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Apenados da PETBC ameaçam terceira rebelião em carta endereçada à CGN

Em carta endereçada à CGN e ao deputado estadual Oziel Luiz de Souza, o Batatinha, apenados revelaram algumas condições vividas por eles dentro da unidade penal...

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Por Silmara Santos

Familiares de apenados da PETBC (Penitenciária Estadual Thiago Borges de Carvalho) entregaram uma carta para a redação da CGN na noite desta sexta-feira (21) com uma notícia preocupante.

Em carta endereçada à CGN e ao deputado estadual Oziel Luiz de Souza, o Batatinha, apenados revelaram algumas condições vividas por eles dentro da unidade penal e ameaçaram uma nova rebelião.

A carta começa citando um trecho da Lei de Execução Penal (7.210/1984) que diz “a assistência ao preso é dever do estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno a convivência em sociedade, tal assistência abrange múltiplos aspectos”.

Na sequência da carta, os apenados revelam problemas com assistência médica e a superlotação nas galerias, que segundo eles, em cada cubículo era para ter seis ocupantes e está com nove apenados. Além disso, eles pedem alguns medicamentos básicos para que consigam tratar alguns sintomas sem a necessidade de consultar com um médico.

“Galeria esta que possui seis cubículos, que era para ter 6 ocupantes e está com superpopulação 9 por cubículo. São 54 presos com duas vagas semanais (para consulta médica), remédios só com receita médica, onde não está havendo médico. Pedimos que liberem que os familiares possam trazer na sacola, tipo anti-inflamatório, ibuprofeno, dipirona, paracetamol, que a unidade não está suprindo”.

Outro questionamento que em carta já foi feito várias vezes é sobre as visitas. Nesta carta em especial, os apenados reiteram que muitas vezes os familiares voltam para casa sem realizar a visita e alegam que não são informados sobre os motivos.

Muitas vezes, essas famílias que aguardam para a visita, segundo eles, são as mesmas que passaram a madrugada na fila para visitar um familiar.

Em outro trecho da carta, os apenados falam sobre tortura psicológica e alegam estar sendo submetidos a perseguição por parte quatro agentes, os quais tem o nome citado na carta.

Os apenados questionam a demora na entrega dos produtos comprados e enviados por Sedex, pois segundo eles, os alimentos e itens de higiene levam uma semana para revista. Eles relatam que por conta da demora, os alimentos acabam ficando com cheiro e gosto dos produtos de higiene e precisam ser descartados. Novamente citam o nome de um dos agentes que seria o responsável por essa revista na unidade penal.

Continuando a mesma carta, os apenados questionam a quantia insuficiente de salada para ser dividida entre os integrantes do cubículo e falam que “deveria ser 1 cartucho com uma porção (salada) para cada preso.

Ainda sobre a alimentação servida, os apenados dizem que além das marmitas chegarem sujas e amassadas, a “mistura” é repetitiva e que quase sempre está “azeda, estragada e preso acaba passando mal”. Eles também dizem que se os Direitos Humanos ou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) visitarem a penitenciária “tudo é maquiado”.

Finalizando a carta, os apenados revelam que os presos que estão em progressão de pena (trabalho) tem medo de perder os benefícios e caso sejam entrevistados dirão que está tudo bem, mas que os presos das galerias 1ª,2ª,3ª,4ª,5ª,6ª,7ª e 8ª do terceiro bloco farão relatos das violações dos direitos constituídos pela Lei de Execuções Penais.

A carta, que foi escrita nessa quinta-feira (20) é finalizada com uma ameaça preocupante sobre a terceira rebelião na unidade penal.

“Se continuar dessa forma, tudo se encaminha pra uma terceira rebelião” finalizam os apenados.

A equipe da CGN deixa o espaço aberto para que a direção da unidade prisional se manifeste sobre as denúncias.

Confira as cartas na íntegra:

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