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Apenado em PETBC de Cascavel relata opressão psicológica e agressões físicas em carta

A família divulgou uma carta que relata abusos que estão sendo sofridos dentro da unidade. ...

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Por Silmara Santos

Familiares de apenados na PETBC (Penitenciária Estadual Thiago Borges de Carvalho), a antiga PEC, em Cascavel, entraram em contato com a CGN na noite desta segunda-feira (05) com um pedido de socorro de um dos apenados.

A família divulgou uma carta que relata abusos que estão sendo sofridos dentro da unidade.

“Primeiramente queremos relatar as opressões psicológicas e a falta de respeito com nossas famílias da parte dos funcionários. Famílias sofrem xingamentos, ameaças”.

De acordo com as cartas, famílias que vem de outras cidades e até de outros estados chegam na porta da unidade por volta das 3h da manhã e entram na unidade por volta das 10h para ficar dentro até às 13h30.

Na carta, o apenado ainda relata que uma funcionária chamada Gabriele seria responsável por revistas excessivas e que a mesma estaria fazendo visitantes retornarem para suas casas alegando que as mesmas estão com materiais ilícitos introduzidos em seus corpos.

“São famílias de respeito, humildes e honestas e muitas delas são idosas, grávidas ou com problemas de saúde. Onde oprimem nossas visitas obrigando a passar na máquina de raio-x sem roupa e agachadas”.

Na carta ele relata que muitas visitas entram na unidade chorando e relatando o que os funcionários estão fazendo com elas.

“Até nossos filhos, nossas crianças, que vem uma vez no mês nos visitar, os funcionários não estão respeitando. Sabemos que erramos na rua e estamos privados da nossa liberdade já pagando pelos nossos erros, mas nossas famílias não tem culpa do que fizemos lá fora. Para estar sofrendo, nossas famílias não têm culpa”.

Em outro trecho da carta, ele relata opressões psicológicas e físicas sofridas constantemente pelos internos que seriam causadas pelos funcionários da unidade.

“Queremos relatar as opressões físicas e psicológicas que nós internos sofremos constantemente aqui da parte dos funcionários, da parte da chefia de segurança da unidade, da parte dos setores GSI/SOE, onde esta unidade dividida em três blocos que nós estamos relatando essas situações recíprocas. Estamos jogados, esquecidos no 3° bloco dessa unidade onde opressões da parte dos funcionários é extrema”.

Na carta, o apenado ainda alega que os internos estão sofrendo agressões físicas.

“De 15 em 15 dias sofremos procedimentos abusivos, em horários noturnos, jogam nós em pontos cegos das câmeras de segurança que estão apontadas na direção das galerias e dos cubículos, onde nós já rendidos nos procedimentos, servidores da GSI e SOE jogam spray de pimenta em nossas faces, dão tiros de espingarda calibre 12 em nossa direção, sendo que nos procedimentos estamos sentados só de cueca com dedos entrelaçados na nuca, muitos saem desmaiados por falta de ar, porque tem asma e diversos tipos de problema de saúde e enfermidades. Respeitamos os requisitos obrigatórios dos procedimentos e não entendemos o motivo deles nos bater fisicamente sem nós expor qualquer reação”.

Em um dos trechos da carta, o apenado relata que os servidores entram nos cubículos e retiram produtos de higiene e de alimentação que são levadas por familiares ao local.

“Excelentíssimo Juiz Paulo Damas, estamos escrevendo esta carta como pedido de socorro. Porque a todo momento estão tentando nos calar das seguintes formas: colocam-nos em procedimento na mira de diversos servidores armados e nos ameaçam falando que se nós divulgarmos o que ocorre nessa unidade eles irão tirar tudo o que nós já não temos, ameaçam falando que a opressão vai ser constante com nossos familiares na porta dessa unidade prisional”.

O apenado finaliza as cartas dizendo ainda que os servidores tiram fotos e gravam vídeos com celulares particulares dentro da unidade.

“Por favor senhores, nos ajuda a chegar esse pedido de socorro a conhecimento do excelentíssimo SR. DR. Paulo Damas, juiz corregedor dos presídios da 14ª comarca de Cascavel-PR” finaliza.

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