É de apavorar mesmo – por Caio Gottlieb

Já eram esperadas neste 7 de Setembro grandes concentrações de simpatizantes de Bolsonaro para as celebrações, por ele convocadas, do bicentenário da Independência.

Mas o que presenciamos na quarta-feira, principalmente em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, as três capitais politicamente mais relevantes do país, foi algo descomunal, sem precedentes na nossa história: milhões de homens, mulheres e crianças, famílias inteiras, em clima de paz e alegria, sem promover quebradeiras e vandalismos, vestidos de verde-amarelo, imbuídos de emocionante civismo e “armados” com o pavilhão pátrio, comemorando a data nacional e, é claro, prestando apoio ao presidente.

Foi um duro choque para a oposição, que acusou o golpe.

Recebi o vídeo de uma live entre jornalistas militantes da esquerda, conversando durante as manifestações, em que um deles afirma ter ficado “apavorado” com a quantidade de pessoas aglomeradas para ouvir Bolsonaro na praia de Copacabana, que comparou às multidões que enchem a orla no réveillon.

Não há dúvida que causou calafrios nos adversários ver o candidato que as pesquisas, estranhamente, dizem estar em segundo lugar na disputa presidencial, mobilizar as massas de uma forma colossal e demonstrar uma popularidade digna de popstar em todos os recantos do Brasil, enquanto que o seu principal oponente, que supostamente lideraria as sondagens de intenção de voto, não é capaz de juntar meia dúzia de gatos pingados em minúsculos comícios.

Depois de ser obrigada a engolir tudo isso, essa turma deve ter acordado, se é que conseguiu dormir, com uma ressaca daquelas.

Haja Engov.