
Para 68% dos nordestinos, efeitos do clima foram mais severos em 2024
Entre as mudanças percebidas, 96% dos entrevistados citaram aumento de temperatura; 90%, a ocorrência de menos chuva e 83%, secas mais graves – sendo que, entre......

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Por CGN
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Entre as mudanças percebidas, 96% dos entrevistados citaram aumento de temperatura; 90%, a ocorrência de menos chuva e 83%, secas mais graves – sendo que, entre os habitantes de cidades do interior com renda familiar de até um salário mínimo, a percepção da estiagem sobe para 86%.
Quase metade (49%) dos entrevistados não consideram que a deterioração das condições climáticas seja uma crise, embora admitam se tratar de um “grave problema”. Outros 27% consideram, sim, tratar-se de uma crise. Para 10% das pessoas consultadas, a questão climática é um “problema menor”, enquanto 9% não vêem nenhum problema e 5% não souberam ou não responderam às perguntas.
Entre os moradores dos nove estados do Nordeste – Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe – entrevistados, a avaliação de que o mundo vivencia uma crise climática é mais recorrente entre mulheres (31%); jovens de 16 anos a 24 anos de idade (35%); pessoas com ensino superior (39%) e quem tem renda superior a cinco salários mínimos (38%).
Juntos, esses dois grupos totalizam 53% dos que responderam às perguntas, um percentual maior do que os que classificam a situação do clima como um “grave problema”, e englobam, principalmente, quem tem ensino superior (16%) e renda familiar acima de cinco salários mínimos (22%).
“A pesquisa mostra que os nordestinos estão preocupados com as mudanças climáticas e têm sentido os eventos extremos, como as altas temperaturas e as secas, com destaque para a população mais pobre e do interior. Os dados também revelam uma percepção mais crítica entre os brasileiros com maior escolaridade”, explica o executivo-chefe do Nexus, Marcelo Tokarski.
Percepção
A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Morgana Almeida avalia que os resultados da pesquisa sugerem que, a cada dia, mais e mais pessoas têm se dado conta do alcance das mudanças climáticas e se inteirado de suas consequências.
“A pesquisa retrata que a população está mais atenta às questões do clima. E isso é muito importante, pois a condição de clima e tempo é fundamental para a vida de todos”, disse Morgana à Agência Brasil.
Segundo a meteorologista, que vive no Recife, apesar das peculiaridades locais, é possível afirmar que, em linhas gerais, a percepção dos entrevistados coincide com o balanço de especialistas sobre as condições regionais.
“O Nordeste é muito grande, muito diverso. Em 2022, por exemplo, a região metropolitana do Recife enfrentou uma das piores catástrofes em termos de chuvas extremas, que vitimou mais de 140 pessoas. Então, neste aspecto, para o morador do Recife, 2024 não foi pior. Mas quando se trata de temperaturas, o ano passado foi um dos mais quentes já registrados [inclusive na região]”, comentou Morgana, lembrando que, em 2024, a média brasileira das temperaturas atingiu 25,02ºC, ou seja, 0,79% acima da média histórica de 24,23ºC, o que tornou o ano passado o mais quente registrado no país desde 1961.
Norte
Para tentar entender a avaliação dos nordestinos sobre as mudanças climáticas e seus efeitos, os pesquisadores do Nexus entrevistaram a 1.216 pessoas, entre 12 e 17 de dezembro de 2024. A margem de erro da amostra em cada região é de 3,5 p.p, com intervalo de confiança de 95%.
Em março, o instituto divulgou os resultados da mesma pesquisa aplicada a 1.195 moradores dos sete estados da Região Norte – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Fonte: Agência Brasil
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