Defesa de Adinei Rotta afirma que ele foi provocado antes de briga que vitimou Gabriel Baiça
Segundo consta no Habeas Corpus, a esposa da vítima teria subtraído receita médica e remédios do filho do acusado que havia saído do hospital...
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Por Fábio Wronski
Ontem, quinta-feira (07), a equipe da CGN divulgou, em primeira mão, a denúncia realizada pelo Ministério Público do Estado do Paraná contra Adinei Anélio Rotta. O homem foi indiciado do homicídio de Gabriel Baiça no dia 22 maio deste ano, além da agressão contra a esposa da vítima, a jovem vitória.
O crime ocorreu na fila do drive-thru do McDonald’s localizado na Avenida Brasil, no Centro de Cascavel.
Câmeras de monitoramento registraram toda a confusão, a qual se iniciou por um fura-fila para realização dos pedidos. Nas imagens, é possível notar que Adinei já havia chegado há alguns minutos no restaurante, quando a vítima do homicídio, a esposa e outro amigo também adentraram à fila.
No acesso, possivelmente para evitar congestionamentos na Avenida Brasil, há duas pistas, porém, já dentro da estrutura elas se afunilam para apenas uma. Foi exatamente nesta hora, na unificação das vias, que toda a confusão, que resultou na morte, veio a ocorrer.
Após algumas trocas de agressões, Adinei sacou um canivete e acabou atingindo o jovem Gabriel. O rapaz chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros, porém, faleceu no Hospital Universitário.
A Delegacia de Homicídios conseguiu rapidamente identificar o autor do crime, que fugiu do local, porém, aguardava que ele se apresentasse às autoridades após o período de flagrante, fato que não ocorreu.
No dia 26, quatro dias após o crime, o advogado Roberto Brzezinski Neto deslocou à 15ª SDP (Subdivisão Policial) e se apresentou como representante de Adinei. À Polícia Civil, o defensor afirmou que o cliente não se apresentaria, pois não iria falar nada, assim, não sendo necessária a oitiva.
Logo na sequência, o Delegado responsável pelo caso concedeu entrevista coletiva afirmando que já havia sido expedido um mandado de prisão preventiva contra o acusado, sendo que, naquele momento, ele era procurado pela Justiça.
No dia 02 de junho, o defensor ingressou com o habeas corpus ao Tribunal de Justiça em Curitiba solicitando a revogação da prisão preventiva contra o cliente, também pedindo que ele fosse para a prisão domiciliar, com o benefício da tornozeleira.
No dia 13 do mesmo mês, o Desembargador Xisto Pereira considerou desproporcional a prisão preventiva de Adinei, deferindo a liminar de suspensão do mandado de prisão. Além disto, o relator autorizou a prisão domiciliar, estabelecendo sanções que devem ser cumpridas pelo réu.
Neste mesmo dia, Adinei se apresentou à Polícia Civil e colocou a tornozeleira eletrônica.
A CGN acompanha o caso desde o início, sendo que, logo após Brzezinski Neto assumir o caso, a reportagem entrou em contato com o advogado, o qual relatou que não concede entrevistas sobre os casos em andamento.
Mesmo assim, defendendo a apresentação de todas as versões do fato, ao ter acesso ao habeas corpus a CGN irá divulgar a versão apresentada pela defesa na solicitação de revogação do mandado de prisão preventiva.
Os trechos a seguir se referem à visão do advogado de defesa de como os fatos ocorreram:
Conforme alegou o defensor, Adinei teria acabado de buscar seu filho B. F. R. no hospital e aproximadamente às 20h40 foi comprar um lanche para sua família, no McDonald’s. O HC expõem o frame do vídeo que mostra que a Pajero branca já estava esperando na fila do drive-thru, quando o veículo Nissan Tiida prateado da vítima chega ao local às 20h55.
Na cena seguinte, o advogado destaca que o segurança do estabelecimento, que estava organizando a fila dupla, vai até o veículo da vítima e gesticula que seria a vez do paciente (Adinei) e que eles teriam que deixá-lo passar na frente.
Quando a fila anda, o carro da vítima deixa todos passarem na frente, mas ao chegar a vez do paciente (Adinei), o veículo Tiida avança, impedindo sua passagem. A filmagem é clara! Por isso, o paciente (Adinei) desce e reclama, mas os ocupantes do carro da vítima discutem, e Adinei volta para à Pajero:
Alegação da Defesa no Habeas Corpus
Na próxima sequência, o advogado afirma que Gabriel (de blusa vermelha) e o amigo (De Blusa Cinza) desceram do veículo e começaram a intimidar Adinei. (Imagem abaixo)
Após, o Tiida avança na fila novamente, dois dos seus ocupantes descem do carro (vítima Gabriel), e param para encarar o paciente (Adinei), em posição anormal (Nicholas de cinza, e a vítima Gabriel de blusa vermelha):
Alegação da Defesa do Habeas Corpus
No quarto momento, a defesa alega que a esposa de Gabriel arremessa uma garrafa contra a Pajeiro de Adinei enquanto ele estava dentro do veículo, fazendo provocações;
Esta questão, conforme Brzezinski, também foi confirmada através de depoimento de uma das testemunhas, a qual também estava na fila, um carro atrás.
“tirando foto da caminhonete e encarando o cara assim, olhando para ele, e ele dentro do carro. Daí, eu vejo o vidro de trás do carro que eles estavam abrindo, e nisso a menina tira o braço para fora, e joga uma garrafa, e ela pega embaixo da roda de trás.”
Testemunha que alegou presenciar o fato
O defensor também alega que, após isto, Vitória saiu do veículo e arremessou um sapato em direção ao Adinei. (Imagem abaixo)
Nesta movimentação, o advogado também utilizou um trecho do relatório da Polícia Civil, o qual dá como ponto crucial para que a briga se reinflamasse.
“Tendo o atingido o que faz com que as agressões entre ela e o autor (Adinei) reinicie, tendo ela neste momento ido até a lateral do veículo do autor e pego algo que estava sobre o banco do passageiro , no mesmo momento em que a vítima (Gabriel) vai até o veículo do autor (Adinei) e desfere um soco no para-brisa onde pode se observar que o mesmo ficou danificado”
Trecho retirado do relatório da Polícia Civil
A defesa ressalta, com o vídeo, que Vitoria invadiu o carro de Adinei e subtraiu a receita médica e os remédios do seu filho, que estavam no banco do passageiro da Pajero. No mesmo momento em que Gabriel Baiça vai até o veículo de Adinei e desfere um soco no parabrisa, quebrando o vidro dianteiro. (imagem abaixo)
Neste momento, Adinei adentrou ao carro e tentou recuperar os documentos médicos que haviam sido levados pela jovem. Na sequência, ambos descem do veículo e começam a trocar agressões. A defesa alega que Adinei ficou em desvantagem e utilizou-se da arma branca para se defender. (Imagem abaixo)
Em seguida, a luta corporal é retomada, e enquanto a vítima e seus amigos desferiam chutes, o paciente (Adinei), que está em desvantagem numérica e CAÍDO NO CHÃO, utilizou-se de arma branca (canivete) para sua defesa pessoal, atingindo a vítima no tórax e no braço. O paciente (Adinei) está de blusa escura, no chão, e a vítima Gabriel está de blusa vermelha, em pé, lhe agredindo juntamente com os demais, estando o segurança em frente à Pajero.
Trecho da defesa de Adinei Rotta
Por fim, a defesa coloca a ação de Adinei como ‘inquestionável legítima defesa’.
É inquestionável que o paciente (Adinei) estava apenas se defendendo, sem indício de periculosidade ou propósito de executar a vítima, ao revés do ATO COATOR.
Trecho da Defesa
O Ministério Público do Estado do Paraná ofereceu a denúncia contra Adinei pelo crime de Homicídio Simples, pois entendeu que não havia nenhuma outra qualificadora. Ele também foi acusado de lesão corporal contra Vitoria, em razão das agressões.
Agora, as audiências sobre o caso devem ser iniciadas para verificar como será o julgamento do réu. Ele segue em prisão domiciliar, na casa da família em Céu Azul, com o uso de tornozeleira.
Vídeo mostra toda a briga que resultou no assassinato de Gabriel Gomes Baiça no McDonalds
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