Estudo quer fim do desmatamento legal para zerar gases estufa no país
Acabar com o desmatamento legal e ilegal e investir no reflorestamento em larga escala estão entre as medidas sugeridas por estudo da Universidade de Oxford, no......
Publicado em
Por CGN
Acabar com o desmatamento legal e ilegal e investir no reflorestamento em larga escala estão entre as medidas sugeridas por estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, para que o Brasil chegue à meta de zerar a emissão líquida de gases do efeito estufa até 2050 – uma das obrigações assumidas pelo país diante do mundo para combater a crise climática.
Chamada de meta net zero, ela define que todos os gases que um país emitir devem ser compensados pelos gases que ele é capaz de absorver, por exemplo, pela ação das florestas. Os gases do efeito estufa, como dióxido de carbono (CO²) e metano (CH4), são os responsáveis pelo aquecimento da terra.
Para alcançar essa meta no Brasil, a pesquisa da Oxford afirma que a melhor forma é por meio de soluções baseadas na própria natureza. Já as soluções mais tecnológicas, como a captura de carbono na atmosfera, além de mais caras, não se adaptam completamente à situação brasileira, segundo os pesquisadores.
No caso brasileiro, o vilão não é a queima direta de combustível fóssil, mas o uso que o país faz da terra, com destaque para o desmatamento. Segundo a pesquisa, o uso da terra foi responsável por 46% das emissões de gases do efeito estufa em 2020, sendo 90% desse total causadas pelo desmatamento. O segundo principal vilão é o setor agropecuário, responsável por 25% das emissões de gases do aquecimento global.
A brasileira Aline Soterroni, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido – Foto John Lynch/Divulgação
Desmatamento legal
Diante desse cenário, a pesquisa afirma que o Código Florestal, caso fosse corretamente aplicado, seria capaz de reduzir as emissões líquidas em apenas 38% até 2050. Isso porque o estudo estima que o desmatamento legal, aquele permitido pelo Código Florestal, pode chegar a 32 milhões de hectares até 2050, uma área do tamanho do estado do Maranhão. Do total do desmatamento legal, quase metade (48%) deve ocorrer no Cerrado.
Agropecuária
O estudo calculou ainda como ficaria a produção de carne bovina e de soja caso fosse adotada a sugestão de acabar com todo o desmatamento, aplicar corretamente o Código Florestal e reflorestar em larga escala. Afinal, a pesquisa calculou que, de 2019 a 2021, quase 98% das áreas desmatadas no Brasil foram diretas ou indiretamente impulsionadas pela agropecuária.
A cientista ambiental brasileira acrescentou que é preciso ainda aumentar a produtividade, principalmente da pecuária que, no Brasil, ocupa extensas áreas para poucas cabeças de gado. Ao mesmo tempo que é um dos vetores do desmatamento, a agropecuária deve ser duramente afetada pelas mudanças climáticas.
“A agricultura brasileira depende dos serviços ecossistêmicos da natureza, afinal 90% da agricultura do Brasil não são irrigados, ela depende da água da chuva. Portanto, é fundamental manter o equilíbrio dos ecossistemas para o próprio futuro da agricultura brasileira. Para isso, é estratégico acabar com o desmatamento e não há necessidade de desmatar para continuar produzindo”, explicou.
Aline lembrou que o Brasil ainda não incluiu a meta de zerar as emissões líquidas de gases do efeito estufa até 2050 nos planos e legislações nacionais. “Você precisa de um plano com metas intermediárias, com metas de emissões de cada setor e monitorar isso com ambição”, concluiu.
Fonte: Agência Brasil
Notícias Relacionadas:
Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação
Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.
Participe do nosso grupo no Whatsapp
ou