
Morte de recém-nascido no HUOP: Pai relata drama na delegacia e aponta negligência médica
A equipe médica teria se recusado a realizar o parto imediatamente, alegando que a mãe conseguiria aguentar até a data marcada....

Publicado em
Por Silmara Santos
Mais acessadas agora
Matheus Guilherme de Bona Santos, um pai desesperado procurou a 10ª Central Regional de Flagrantes, em Cascavel, na tarde desta quinta-feira (08), para falar sobre um novo caso envolvendo a morte de um bebê no HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná).
Conforme o Boletim de Ocorrência registrado pelo pai Matheus, sua esposa teve uma gestação normal e, com nove meses de gestação, buscou atendimento na maternidade do HUOP um dia antes da data prevista para o parto, devido a fortes dores. No hospital, foi constatado que o bebê Davi já estava prestes a nascer. No entanto, a equipe médica se recusou a realizar o parto imediatamente, alegando que a mãe conseguiria aguentar até a data marcada.
“Na última semana nossa aí foi bem complicada, domingo nós deu entrada no HU Pra fazer os procedimentos corretos, pra fazer o quarto do meu bebê. A minha esposa foi internada no domingo às 5 horas da manhã, foi internada Aí pra induzir o parto, né? Induzir. E lá por 11 horas da manhã induziram o parto e deram o primeiro comprimido Induziram a primeira vez, deu duas horas da tarde, induziram de novo e daí 7 horas da noite ela não aguentava de dor. Aí eu perguntei pra médica, será que não é melhor fazer um cesárea nela? Não vai aguentar não, cara. E ela falou, não, não, a mãezinha aguenta. Aí eu falei, não cara, não tem como isso, cara. E tinha várias salas, várias pessoas, várias mulheres ganhando o bebê também, no mesmo instante. E eu tomei nervoso, mas vou continuar Aí foi o caso, cara, daí foi lá por 9 horas da noite o bebê começou a querer sair, né? Querer sair, querer sair, eu falei, cara, melhor fazer um cesárea que ela não vai aguentar, não vai ter jeito Porque ela vai acabar indo, né? E daí falaram que não, não, não”.
Matheus Guilherme de Bona Santos
A situação se agravou e a equipe médica decidiu realizar um parto às pressas. De acordo com o pai, os médicos realizaram um corte na mãe sem anestesia e, infelizmente, o bebê já estava sem vida, não apresentando nenhuma reação ao nascer.
“Isso aí é uma negligência enorme, tá louco, isso aí não se faz com ninguém, cara E daí minha esposa foi lá e ficou, e tentou, daí era 11h40 da noite, cara, 11h40 da noite, muito tempo. Minha esposa tava morrendo de dor, ela tava estremecendo tudo na cama, cara, e eu apoiando ela e as mulheres falando que ela conseguiu, cara Daí o bebê saiu metade da cabeça pra fora, assim, um pedaço da cabeça pra fora, e ele ficou preso no canal Ele ficou preso ali, eu falei, cara, tem que tirar o pé daí, daí a enfermeira lá que mandava o negócio, falou assim. Não, agora tem que tirar esse bebê daí, agora, agora, não sei o que, e já com medo, já que sabia que tava acontecendo. Porque a cabeça dele já tava roxa”.
Matheus Guilherme de Bona Santos
Matheus relatou todo o ocorrido com muita emoção e indignação, alegando que houve negligência por parte da equipe médica, que não teria necessário realizar a cesárea. O pai também afirmou que o hospital tentou encobrir o caso, mantendo o bebê entubado por algum tempo antes de confirmar a morte.

A Certidão de Óbito do bebê apontou como causa da morte asfixia neonatal grave ao nascer. O pai registrou a ocorrência na delegacia e pretende representar contra a administração e o corpo médico do hospital.

“Esse cortes na cabeça dele. É da anestesia que aplicaram na minha esposa. E acertaram meu filho”.
Nesta semana a CGN acompanhou outro caso de morte de criança na unidade médica em que a família também acusa o HUOP de negligência médica.
O HUOP emitiu uma nota de esclarecimento sobre o caso. Confira abaixo:
O Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) informa que, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), não se pronuncia sobre casos específicos que envolvam a identificação de pacientes.
No entanto, especificamente sobre esse caso, a instituição confirma que todos os protocolos comumente realizados em partos humanizados foram cumpridos. O bebê nasceu em parada, imediatamente reanimado pela equipe que conseguiu reverter o quadro, e levado para a UTI Neonatal, reconhecida pelo trabalho de referência realizado, porém a criança não resistiu e veio a óbito.
O HUOP se solidariza e entende o momento de dor desta família e ratifica o comprometimento em prestar todas as informações diretamente aos familiares dos pacientes.
Matéria atualizada com nota às 17h34.
Notícias Relacionadas:
Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação
Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.
Participe do nosso grupo no Whatsapp
ou