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Imagem referente a Imagine receber mais de R$ 400 mil em um mês: No TCE-PR, isso é possível
Foto: Divulgação TCE-PR

Imagine receber mais de R$ 400 mil em um mês: No TCE-PR, isso é possível

Muitos paranaenses, que constituem a base tributária do Estado, não se beneficiam diretamente desses altos salários...

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Por Redação CGN

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Imagem referente a Imagine receber mais de R$ 400 mil em um mês: No TCE-PR, isso é possível
Foto: Divulgação TCE-PR

As altas remunerações pagas pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) continuam surpreendendo. Em Setembro a CGN apresentou que o presidente do TCE Fernando Augusto Mello Guimarães, recebeu de remuneração em junho a quantia de R$ 433.868,90. Valor que inclui salário, férias, licenças, entre outros benefícios​, e que é muito distante da realidade dos paranaenses.

No entanto, outro caso chamou a atenção de nossa equipe de jornalismo: uma procuradora do Tribunal, Juliana Sternadt Reiner, recebeu R$ 432.872,73 em outubro, valor praticamente igual ao recebido anteriormente pelo Presidente Fernando Augusto Mello Guimarães. Esses valores contrastam fortemente com as médias salariais brasileiras, especialmente em um país marcado por intensas desigualdades sociais e diversos privilégios para quem ocupa cargos no poder público.

Outro fato intrigante é a remuneração de Michel Richard Reiner, que recebeu R$ 253.973,49, sendo o segundo valor mais alto pago pelo Tribunal de Contas no mesmo período, ficando atrás apenas de Juliana S. Reiner. A possível relação familiar entre Juliana e Michel, apesar de sugestiva pelo sobrenome, não foi confirmada.

O debate sobre altos salários e benefícios no setor público brasileiro é um tópico de grande relevância, especialmente considerando o impacto econômico e social dessas práticas. Embora esses pagamentos sejam legais, há argumentos significativos que sugerem a necessidade de revisão desses benefícios no Brasil.

  • Custo Elevado para o Orçamento Público: Um estudo do Centro de Liderança Pública (CLP) revelou que apenas 0,23% dos servidores públicos, que recebem mais do que o teto do funcionalismo, custam R$ 2,6 bilhões aos cofres públicos anualmente. Este valor é maior do que o orçamento de órgãos importantes como o Ministério do Meio Ambiente e mais que o dobro dos recursos da Controladoria-Geral da União, responsável por investigar e combater a corrupção.
  • Disparidade Salarial: A disparidade entre os salários do setor público e privado no Brasil é notável. Em média, os funcionários públicos brasileiros recebem 67% mais do que um trabalhador do setor privado, o índice mais alto entre 53 países estudados pelo Banco Mundial. Isso evidencia uma distorção salarial significativa quando comparado à média global de 16%​.
  • Impacto no Produto Interno Bruto (PIB): Em relação ao PIB, o Brasil gasta uma porcentagem considerável com o funcionalismo público. Em 2018, os gastos com pessoal da União, estados e municípios representaram 13,4% do PIB, colocando o Brasil em sétimo lugar em um ranking global. Além disso, o gasto com o Poder Judiciário no Brasil é muito maior em comparação com outros países, como Chile e Argentina, o que ressalta a desproporcionalidade desses gastos.

Considerando esses fatores, torna-se evidente que, embora os pagamentos sejam legais, o sistema atual pode não ser o mais eficiente ou justo. Muitos paranaenses, que constituem a base tributária do Estado, não se beneficiam diretamente desses altos salários. Isso levanta questões sobre a equidade e sustentabilidade fiscal dessas práticas, especialmente em um contexto de desigualdade social e econômica acentuada. A revisão desses benefícios poderia contribuir para uma distribuição de recursos mais equilibrada e para o fortalecimento da confiança pública no sistema de governança.

A CGN garante o direito de resposta aos citados na matéria.

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