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Imagem referente a Caso Lisanne Froon e Kris Kramers é um mistério; conheça a história

Caso Lisanne Froon e Kris Kramers é um mistério; conheça a história

Lisane Froon e Kris Kremers eram duas jovens holandesas que, no ano de 2014, estavam fazendo uma viagem de mochilão no Panamá, quando desapareceram durante um...

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Por Isabella Chiaradia

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Imagem referente a Caso Lisanne Froon e Kris Kramers é um mistério; conheça a história

Com a intenção de trazer ao público conteúdos exclusivos, a CGN conta hoje a história de duas garotas que desapareceram no Panamá. O caso é um mistério, acompanhe.

Lisane Froon e Kris Kremers eram duas jovens holandesas que, no ano de 2014, estavam fazendo uma viagem de mochilão no Panamá, quando desapareceram durante um passeio em uma das trilhas da cidade de Boquete.

Este caso, até hoje, não foi totalmente solucionado e as circunstâncias do desaparecimento e morte das garotas, permanece sem respostas, deixando espaço para que muitas especulações sejam feitas, em razão dos desdobramentos estranhos desta história. 

O Panamá é um país da América Central conhecido por ser um destino turístico para quem busca estar em contato com a natureza, tendo em vista as inúmeras paisagens e ilhas paradisíacas da região.

Infelizmente, vários casos de desaparecimentos e violência contra turistas já foram registrados no país, como exemplo, o caso de uma jovem estadunidense de 23 anos, Catherine Johannet que foi assassinada em 2017. No mesmo ano, outra turista alemã, foi presa e violentada em cativeiro, mas conseguiu fugir de seus agressores. Em 2009, Alex Humphrey, de 29 anos, desapareceu sem deixar pistas após sair para conhecer o Balneário da Cachoeira Majagua, localizado na cidade de Boquete.

Froon e Kremers tinham 22 e 21 anos respectivamente, e haviam acabado de se formar na faculdade. Lisane estudou psicologia e Kris era formada em Educação Sociocultural. Elas eram colegas de trabalho e resolveram fazer esta viagem ao Panamá juntas para trabalharem como voluntárias.

Kris Kremers e Lisanne Froon

A viagem começou em 15 e março de 2014, quando as duas pegaram o voo da Holanda para a Costa Rica e depois para Bocas del Toro no Panamá, onde passaram duas semanas aproveitando a cidade, fazendo amigos, estudando e indo à praia.

Após estas duas semanas em Bocas del Toro, as garotas seguiram para Boquete, onde trabalhariam como voluntárias em uma escola para ensinar inglês ao público infantil e ficariam hospedadas na casa de uma família da região.

Aparentemente tudo estava acertado, porém ao chegarem ao destino e irem até o local onde dariam aula, ninguém sabia nada sobre elas. Assim, o trabalho apenas poderia ter início a partir da próxima semana, fato que deixou as meninas muito frustradas. Lisanne, inclusive, teria mandado mensagens aos pais para relatar a situação e contar que estava chateada.

Passado este momento de frustração, elas resolveram aproveitar os sete dias livres para conhecer a cidade de Boquete. De acordo com testemunhas, no dia 31 de março, Lisanne estaria sentido dor de garganta, porém, mesmo assim, a dupla de holandesas decidiu fazer um passeio no dia 1º de abril, que teria sido organizado por um guia chamado Feliciano. Elas iriam conhecer uma fazenda de morangos e subir o Vulcão Baru, sendo este o único compromisso, naquela semana, que um dos pais das garotas tinha conhecimento.

Ocorre que Lisanne e Kris decidiram explorar sozinhas uma trilha da cidade chamada El Pianista. Para chegarem até o local, elas teriam contratado um taxista que informou que teria deixado as duas ponto de início do passeio às 13:40, mas o relógio da câmera e do celular dizia que o passeio havia começado às 11:00 da manhã.

Para realizar esta trilha, elas levaram uma mochila com uma máquina fotográfica, um cartão de seguro, dinheiro, celulares, um pouco de comida e duas garrafas de água. 

Foi apurado que as meninas foram alertadas para não subirem a trilha desacompanhadas, pois muitos casos de assalto estavam acontecendo na região, além disso, a El Pianista era uma rota conhecida e muito utilizada por traficantes.

Apesar dos avisos, as garotas iniciaram a trilha e foram acompanhadas por um cachorro da região que estava acostumado a seguir os turistas. Após algumas horas, o animal de estimação retornou, mas as meninas nunca mais foram vistas.

Pistas do desaparecimento

Com o desaparecimento, buscas tiveram início para localizar o paradeiro das jovens. A máquina fotográfica utilizada por elas, somente foi encontrada dois meses depois e nela foram encontradas algumas pistas.

Fotografias indicavam que elas haviam alcançado o topo da trilha, chamado de Mirador e, posteriormente, decidiram continuar o passeio ao invés de retornar à cidade. Então elas seguiram até a área da divisa continental, região de Alto Romero, que não é indicada aos turistas por ser pouco sinalizada.

Alguns dias depois, o celular também foi encontrado e foi possível constatar que várias ligações para o número de emergência holandês foram realizadas, indicando que algo teria acontecido. A primeira ligação ocorreu por volta das 16h, sendo que os eventos entre a última foto, tirada em um córrego, e o primeiro chamado de socorro permanecem um mistério.

A dona da casa que hospedava as garotas, Miriam, percebeu que elas não haviam retornado, mas não estranhou, pois eram duas meninas jovens que poderiam estar em outro lugar se divertindo. No outro dia, às 8h da manhã, o guia Feliciano foi até a escola para buscar as holandesas, pois elas teriam programado um passeio. Como as meninas não estavam lá, uma funcionária da instituição, Eileen, ligou para Miriam, que os instruiu a virem até a residência e procurar pelas garotas no dormitório.

Eileen e Feliciano se deslocaram e perceberam que ninguém havia dormido no quarto naquele dia. Apesar da rápida constatação, eles ficaram no aposento por cerca de meia hora e não ligaram, de maneira imediata, para a polícia ou avisaram à dona da residência sobre o desaparecimento das garotas. Ao contrário, eles seguiram para uma fazenda de propriedade de Feliciano e só iriam contatar a polícia às 19h, além disso, estiveram no quarto das meninas pelo menos mais de uma vez, conforme apurado nas investigações.

As buscas oficiais pela defesa civil panamenha só tiveram início a partir do dia 04. Antes disso, no dia 03, Ferdinando esteve na trilha para procurar pelas garotas e havia outros grupos que também estariam realizando as buscas. Mesmo com helicópteros e um efetivo acostumado em realizar este tipo de ação, a defesa civil não obteve nenhum êxito nas buscas.

Dez semanas depois, uma indígena de uma região localizada cerca de 18 horas de caminhada da região onde elas desapareceram, encontrou a mochila que era utilizada pelas meninas no Rio Changuinola (também chamado de Culebra). Dentro dela estavam alguns objetos pessoais, incluindo os celulares e os sutiãs das jovens.

A indígena teria dado a bolsa para o guia Feliciano, sendo que foram localizadas 34 digitais diferentes na mochila e nos objetos, mas este fato, por algum motivo, não foi investigado a fundo pela Polícia.  

No dia 9 de julho de 2014, a polícia encontrou na mesma região do Rio Changuinola, fragmentos de ossos e o sapato utilizado por Lisanne. Os ossos ainda continham carne e pele e estavam relativamente preservados.

Bota utilizada por Lisanne

Também foi localizado um shorts jeans pertencente a uma das meninas dentro do rio. Foi encontrado neste mesmo dia, um pedaço de osso pélvico e uma costela. Após análise pericial, não foi possível concluir a causa da morte, pois não havia sinal de cortes ou marcas de animais nestes fragmentos.

O osso pélvico estava bastante esbranquiçado e pertencia à Kris. Após análises, os peritos localizaram traços de cal nesta estrutura óssea. A presença desta substância poderia ser explicada, tendo em vista que os agricultores da região usam muito óxido de cálcio em suas plantações, mas o produto também pode ser utilizado para fins ilícitos, quando criminosos querem que algum corpo entre em estado de decomposição mais rapidamente.

Em agosto de 2014 foi encontrada uma bola de pele, em local não informado, mas foi constatado por exames de DNA que este fragmento pertenceria a uma das garotas. Mesmo tendo sido localizada após 05 meses do desaparecimento, a pele ainda apresentava um estágio inicial de decomposição.

Para os médicos, esta seria uma descoberta inusitada, visto que o formato não era natural e não haveria como um pedaço de pele humana permanecer tão conservado, após tanto tempo exposto em um país tropical. Outros exames para analisar esta evidência foram feitos e, ao final, ficou confirmado que se tratava de um pedaço de pele de uma vaca.

De acordo com as investigações das autoridades panamenhas, as meninas teriam caído de uma das pontes-macaco presentes na trilha. Estas pontes são construídas apenas com cordas e por serem instáveis, já causaram muitos acidentes fatais entre os moradores da região. Assim, as garotas teriam se ferido e não resistiram, de maneira que seus restos mortais foram arrastados pelo rio até a localidade de Alto Romero.

Contudo, um investigador particular, José Mosquera, não acredita nesta solução. Para ele, apesar de Boquete ser uma cidade turística, possui células criminosas bastante atuantes no tráfico de drogas. Além disso, a trilha El Pianista é uma rota muito utilizada pelos traficantes, assim, para Mosquera, o desaparecimento das meninas estaria conectado com estas ações ilícitas que tinham como palco a região.

Este é um caso considerado bastante misterioso, pois há muitas evidências desconexas, somado ao fato de que não foram divulgadas muitas informações consistentes sobre a perícia realizada nos restos mortais das meninas.

Ademais, a investigação feita na época foi pouco efetiva, sendo que os familiares das garotas apontaram várias falhas, pois isto teria contribuído para que muitas questões ficassem sem resposta.

A maior lacuna é o que teria acontecido entre a última foto tirada no dia 1º de abril e a ligações para a emergência, que foram realizadas às 16h39 e 16h49. Após estes horários, o celular foi desligado. Supõe-se que os aparelhos ficaram desligados para tentar poupar a bateria. Cerca de 14 horas depois, novas tentativas de contatar a emergência foram feitas, tanto para o número holandês quanto para o 911.

Tudo indica que elas estavam perdidas, mas não desesperadas, pois as ligações não eram feitas de maneira ininterrupta, portanto a situação não parecia tão grave. No segundo dia de desaparecimento, ficou registrado que outras quatro tentativas para o número de emergência foram realizadas, sendo a primeira feita às 06:58 e a última às 13:56. No dia 5, novamente, elas tentaram chamar por socorro, mas a partir desta data, a bateria do celular de Lisanne, um Samsung, acabou.

Outra lacuna, é que a partir do dia 5, o celular de Kris, um Iphone, passou a ser acessado com o PIN errado, o que poderia indicar que era Lisanne que estava tentado utiliza-lo ou que Kris estivesse muito debilitada. O aparelho foi usado pela última vez no dia 11 de abril e a perícia concluiu que ainda havia 22% de bateria restante no momento em que foi desligado.

A análise as fotografias tiradas pelas meninas durante o passeio, também gera muitos questionamentos. A fotos vão até o número 508 e depois havia cerca de 90 fotos noturnas tiradas na madrugada do dia 8, com início a partir do número 510, indicando que a foto 509 foi excluída, não sendo possível recuperá-la, pois de acordo com os investigadores, ela havia sido apagada em um computador, de forma que, aumentaram as suspeitas e especulações quanto ao envolvimento de outras pessoas no desaparecimento das duas jovens.

Foto 508

As fotos noturnas são um mistério a parte, pois elas são de difícil interpretação e não seguem um padrão. Algumas mostravam uma rocha que, aparentemente, havia sido sinalizada com alguns galhos e sacolas de plástico, também havia uma espécie de espelho feito com uma lata de batatas, o qual acredita-se que foi feito com a finalidade de refletir a luz do sol para indicar a localização das meninas às equipes de buscas, pois elas, provavelmente, haviam escutado os sons dos helicópteros pilotados pela defesa civil.

Fotos noturnas

Apesar disso, nenhum destes elementos foi encontrado pelas equipes responsáveis por procurarem as garotas, visto que eles acreditavam que a dupla não estivesse naquela região.

Também havia entre as fotos noturnas, uma fotografia em close do cabelo de Kris. Esta imagem divide opiniões, pois muitos acreditam que havia sangue na cabeça da garota.

Foto do cabelo de Kris

Além destas hipóteses, também é especulado que as fotos noturnas foram feitas para chamar atenção de alguém que pudesse ajuda-las ou simplesmente foi uma tentativa de fugir da escuridão, pois na região, a mata é muito fechada, impedindo que qualquer luz adentre e tornando o simples ato de enxergar muito difícil.  

Depois do crime foi instalado uma placa indicando o fim da trilha El Pianista. A defesa civil e os guias que participaram das buscas, afirmaram não terem encontrado nenhum sinal das garotas e se elas realmente estivessem nas proximidades, certamente seriam encontradas, o que não aconteceu, pois a impressão era que elas tivessem simplesmente evaporado.

Este é um dos crimes mais difíceis de serem elucidados até hoje, em razão das incongruências e ausência de provas que realmente pudessem se conectar para criar uma linha de investigação consistente. Além disso, apesar das suspeitas sobre o envolvimento de terceiros na morte das meninas nada ficou comprovado.

Assim, o caso de Lisanne Froon e Kriss Kremers, as garotas que desapareceram durante uma viagem Panamá e apenas os restos mortais foram encontrados, permanece um mistério de difícil resolução desde o ano de 2014.

As informações contidas na matéria foram obtidas em notícias e blogs que tratam sobre o assunto.

Fonte: Maitê Mendonça – Blog Final Girl

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