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“Não houve dolo. Foi um triste acidente”, rebate defesa da motorista envolvida na morte do menino Nando, em Cascavel

Segundo Armiliato, a tragédia — registrada por câmeras de segurança e acompanhada por grande comoção popular — não configura dolo eventual, como defende a acusação. Para...

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Por Luiz Haab

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A tarde desta terça-feira (9) marcou a vez da defesa se pronunciar à CGN no caso que mobiliza Cascavel desde junho de 2024: o atropelamento que resultou na morte do menino Fernando Souza, o Nando, na esquina das avenidas Piquiri e Rua Paraná. No estúdio, o advogado Renato Armiliato, representante da condutora investigada, apresentou a versão da ré e rebateu os argumentos levantados pela acusação e pela mãe da vítima, que estiveram no mesmo estúdio na semana passada.

Segundo Armiliato, a tragédia — registrada por câmeras de segurança e acompanhada por grande comoção popular — não configura dolo eventual, como defende a acusação. Para ele, o episódio se enquadra em homicídio culposo, quando não há intenção de matar. “O que houve, infelizmente, foi uma fatalidade”, afirmou.

Impacto inicial e perda de controle

O advogado disse que, conforme demonstrado na audiência de instrução, a condutora teria perdido o controle do veículo, após colidir com uma motocicleta, ao fazer a conversão na esquina. O impacto fez o carro subir um meio-fio elevado e, desgovernado, atingir as três pessoas que caminhavam pela calçada: a mãe de Nando, um amigo da família e o menino, que morreu logo em seguida.

Armiliato alega que o vídeo anexado ao processo mostra que, após a colisão, o veículo para e a condutora desce em aparente estado de choque. “Ela olha para trás, coloca as mãos na cabeça. Em nenhum momento tenta fugir”, reforçou.

Segundo o advogado, os policiais ouvidos em juízo disseram que a motorista foi retirada rapidamente do local por segurança, diante do tumulto e da revolta de populares. Um dos agentes teria relatado que considerou usar munição não letal para conter a multidão.

Discussão sobre tentativa de fuga e assistência às vítimas

A acusação sustenta que a ré teria tentado fugir logo após bater na motocicleta e que, nesse momento, atropelou as vítimas. Armiliato rebateu: “O próprio sistema policial não registra solicitação de guincho. O carro estava em condições de rodar. Se ela quisesse fugir, poderia ter saído dali. Mas não o fez.”

Sobre a alegação de que a motorista não teria prestado socorro — ponto enfatizado pela mãe de Nando na entrevista do dia 5 — a defesa afirma que o estado emocional da condutora a impediu de agir imediatamente. Nas imagens, ela aparece acionando o celular logo após o atropelamento. Para a defesa, esse telefonema foi uma reação orientada por uma pessoa que se aproximou e perguntou se alguém já tinha sido avisado do acidente.

Armiliato destacou ainda que um dos envolvidos na colisão com a motocicleta afirmou só ter percebido posteriormente que havia uma pessoa sob o carro, indicando confusão generalizada na cena.

Próximos passos no processo

Com a primeira etapa da audiência concluída, abre-se agora o prazo para alegações finais de Ministério Público, assistente de acusação e defesa. Depois disso, o caso vai para sentença.

A defesa adiantou que irá contestar algumas agravantes incluídas pelo Ministério Público na denúncia e pretende solicitar a aplicação do acordo de não persecução penal — benefício previsto em lei para crimes cuja pena mínima não ultrapassa quatro anos e aplicado a réus primários.

“Não se trata de privilégio para este caso específico”, salientou Armiliato. “É um instituto jurídico válido para qualquer situação semelhante.”

“Duas vidas estilhaçadas”

No encerramento da entrevista, o advogado reconheceu o sofrimento da família de Nando, mas pediu serenidade para que a Justiça seja aplicada de acordo com a legislação.

“É um triste caso em nossa cidade. A mãe perdeu um filho, e a condutora também teve sua vida estilhaçada naquele dia”, disse. Ele reforçou a importância da prudência no trânsito e afirmou confiar na análise técnica do Judiciário.

A CGN segue acompanhando o caso e dando voz a todas as partes envolvidas.

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