CGN
Acesse aqui o Discover e busque as mais lidas por mês!
Imagem referente a Família de idosa que morreu soube de diagnóstico de Covid-19 pela imprensa e questiona prefeitura

Família de idosa que morreu soube de diagnóstico de Covid-19 pela imprensa e questiona prefeitura

Família relata que horário que aparece como coleta do exame velório da mulher era realizado......

Publicado em

Por Mariana Lioto

Publicidade
Imagem referente a Família de idosa que morreu soube de diagnóstico de Covid-19 pela imprensa e questiona prefeitura

Ontem a prefeitura divulgou que o 15º óbito por Covid-19 em Cascavel foi de uma idosa de 77 anos que faleceu no dia 11. Foi pela imprensa que a família de Maria Aparecida Malizan observou os dados e percebeu que o óbito poderia ser da idosa, pois as datas de internamento coincidiam, bem como a idade e local de internamento.

Eles procuraram o município e hoje conseguiram acesso a um exame que teve resultado detectável para Sars-Cov2. A família diz que em nenhum momento teve a informação de que o caso de Maria era suspeito de Covid-19, nem antes, nem depois do óbito. Consta na certidão de óbito “causa indeterminada do óbito, insuficiência cardíaca congestiva, doença de múltiplos valvas” e o velório da mulher foi feito com caixão aberto. Com vários questionamentos, o filho Adriano Malizan conversou por telefone com a reportagem da CGN.

Ele relatou que a mãe fez uma cirurgia cardíaca em fevereiro e depois disso ficou com a saúde bastante debilitada, inclusive fazendo uso do respirador em casa e com o acompanhamento do Paid (Programa de Atenção e Internamento Domiciliar), serviço que sempre foi prestado com boa qualidade.

Na época do dia das mães, aproximadamente, a saúde dela piorou e Maria Aparecida teve o diagnóstico do dengue.

“No dia 4 de junho mobilizamos o Paid e no dia 7 ela foi para a UPA Brasília. A prefeitura disse que ela tinha sintomas como tosse, mas nós não observamos nada disso. Quando ela faleceu nos pediram para fazer o velório caixão lacrado mas nós insistimos, falamos com o médico e ele disse com certeza que foi infarto, então foi liberado para fazer o velório normalmente. Depois que vimos a divulgação da morte e imaginamos que podia ser a dela nós que procuramos a saúde e agora eles estão pedindo uma lista de quem esteve no velório”, relata.

Outro item que a família não entende é que no exame consta que o material foi coletado no dia 12 de junho, às 9h47, mas neste horário o corpo de Maria era velado e a família garante que não houve coleta.

Maria Aparecida Malizan era moradora do Bairro Interlagos onde quanto tinha saúde trabalhava inclusive fazendo salgados para vender. Ela deixa sete filhos e mais de 20 netos.

Resposta da Secretaria de Comunicação

A prefeitura encaminhou à CGN a seguinte nota:

“Sobre as informações da imprensa referente ao falecimento da paciente MAM, a SESAU esclarece o que segue:

  1. Informações a respeito do estado da paciente: diariamente era exposto o quadro crítico aos familiares. A mesma, aguardava vaga via central de leitos e já tinha comorbidades que limitavam sua evolução.
  2. Informações quanto ao óbito: o plantonista não afirmou ser um infarto e tampouco descaracterizou Covid, pois não tinha resultado de pcr (exame que confirma ou descarta a doença). O mesmo afirmou aos familiares que o teste rápido havia sido negativo, como de fato foi. Ofereceu ainda encaminhar o corpo ao SVO para buscar a causa mortis e elucidar o quadro de óbito. A família negou tal procedimento. A assistente social estava presente na conversa. Isso foi registrado em prontuário e também em conversas por whats com o plantão do SVO.
  3. Preenchimento da Declaração de Óbito: Sobre a questão técnica do preenchimento da DO, não há nada contraditório. A causa é indeterminada. Os outros eventos tem influência no desfecho e por isso também foram colocados. A patologia valvar (cirurgia recente) e o quadro de entrada, de insuficiência cardíaca, eram claros. O quadro pode ter sido descompensado por evento infeccioso.
  4. Mesmo a equipe sendo clara em suas informações, o filho realizou ameaças ao Serviço Social, e à equipe médica de plantão, inclusive demonstrando intenção de agressão física.
  5. Destacamos ainda que o exame pcr não tem resultado simultâneo. Demora para chegar.
  6. Vivemos em tempo de pandemia, difícil saber se faleceu COM ou DE corona vírus. Pessoas infectadas podem estar assintomáticas. Não podemos deixar de considerar as condições prévias da paciente. Pelo próprio relato dos familiares, a paciente vinha sofrendo há 4 meses.
  7. Lamentável termos de acompanhar e esclarecer pela imprensa tais fatos, que deveriam ser sigilosos, em respeito à vida e ao processo de morte de cada um. Manteremos nosso compromisso, mesmo com críticas infundadas, trabalhar sempre pelo melhor do paciente. Entretanto, não transfiram o sentimento pela morte. Isso é insubstituível. Todos nós teremos o mesmo fim.
  8. Imprensa, nesse momento principalmente, sejam sensatos e não levianos.
    Ficamos à disposição para quaisquer esclarecimentos”.

Fugindo das respostas, Secretaria de comunicação da prefeitura de Cascavel deixou de esclarecer:

A CGN havia questionado qual é o protocolo para informar a família sobre o diagnóstico de Covid e o que a prefeitura faz para localizar os contatos. Não houve retorno sobre estes procedimentos e se, neste caso algo foi feito. A prefeitura também não abordou na nota o que explica o horário da coleta de exame constar como o horário que o velório era realizado.

O município disse ainda que “diante da denúncia apresentada pela família da paciente, a Secretaria de Saúde estará fazendo análise do prontuário e dos exames verificando as datas da coleta e posteriormente comunicará o resultado. O resultado será apresentado nos próximos dias”

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais