Apenados assassinados em Cascavel: Polícia Penal fala sobre protocolos de segurança

Cascavel viveu uma semana marcada por dois homicídios envolvendo apenados do sistema prisional, ocorridos em dias consecutivos. Em entrevista coletiva, Thiago Correia, diretor da 8ª Região da Polícia Penal, destacou o dinamismo do sistema penitenciário e os esforços contínuos para aprimorar a segurança e ressocialização.

No primeiro caso, registrado na segunda-feira, a vítima era um apenado do regime semiaberto que cumpria sua pena com monitoramento por tornozeleira eletrônica. Ele trabalhava durante o dia e retornava à residência ao fim do expediente.

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A vítima seria apenado e estaria prestando serviços no jardim da Prefeitura sob supervisão da Polícia Penal, quando, por volta das 11h os atiradores chegaram e efetuaram vários disparos contra o homem.

Ele foi surpreendido pelas costas e foi alvejado diversas vezes, perdendo a vida no gramado, em frente ao prédio do poder executivo do município

Na terça-feira, outro apenado, que estava em regime fechado, mas autorizado a trabalho externo em uma empresa privada, evadiu-se do canteiro de trabalho no período da tarde e foi encontrado morto em seguida.

Ele foi atingido por cerca de cinco disparos, sendo três na cabeça, um nas costas e um no braço. Cápsulas de munição 9mm foram encontradas próximas ao corpo, que caiu na calçada de uma via desprovida de imóveis na frente.

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Correia explicou que, no segundo caso, a evasão foi percebida pela empresa durante o horário de almoço, por volta das 13h. “A empresa comunicou imediatamente à Polícia Penal, que iniciou os protocolos de busca. Porém, pouco depois, fomos informados sobre o homicídio de uma pessoa cujas características coincidiam com as do apenado.”

Monitoramento e segurança

O diretor enfatizou que ambos os apenados estavam em processos avançados de reintegração social e que não apresentavam histórico de comportamentos que demandassem maior vigilância. “Estamos falando de pessoas que já provaram estar aptas a retornar gradativamente à sociedade. Ambos tinham bom comportamento e estavam trabalhando há meses sem registros de incidentes”, afirmou Correia.

Sobre o monitoramento, ele esclareceu que as empresas onde os apenados trabalham têm responsabilidade direta pela supervisão, em contato constante com a Polícia Penal. A fiscalização das atividades externas inclui rondas diárias e comunicação imediata em caso de irregularidades.

Investigações e ajustes

Embora as investigações sobre os homicídios estejam em curso pela Polícia Civil, Correia afirmou que os dois casos não possuem, até o momento, ligação entre si ou com atividades dentro das unidades prisionais. “As causas desses crimes ainda estão sendo apuradas. Não podemos fazer especulações ou expor detalhes que comprometam as famílias ou as investigações”, disse.

Em resposta aos incidentes, a Polícia Penal anunciou o reforço de protocolos de segurança. “Intensificamos a fiscalização nos canteiros de trabalho e estamos revisando os procedimentos sem prejudicar o andamento dos projetos de ressocialização, que têm se mostrado eficazes para a reintegração dos apenados.”

Impacto nos projetos de ressocialização

Atualmente, cerca de 250 apenados trabalham fora das unidades prisionais na região de Cascavel, em empresas privadas e órgãos públicos. Correia destacou a importância de preservar esses projetos, que oferecem oportunidades de reintegração social e profissionalização. “Não podemos interromper o progresso de pessoas que estão demonstrando capacidade de reinserção na sociedade por conta de dois episódios isolados.”

A Polícia Penal reforçou seu compromisso com a segurança pública e com a ressocialização dos apenados, mantendo a colaboração com a Polícia Civil nas investigações.