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CGN tem acesso, em primeira mão, a depoimento de Adinei Rotta durante audiência de instrução

O crime, que vitimou o jovem Gabriel Baiça, ocorreu no dia 22 de maio deste ano, no pátio do McDonald's, localizado na Avenida Brasil, no Centro de Cascavel...

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Por Fábio Wronski

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Nesta quarta-feira (28), a equipe da CGN teve acesso ao primeiro depoimento de Adinei Anélio Rotta, que é réu confesso no caso do assassinato de Gabriel Gaiça, que, na época, tinha 26 anos.

O crime ocorreu no dia 22 de maio deste ano, no pátio do McDonald’s, localizado na Avenida Brasil, no Centro de Cascavel.

Uma discussão em razão do fura-fila do drive-thru do restaurante gerou uma briga generalizada entre os ocupantes do carro onde estava a vítima com autor do homicídio.

Na quarta-feira passada, dia 21, foi realizada a audiência de instrução sobre o caso sendo que a 1ª Vara Criminal de Cascavel, através do Juiz Marcelo Carneval, realizou a pronúncia e encaminhou o julgamento para o Júri Popular.

Em primeira mão, a CGN traz o que Adinei Rotta alegou durante o procedimento, expondo o vídeo de tudo que foi dito durante a audiência.

Na primeira parte do depoimento, o acusado conta toda a história que antecedeu o crime e que fez com que ele deslocasse até o McDonald’s.

Ele relata que semanas antes, a filha, de apenas quatro anos, teria sido atingida por um objeto de aproximadamente 150 quilos, sendo que teve lesões graves.

Isolado em uma área rural, na casa da família, Adinei afirmou que teve que fazer respiração boca a boca na menina, já que ela entrou em parada cardiorrespiratória.

A garotinha foi trazida a Cascavel, sendo que sofreu diversas faturas pelo corpo, lesões que a mantiveram por vários dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Após a recuperação da filha, outro incidente fez com que Adinei e a família voltassem à Capital do Oeste, já que, agora, o filho, de seis anos, também teria se envolvido em um acidente doméstico.

O menino teria caído e batido a cabeça, sendo que precisou fazer exames e sutura no corte craniano.

Após a alta hospitalar, mulher, filhos e sogra teriam ido buscar uma pizza e retornaram em outro carro para a casa da família, enquanto Adinei foi buscar os remédios para o filho e também passou pelo restaurante para buscar batatas fritas pra o filho, que teria realizado o pedido especial.

Em relação ao que ocorreu no McDonald’s, o réu contou que estava aguardando há 15 minutos na fila do drive-thru quando o Nissan Tiida teria chegado à pista ao lado.

Com pressa para buscar o alimento para o filho, Adinei relatou que não iria deixar Gabriel e os demais passarem na frente, sendo que também teria ocorrido a intervenção do segurança do comércio, solicitando que a preferência seria para a caminhonete, que teria chegado antes.

Na sequência, conforme o relato do acusado, o motorista do automóvel insistiu e seguiu tentando furar a fila, se posicionando à frente dele. Neste momento, conforme relato, Adinei desceu do carro e teria explicado às pessoas do veículo ao lado que não os deixaria passar à frente, pois estava buscando alimento para o filho doente.

Com a primeira conversa, o réu teria voltado para a Mitsubishi e aguardado mais um período para poder fazer o pedido, porém, ouviu um estouro na lateral do veículo. Uma garrafa teria sido arremessada contra a caminhonete, fato que fez com que Adinei olhasse em direção ao lado e encontrasse Gabriel e Nicolas do lado de fora do Tiida, olhando para ele com agressividade.

Neste momento, o acusado teria descido do veículo e questionado aos rapazes sobre quem teria atirado uma garrafa na caminhonete, quando, segundo ele, foi ameaçado.

“Quem que foi o que, cara. Se eu tivesse com minha pistola eu ia te encher de tiro”, teria dito Gabriel a Adinei após ser questionado sobre a garrafada no veículo.

Desta forma, o acusado contou que foi em direção ao Gabriel, deu um soco nele e o empurrou para baixo do barranco. Na sequência, também derrubou Nícolas e Vitória para o piso inferior, onde fica o estacionamento do restaurante.

“Vitória entrou em cena”

Adinei, no depoimento, divide os casos em partes. No segundo episódio ele faz a afirmação de que a Vitória, esposa de Gabriel, ‘teria entrado em cena’ e provocando a confusão que culminou na utilização do canivete.

Ele contou que após dar um soco em Gabriel e empurrado o trio para o barranco, o segurança teria chegado e separado a confusão, ficando na frente dele.

O acusado relatou que Vitória queria lhe agredir de todas as formas, sendo que jogou nele tudo o que teve acesso, sendo sandálias, bolsa e cigarro eletrônico.

Na sequência, a jovem teria invadido a caminhonete e pego os remédios que Adinei havia recém-comprado para o filho. O réu também teria entrado no veículo e tentando impedir a captura dos objetos, sendo que a jovem conseguiu sair da Mitsubishi, levando consigo os itens.

Neste mesmo momento, Gabriel, na parte externa, teria dado um murro no para-brisas do veículo, agressão que teria quebrado o vidro frontal da caminhonete.

Após isto, Adinei relatou que saiu do carro para capturar Vitória e recuperar o medicamento, sendo que não conseguiu ‘pegá-la’ pelos cabelos e acabou a atingindo, de mão aberta, como se fosse um tapa no rosto.

Neste movimento, o acusado contou que tropeçou em um dos ‘tachões’ que dividem as pistas do drive-thru e caiu de joelhos na frente de Gabriel, quando começou a ser agredido com socos.

Nesta parte do depoimento, é possível notar que a alegação da defesa relaciona a força do soco dado pela vítima no para-brisas da caminhonete, o qual quebrou, com a força dos socos que Adinei estaria recebendo.

“O Gabriel começou a me bater, mas, só que ele batia muito forte. Dos socos que ele dava de cima, ele me acertou alguns na cabeça. Foi uma questão, assim, de dois segundos, três, não me lembro direito. Neste momento, doutor, eu tirei o canivete do bolso. Eu abri ele com uma mão. Eu uso muito este canivete. Uso ele diariamente, no meu trabalho. Tenho facilidade de tirar ele do bolso e abrir. Eu desferi um golpe na parte baixa do corpo, para não ter risco de ser uma lesão grave, de levar ao que aconteceu. A minha intenção foi acertar a coxa, do lado esquerdo. Eu estava deitado, de joelhos no chão e a única parte que eu ‘conseguiria’ atingir é a coxa do lado esquerdo. Só que como ele estava me batendo, o golpe acabou pegando no braço. A intenção do golpe era fazer ele parar. O meu medo era que a Vitória viesse também me agredisse com um golpe na cabeça, já que tinha garrafas no chão”

Depoimento de Adinei Anélio Rotta durante a audiência de instrução

Com este depoimento, Adinei tentou afirmar ao juiz que a intenção era atingir a perna de Gabriel, porém acabou atingindo o braço.

Após isto, o réu afirma que, com o golpe provocado na vítima, tudo parou.

Depois disto, eu me levantei, voltei para o veículo, o Gabriel saiu de perto, realmente parou tudo, que a intenção era fazer parar. Eu voltei para o carro e pedi para o vigia me ajudar a sair dali e tinha muito carro atrás, eu precisava sair dali. Aí o vigia me ajudou, pediu para o pessoal dar ré e eu dei ré e acabei saindo dali e indo pra casa.

Depoimento de Adinei Anélio Rotta durante a audiência de instrução

Ainda durante o audiência, Adinei pediu para que o juiz entendesse que ele não teve intenção nenhuma de tirar a vida de Gabriel. Ele também relatou que é pai e viu as lamentações da mãe da vítima e que jamais iria querer causar uma dor destas para uma mãe.

Finalizando, Adinei também ressaltou que não conhecia o Nicolas, Gabriel ou a Vitória e estava ali para cuidar do filho dele que estava machucado. Além disto, reafirmou que estava muito abalado com os dois casos dos filhos que precisaram ser hospitalizados nos dias anteriores.

“Nós estávamos passando por um momento bem complicado. Eu estava muito abalado. E o que me fez descer do carro, aquela hora com raiva, foi ‘ele’ ter pego os remédios do meu filho, que eram remédios controlados. Depois em seguida, no momento em que eu estava brigando com o Gabriel, acho que logo depois, a Vitória novamente entrou no carro e pegou a receita e os outros remédios que estavam na sacola. Porque ela tirou tudo de dentro. Quando eu ‘entrei dentro’ do carro eu já estava sem nada”

Depoimento de Adinei Anélio Rotta durante a audiência de instrução

Na audiência, o promotor Alex Fadel questionou se foi o próprio Adinei que atirou algo no veículo, fato que pode ter provocado dano no para-brisas da caminhonete.

O réu respondeu que foi atingido por um cigarro eletrônico e o objeto, após bater no peito dele, teria ido em direção ao capô do veículo.

Já o advogado de defesa utilizou a audiência para afirmar a raridade de um caso onde uma pessoa que é esfaqueada no braço acaba morrendo.

O réu, ao ser questionado pelo defensor, afirma que deu apenas um golpe no Gabriel, sendo que a lâmina teria atingido o braço e o tórax de Gabriel.

Após a audiência de instrução, o juiz Marcelo Carneval realizou a pronúncia do caso, sendo que encaminhou Adinei para o Tribunal do Júri. O júri popular ainda deverá ser marcado.

Além disto, a justiça revogou a prisão preventiva do acusado, sendo que, agora, ele responde o caso em liberdade e deve comparecer ao Fórum uma vez ao mês, também devendo obedecer outras medidas restritivas.

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