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“Me deu um beijo e falou Amor, eu já volto”: namorada de Edson Oliveira detalha últimos momentos com marido

A namorada de Edson, ainda em luto, compartilhou com a equipe da CGN os detalhes angustiantes da noite do acidente. Segundo ela, Edson estava em serviço...

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Por Silmara Santos

No início da noite de sábado (30) em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Cascavel. Familiares e amigos de Edson Aparecido Canabarro de Oliveira, vigilante e vítima fatal de um acidente de trânsito, se reuniram em um protesto clamando por justiça. Munidos de cartazes, o grupo pediu que o motorista da caminhonete, que colidiu com a moto de Edson, seja responsabilizado pela tragédia.

A namorada de Edson, ainda em luto, compartilhou com a equipe da CGN os detalhes angustiantes da noite do acidente. Segundo ela, Edson estava em serviço de monitoramento, com ela, antes de sair para atender uma ocorrência perto de casa.

“No dia do acidente, ele estava comigo no monitoramento. Ele estava fazendo a ronda e eu estava com ele. E ele veio para casa tomar café comigo. Nós ficamos tomando café. Aí, nisto, ligaram. A gente ficou no telefone, na base, até 1h16 da manhã”.

Ela conta que, após uma hora de atraso no retorno do marido, uma ligação trouxe a notícia devastadora.

“Ele foi para essa ocorrência, me deu um beijo e falou Amor, eu já volto para a gente terminar de tomar café junto.E, nisso, eu falei Então, tá. Eu vou dobrar umas roupas que tem em cima do sofá e continuei dobrando. E eu sempre ficava em chamada com ele. E, nesse dia, eu não fiquei. Não fiquei em chamada. Eu não ficava sempre monitorando o trajeto dele. E, nesse dia, eu não fiquei. Deu 2h40, 2h e pouquinho, ele foi para essa ocorrência. Ele falou, aqui é pertinho daqui, leva x minutos, eu vou e volto rápido. Deu 3h da manhã, deu 3h, 3h e pouquinho, nada dele aparecer. Eu fiquei preocupada. Já fazia mais de 30 minutos que ele era para ter retornado e não tinha retornado. Eu liguei para o telefone dele”.

Uma pessoa no local do acidente atendeu o telefone de Edson e informou sobre o acidente e ela foi ao local acompanhada do pai e da mãe de Edson. Desesperada, ela correu até o local, onde encontrou a moto de Edson jogada e seu corpo coberto por uma lona.

“Uma pessoa que estava no local do acidente atendeu o telefone. Fiz uma chamada de vídeo, como eu sempre fazia, achando que tinha acontecido alguma coisa grave. Essa pessoa atendeu e mencionou do acidente, que tinha havido um acidente. Estava esperando o socorro chegar. Nisso que o socorro não chegou, caiu a ligação. Eu liguei de novo, novamente. Pediu o endereço para eu ir até lá. Eu falei, moça, não desliga, por medo de alguém perder o telefone e celular e não saber onde ele estava. Aí, nisso, eu liguei novamente o paramédico para atender o telefone. Aí, eu me identifiquei como esposa dele. Me identifiquei como esposa e ele falou, vem até o local. Eu perguntei qual hospital ele estava sendo levado. Ele só falou para mim, vem até o local. Aí, passou para mim o endereço. […] A mãe dele estava recém-operada. Ela saiu com muita dificuldade de casa. O pai dele tirou o carro dele para fora. A gente foi para o local do acidente. Chegou lá, a moto jogada de um lado. E o corpo dele com a lona em cima. Eu só saí correndo e puxei aquela lona. O policial me segurou com força. E disse que não era para eu tocar no corpo. Não era para eu mexer no corpo dele. Aí, eu falei que não ia mexer. Eu só queria ver ele. Aí, ele tirou. Eu vi o rosto dele. Identifiquei ele ali”.

A família de Edson, agora, busca respostas e justiça. A dor da perda é agravada pela incerteza e pela sensação de impunidade. A manifestação organizada pelos familiares e amigos é um pedido por justiça, um grito que ecoa nas ruas de Cascavel.

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