2009 no Interlagos, Guimarães afirmou que a necessidade será avaliada após as oitivas de quarta-feira.
“Talvez a gente se achar necessário depois de quarta-feira, talvez a gente convoque ainda mais profissionais, mas a gente já não garante, porque acho que já está bem, a gente já está sabendo de bastante coisa ali”
Everton Guimarães (PMB)
O presidente da CPI também explicou a razão de terem sido convocados mais servidores do CMEI do Canadá do que do Interlagos, local do crime. Segundo ele, após a denúncia, o servidor foi transferido para o Canadá, onde permaneceu por mais tempo, e havia dúvidas sobre sua real atuação administrativa no período.
“O que nos foi passado no princípio, no começo, é que ele estava em serviço administrativo, e ouvindo tantos profissionais, tantos servidores desse CMEI aqui do Canadá, foi comprovado, ele não estava, e hoje de novo ouvimos, ele não estava em serviço administrativo, em momento algum”.
Everton Guimarães (PMB)
Guimarães também apontou falhas de comunicação e negligência, já que nem mesmo a diretora do CMEI do Canadá tinha conhecimento das denúncias.
Por fim, Guimarães ressaltou a dificuldade de se detectar comportamentos suspeitos do servidor, devido ao seu comportamento cordial com colegas e pais de alunos.
“O modo de agir de um pedófilo é não parecer que é pedófilo, então ele é muito gente boa, ele é muito camarada, ele é muito legal e ninguém desconfia”.
Everton Guimarães (PMB)
A CPI segue com os trabalhos e aguarda as oitivas da próxima semana para definir os próximos encaminhamentos.
Notícias Relacionadas:
Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação
Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.
Participe do nosso grupo no Whatsapp
ou



















