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“A saudade está me doendo muito”, diz mãe que ainda está sem as filhas no Riviera

Após mais de 15 dias, a família ainda aguarda que as crianças retornem para casa...

Publicado em

Por Silmara Santos

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Duas crianças foram retiradas de uma família do Conjunto Habitacional Riviera, em Cascavel, no dia 19 de março deste ano. Desde então a equipe da CGN vem acompanhando o caso. Hoje fazem 16 dias que as duas meninas, sendo uma de seis anos e outra de apenas quatro meses foram retiradas do seio familiar.

A equipe de reportagem da CGN retornou até à residência da família e conversou com o pai das meninas, seu Adão Granella, e a mãe das crianças, Kelly Cristina Granella, receberam a equipe e fizeram questão de mostrar toda a casa organizada, o armário e a geladeira cheios de alimentos.

Seu Adão, que está sem trabalhar há 15 dias, para resolver o caso das filhas ainda está indignado com a retirada das crianças.

“Eu acho que é tipo uma injustiça a coisa dela retirar da casa de um pai que está cuidando bem das meninas. Ao invés de ir atrás de pessoas que estão na rua necessitando realmente de ajuda, no caso, vir tirar minha menina da escola, nem sequer o diretor for avisado na escola que ele tinha retirado a menina” disse o pai indignado.

Kelly falou que foi realizada uma reunião na casa do casal com equipes do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) para definir algumas condições para que as crianças retornem para casa.

“Elas vão retornar para casa. Só que o meu esposo não vai poder trabalhar. Tem que trabalhar aqui, um pouco perto, se a venda dele é vender no viajante” disse a mãe.

Seu Adão, que é vendedor autônomo, está preocupado com o trabalho, pois conforme as condições ele deve arrumar um emprego próximo da casa para ficar mais perto da família, caso a mãe necessite de ajuda com as crianças.

“Se eu sair trabalhar, porque eu tenho que confiar na minha mulher, que ela é uma pessoa que pode realmente cuidar das minhas filhas. A renda da família acaba se eu não trabalhar, porque, realmente, a mulher paga as contas dela. E eu tenho que trabalhar para pagar água, pagar luz, pagar gás, pagar internet e tudo, né? Até a minha mulher tem uma na gravação do homem, já pedindo o bujão de gás, que venceu o gás. Se eu ficar parado, eu não posso sustentar a minha família” relatou o pai que está sem saber o que fazer.

A família vive com a renda do Benefício de Prestação Continuada, que a mãe recebe, e do salário do pai, que trabalha como vendedor autônomo e agora está em busca de uma oportunidade próxima de casa.

Kelly relatou que organizou todos os armários nesse tempo que as meninas estão fora e que vai todos os dias amamentar a bebê, mas que a saudade das pequenas ainda está doendo.

“Tudo organizado, tudo esperando. E a saudade está me doendo muito. Estou indo todo dia. 10 horas da manhã eu tenho que estar lá para dar “mamá” para a bebê de quatro meses. Se ela ganha peso, eles não estão falando se ela ganhou peso. Eles não falam, eles não dão informação. Quando saiu da casa, ela estava com 4 quilos e 800. Ela tinha ganhado peso de 100 gramas no caso. Mas nós estávamos dando tudo certinho a fórmula, como a pediatria falou” disse a mãe.

O pai ainda perplexo com a situação acredita que não havia motivos para que as crianças fossem retiradas de casa e que as pessoas deveriam se preocupar com quem realmente precisa de ajuda.

“Nós estávamos fazendo a fórmula corretamente, como a pediatria falou. Tudo certinho. E dava o leite, tudo certinho. Como ela falou. Então não teria motivo para retirar minhas meninas desse tipo. Tem que correr atrás realmente de pessoas que necessitam de ajuda, principalmente. Como eu vou tirar de dentro de um lado um pai e uma mãe, sendo que são proprietários de casa. Nós temos propriedade, nós moramos aqui” disse o pai.

A equipe da CGN conversou com o Conselheiro Tutelar Gustavo Scherole de Brito, que acompanhou o oficial de justiça até à residência no dia em que as crianças foram retiradas da família.

“Eu fui o conselheiro acionado para dar apoio ao oficial de justiça que estava em cumprimento de mandato, não sou o conselheiro de referência do caso, mas houve uma determinação judicial em que foi solicitado para aquele momento o afastamento das crianças e como a gente sempre orienta os pais que eles têm todo o direito de recorrer a essa decisão, podem constituir um advogado, seja ele público ou particular, para reaver” explicou.

Ele explicou que para esse caso específico o juiz entendeu que existiam elementos necessários para que fosse tomada a medida do afastamento, mas que existe uma equipe técnica que acompanha esses casos e que trabalha no intuito de fortalecer esse vínculo, que foi rompido, com a família e assim que possível essas crianças voltarão para casa.

“Quando esse vínculo é rompido, nós enquanto Rede temos que trabalhar para fortalecer o vínculo e que, diante de todas as ações, seja assistência, saúde, educação, tomar, para que o juiz venha entender que aquela mãe hoje ela estará, novamente, a receber aquelas crianças, ele vai, logicamente, que reintegrar, mas fica a critério da ação em rede e também do que a mãe demonstrar através dos atendimentos técnicos” explicou o conselheiro.

O conselheiro ainda ressaltou que o Conselho Tutelar é um órgão garantidor de direito, mas naquela ação específica, atuou em apoio ao Oficial de Justiça no cumprimento do mandado.

“Mas, reforço, quando há uma tomada de decisão em que as crianças são afastadas, que é a medida mais excepcional do que o Estatuto prevê, existe, sim, um conjunto de informações que levaram a tomar tal decisão. Isso não foi do acaso, isso não foi do além do nada” finalizou o conselheiro.

A equipe da CGN continua acompanhando o caso até que as crianças sejam devolvidas para a família.

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