
Mãe relata perda do bebê Davi: “Agora a barriga está vazia, eu não tenho mais nada”
A mãe, de 28 anos, relatou a experiência traumática do parto do seu primeiro filho, Davi Mateus...

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Por Silmara Santos
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A equipe da CGN foi até à residência da família do pequeno Davi nesta sexta-feira (09) para conversar com Cleicimar da Silva Marques, mãe do bebê que faleceu no Hospital Universitário do Oeste do Paraná.
Ontem a equipe da CGN conversou com Matheus, pai do bebê e hoje retornou para ouvir o relato da mãe que ainda está muito abalada com a perda do filho recém-nascido.
A mãe, de 28 anos, relatou a experiência traumática do parto do seu primeiro filho, Davi Mateus. Segundo ela, as dores começaram na madrugada de domingo para segunda. Ela monitorou as contrações com um aplicativo, que a orientou a ir para a maternidade por volta das 4h40 da manhã. Ao chegar ao Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), foi atendida, recebeu dipirona na veia e, horas depois, foi internada para indução do parto, conforme já estava previsto anteriormente.
Ela enfrentou um longo trabalho de parto, com dores crescentes e pouca dilatação. Mesmo com sinais claros de sofrimento, a cesárea não foi realizada. Por volta das 22h, ela atingiu dilatação total, mas o bebê ficou coroado por cerca de 20 minutos sem nascer.
“Faz força que ele tá vindo”, diziam, enquanto ela sentia o chamado “círculo de fogo”.
A médica responsável demorou a agir, e quando finalmente decidiu intervir, realizou cortes sem esperar o efeito da anestesia, causando dor intensa.
“Eu dei um berro ensurdecedor”, contou.
Davi nasceu aparentemente sem vida, sem chorar e foi imediatamente levado. Não houve contato pele a pele.
“Eu só vi a perninha dele, e ela levando ele desfalecido.”
A equipe médica alegou que ele precisou ser entubado por falta de oxigenação cerebral, o que a família acredita ter sido consequência da demora no parto e da negligência no atendimento.
Apesar das tentativas de reanimação e permanência na UTI neonatal, Davi faleceu.
“A gente viu ele coradinho, mas depois foi ficando roxinho…”.
Cleicemar e o esposo Matheus, sentem que houve uma tentativa de encenação por parte do hospital para simular cuidados que não foram adequados.
“Parecia que o nosso Davi era um experimento…”
Eles relataram também terem sido tratados com frieza e grosseria após o parto.
“Isso não é dor, é como se estivesse extraindo um dente”, disse a médica durante a sutura.
Agora, Cleicemar tenta lidar com a dor da perda e busca justiça.
“Eu só queria que fosse feita justiça, pra que isso não aconteça com outras mães.”
O sentimento é de frustração, tristeza e indignação diante de uma situação que, segundo ela, poderia ter sido evitada.
“Era o nosso primeiro filho… agora a barriga tá vazia, eu não tenho mais nada.”
Em nota divulgada ontem (08), o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) deu esclarecimentos a respeito do caso e confirmou que todos os procedimentos padrão para partos humanizados foram seguidos no caso em questão.
De acordo com a nota, o bebê nasceu em parada e foi prontamente reanimado pela equipe médica, conseguindo reverter o quadro inicialmente crítico. O recém-nascido foi então encaminhado à UTI Neonatal. Infelizmente, apesar de todos os esforços, a criança não resistiu e veio a óbito.
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