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“Professor Monstro” teria feito pelo menos mais duas vítimas em CMEI no Bairro Canadá

Esse mesmo professor foi condenado a 30 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável em um caso que envolveu uma criança de apenas três anos de idade...

Publicado em

Por Silmara Santos

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No dia 14 de março deste ano um agente de apoio de um Centro Municipal de Ensino Infantil (CMEI) de Cascavel foi condenado a 30 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável em um caso que envolveu uma criança de três anos no ano de 2019. A condenação foi realizada pelo 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Vara de Crimes Contra Crianças, Adolescentes e Idosos de Cascavel.

Desde que a matéria foi publicada pela equipe da CGN mães de vários CMEIs da cidade ficaram atentas. Um grupo de 50 mães do CMEI Professora Vicentina Guisso, no Bairro Canadá, se reuniu na tarde desta quarta-feira (02), após ficar sabendo que o “Professor Monstro” trabalhou nos anos de 2021, 2022, 2023 nesse CMEI e foi demitido somente em novembro de 2024, cinco anos após a primeira denúncia de abuso sexual.

A CGN conversou com as mães, que estão indignadas com a exposição que os filhos tiveram no período em que o “Professor Monstro” atuou como agente de apoio no CMEI Professora Vicentina Guisso.

“Ele tem direito a trabalhar? Tem. Mas colocasse em outra função, que não continuassem cuidando das nossas crianças, sabe? Porque ele, nossa, ele se sentiu mais engrandecedor em fazer vítimas, porque ele estava no convívio, ele estava no contato, ele estava com as crianças a todo momento” disse uma das mães.

Essa mesma mãe relatou que questionou a direção do CMEI que relatou desconhecer o ocorrido em outra unidade e que a única orientação que recebeu da Secretaria de Educação era de que o agente de apoio em questão não participasse da “hora do soninho”.

“Ela disse que a única coisa que ela passou para nós é que a Secretaria da Educação pediu que ele não participasse da obra do Soninho. Então eles sabiam do processo, eles entendiam que ele poderia cometer mais novos crimes. Mas o que a gente quer é uma resposta. Porque assim, pensa você, dando na coordenação, pô, vem um histórico desse, uma transferência dessa. Nós queremos a resposta disso” explicou a mãe.

Um dos casos

Ao saber da mobilização no CMEI, uma das mães se deu conta sobre um episódio em que o filho precisou de atendimento médico após apresentar lesões na região genital e que a avó teria percebido os ferimentos.

Depois de saber sobre o caso do agente de apoio pelo grupo de mães, a mãe do menino, que é autista e não fala, disse que começou a ligar os fatos e está muito abalada com a situação.

“Estive durante um tempo, desde o maternal até o ano passado, foi a trajetória dele no CMEI, foi toda aqui. E por dois anos, ele foi muito apegado a esse agente de apoio. O que aconteceu foi o seguinte, meu filho, ele sempre foi até situado por várias professoras, que ele era o preferido desse professor. Ele era o preferido porque ele falava assim, cada uma das professoras adota, de certa forma, carinhosamente, uma criança em sala”, disse a mãe.

A mãe conta que o filho, que hoje tem quatro anos, chegou a receber um copo de presente do agente de apoio. Na época em que a criança recebeu o presente do professor ele tinha na faixa de dois ou três anos.

Ela conta que após receber as informações sobre o “Professor Monstro” o esposo relatou a ela que ocorreu um fato que chamou a atenção e que ele não havia contado.

O Pai da criança relatou que um dia levou o menino para a casa da sogra, avó da criança logo após buscar o menino no CMEI e que a avó foi trocar a criança a se assustou .

“Ela foi trocar ele, ela falou assim, chamou o meu esposo pra ver. Olha a situação que tá. Ele tá inchado (O órgão genital), ele não quer que encoste. Parece que ele foi tocado ali. Aí meu esposo relata, falando, não mãe, acabei de pegar ele no CMEI, ele não estava com ninguém, estava com as professoras. Aí minha sogra até ficou assim, encabulada com a situação. Porque ele não tinha percebido, meu esposo não tinha percebido nada, eu também nunca percebi nada” relatou a mãe ainda incrédula.

A mãe ainda relata que o filho não se comunica por conta do autismo e que a dificuldade maior sempre será a dúvida sobre o que teria ocorrido nesse dia, já que a criança não fala.

“Eu acabei de saber disso, então nem tinha como, né, na época eu fazer nada, porque eu nem sabia dessa situação. A forma carinhosa com que ele era tratado, a forma com que ele foi supostamente adotado carinhosamente, ou ao presente, então tudo isso é uma situação que eu vou ficar em dúvida por muito tempo. Agora ele já não tá mais aqui, mas até o ano passado ele frequentava aqui” disse a mãe.

Outro caso

Outro caso relatado por outra mãe, também de menino, chegou a parar em um consultório médico. A mãe, após ficar sabendo do caso ontem, lembrou que o filho chegou com lesões no pênis e levou a criança ao pediatra.

“O meu filho, no passado, ele começou a frequentar aqui o CMEI e ele tinha um ano e pouquinho. Ele ia fazer dois. E nesse período, esse professor, que é agente de apoio, o meu filho gostava muito dele. Sempre ia e ele sempre pegava o meu filho dando abraço, beijo no rosto. Eu achava que era uma forma de recepcionar ele. E depois de um tempo, meu filho foi pra casa com uma lesão na região embaixo. É como se alguém tivesse puxado pra baixo. Com sangue e pus. Cheguei a levar no médico e o médico disse, mãe, isso é de ficar mexendo”.

A mãe ficou incrédula com a situação, pois o bebê era muito novo e não tinha como ficar mexendo na região que ficava dentro da fralda. Ela relata que depois de um tempo a criança começou a não querer mais ficar na presença de homens que é uma das características de crianças que passam por algum tipo de abuso.

“Depois de um tempo, meu filho começou a não querer ir com o pai dele. Com familiares de casa, homem. Não podia ver homem. E não podia ver mais esse professor. Porque ele berrava. E o meu irmão, ele tem a mesma semelhança que esse professor. E ele não podia nem ver meu irmão. Porque ele começava a berrar, a gritar. Aí depois que hoje minha mãe me chamou e falou quem que era, eu comecei a ligar os fatos”, relatou a mãe.

Mobilização

Uma das mães que lidera o grupo relatou que o pedido é por respostas da Secretaria de Educação referente ao processo que envolve esse agente de apoio que trabalhou até novembro de 2024 no CMEI onde sua filha estuda.

“Ele estava aqui desde 2019 e permaneceu até 2024. Eu tive minha filha do ano de 2019 até 2022 aqui, em contato com o suposto professor monstro. Então, a gente quer explicações porque ele teve esse contato com as crianças, o qual ele estava ajudando no soninho, no horário de meio-dia, ajudando em trocas de fralda, banho, tendo intimidade com as nossas crianças, sendo que ele não é uma pessoa habilitada para isso, porque ele é simplesmente um agente de apoio e não um profissional qualificado” relatou a mãe.

A mãe relatou que o grupo está bem forte e que acredita que a Secretaria de Educação não vai querer se indispor com esse número alto de mães. Ela relatou estar bastante nervosa com a situação e diz não acreditar no que aconteceu.

“Estou torcendo para o meu filho não ter sido abusado. Eu quero acreditar que isso não aconteceu. Eu quero acreditar que isso não aconteceu com o meu filho e com nenhuma criança aqui. Por que que esse monstro foi mandado de um CMEI para um CMEI daqui, sabendo que ele estava em processo? Gente, pelo amor de Deus. Eu mostrei a foto para o meu filho. E aí ele falou assim, mamãe, é o professor. Daí de madrugada ele começou a ter uns ataques, um surto na cama e eu não entendi o que estava acontecendo”, disse.

A mãe finalizou dizendo que durante a noite após ter mostrado a foto do agente de apoio para a criança, o menino não parou mais de falar o nome do acusado: “Então assim, eu espero que a justiça seja feita”.

A equipe da CGN entrou em contato com a Secretaria de Educação sobre o caso, mas até o fechamento da matéria não obteve nenhuma resposta.

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