
Secretário de Segurança do Paraná fala sobre abusos do Padre Genivaldo e do Bispo Dom Mauro
Das sete vítimas, alguns eram seminaristas ou pessoas que buscavam apoio na Igreja Católica ...
Publicado em
Por Fábio Wronski

Na manhã desta quinta-feira (28), o Secretário da Segurança Pública do Paraná, Coronel Hudson Teixeira, esteve em Cascavel para acompanhar de perto as investigações envolvendo o padre Genivaldo Oliveira dos Santos, de 41 anos, preso preventivamente no último domingo (24) sob acusações de abuso sexual contra adolescentes e jovens.
A prisão foi realizada pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA), durante a operação denominada “Lobo em Pele de Cordeiro”, na residência da mãe do acusado, em Cascavel.
As investigações tiveram início em julho de 2025, após uma denúncia formalizada por uma tia de uma das vítimas. A operação incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão em dois endereços: a casa do padre e uma clínica onde ele atuava como terapeuta, ambos em Cascavel. Computadores e aparelhos telefônicos foram apreendidos e serão submetidos à perícia.
Durante coletiva à imprensa, o secretário Hudson Teixeira detalhou que o caso chegou ao conhecimento das autoridades por meio de um relatório de inteligência elaborado pela Polícia Militar, em conjunto com o 5º CIPM e a delegada responsável, doutora Thaís. O documento apontou a participação de um padre e de um bispo em crimes ocorridos na região desde 2008.
Até o momento, sete vítimas do padre Genivaldo foram identificadas e ouvidas. Também foi confirmada uma vítima do bispo Dom Mauro Aparecido dos Santos, falecido em 2021, além da apuração de um caso de estupro de vulnerável envolvendo uma criança. O secretário informou que o inquérito policial apura, inclusive, a possível omissão de providências por parte da Igreja Católica desde que as denúncias surgiram, especialmente após 2021.
Questionado sobre a atuação da Igreja diante das denúncias, o secretário afirmou que todos os membros da gestão eclesiástica do período investigado serão ouvidos para esclarecer se tinham conhecimento dos fatos e quais medidas, se alguma, foram tomadas. “A tese é de que não foi tomada providência, como relatam as vítimas, mas isso tudo será apurado pela autoridade policial e judiciária para verificar a responsabilidade de cada um”, declarou.
O secretário também confirmou que existem boletins de ocorrência registrados: um referente ao estupro de vulnerável de uma criança de três anos e outro relativo a um acidente de veículo envolvendo o padre, que resultou em morte e não teve inquérito instaurado à época. Há ainda relatos de tentativas de suicídio e outros exames periciais em andamento. Segundo Teixeira, todos esses casos estão sendo verificados pela delegada responsável.
Sobre a conexão entre os boletins de ocorrência e os investigados, o secretário explicou que uma das vítimas, também padre, relatou ter sido coagida a um acordo interno pelo então bispo Dom Mauro em 2008, fato que marca o início das investigações. O secretário esclareceu que, diante do surgimento de novos casos, a prisão temporária do padre Genivaldo poderá ser convertida em preventiva, conforme avaliação da delegada e do Poder Judiciário.
Até o momento, são sete vítimas do padre Genivaldo e duas do bispo Mauro, entre elas uma criança e um jovem. Os abusos teriam ocorrido na casa do padre e no seminário, tendo como principais vítimas seminaristas ou pessoas em situação de vulnerabilidade que buscavam tratamento na igreja, como dependentes químicos.
O secretário destacou que, até o momento, apenas os nomes do padre Genivaldo e do ex-bispo Dom Mauro Aparecido foram citados nas investigações, mas que o processo segue em andamento e novas informações podem surgir. “Fatos novos surgirão, versões talvez sejam descartadas, mas a princípio não surgiram outros nomes”, afirmou.
A Polícia Civil segue apurando todos os fatos, inclusive a possível omissão de autoridades eclesiásticas, para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas e as vítimas recebam o devido amparo.
Notícias Relacionadas:
Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação
Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.
Participe do nosso grupo no Whatsapp
ou















