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CFM solicita proibição do uso de PMMA no Brasil

A decisão reflete a preocupação do órgão com o aumento de complicações graves associadas ao uso da substância, especialmente quando aplicada por profissionais não médicos. Até...

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Por Diego Cavalcante

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) entregará nesta terça-feira (21), em Brasília, um documento à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedindo o banimento do polimetilmetacrilato (PMMA) no Brasil.

A decisão reflete a preocupação do órgão com o aumento de complicações graves associadas ao uso da substância, especialmente quando aplicada por profissionais não médicos. Até o ano passado, o CFM permitia seu uso, desde que realizado por cirurgiões qualificados. A nova posição marca uma mudança significativa no entendimento do conselho.

O PMMA é amplamente utilizado em procedimentos estéticos, mas apresenta riscos consideráveis, como deformações permanentes, necrose muscular e insuficiência renal. Trata-se de uma substância plástica não absorvível e de difícil remoção completa do organismo. Tanto a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) quanto a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) já desaconselham sua aplicação.

Uso restrito no país

Atualmente, a Anvisa autoriza o uso do PMMA apenas para corrigir deformidades decorrentes de doenças como poliomielite e aids, com limitações rigorosas. Entretanto, o baixo custo em comparação com outras substâncias, como o ácido hialurônico, incentiva seu uso em procedimentos diversos, gerando riscos para os pacientes.

Caso em Cascavel expõe perigos do PMMA

Em Cascavel, no Paraná, Raquel Roseli Demichei Dornelles iniciou ações cíveis e criminais contra a Clínica Revive após complicações graves em um procedimento estético. Ela alega ter contratado serviços de harmonização facial que incluíam Sculptra, toxina botulínica e outros tratamentos, mas recebeu PMMA em substituição ao produto combinado.

Laudos médicos e uma biópsia confirmaram a presença do polimetilmetacrilato, associado a nódulos e deformidades na paciente. Raquel busca reparação judicial por danos físicos e morais.

Polícia investiga práticas ilegais

A Polícia Civil do Paraná, por meio do 1º Distrito Policial de Cascavel, deflagrou a Operação Mitríade para investigar irregularidades em clínicas estéticas. Durante as diligências, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em dois locais: uma residência no Bairro Country e a Clínica Revive, no Centro.

Na clínica, foram apreendidos computadores, caixas de PMMA e documentos que serão analisados. A operação também recolheu uma máquina de contar dinheiro e outros materiais na residência dos investigados. O caso segue sob investigação, com o objetivo de identificar e responsabilizar os envolvidos.

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