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O que pode ter causado a queda do avião da VoePass em Vinhedo? Veja hipóteses

As respostas oficiais preliminares devem sair nesta sexta-feira (5/9) e virão de um documento elaborado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão...

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Por Diego Cavalcante

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A queda do ATR-72 em Vinhedo (SP), em 9 de agosto, matou 62 pessoas. Destas, 58 eram passageiros e quatro faziam parte da tripulação. Logo após o acidente, surgiu o questionamento de qual poderia ser a causa da tragédia.

As respostas oficiais preliminares devem sair nesta sexta-feira (5/9) e virão de um documento elaborado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB). A relação da queda com formação de gelo é uma das mais prováveis.

A aeronave havia saído de Cascavel, no Paraná, às 11h58 de sexta-feira (9/8) e tinha como destino o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. No entanto, a queda ocorreu antes da aeronave chegar a seu destino final. O voo da VoePass caiu em Vinhedo às 13h20 daquele dia.

Após o acidente, surgiram as hipóteses do que teria acontecido. Uma delas é que o acidente possa ter relação com a formação de gelo nas asas. A suposição é alimentada pelos boletins meteorológicos do dia e pelo histórico de um acidente similar nos Estados Unidos há 30 anos.

Em 1994, outro ATR-72 caiu no dia 31 de outubro, em Chicago, EUA. A aeronave enfrentou condições severas de gelo e perdeu o controle. O relatório final do NTSB, órgão dos Estados Unidos semelhante ao Cenipa, apontou a formação de gelo em partes do avião como um dos fatores que contribuíram para a queda.

A hipótese relacionada ao gelo foi simulada por uma equipe do Fantástico que foi até a Áustria para experimentar um simulador com as mesmas características do ATR-72. Pode ser que o gelo tenha se formado nas asas, o que alteraria a curvatura da aeronave. Com isso, haveria a perda de sustentação e controle da aeronave.

Para evitar a formação de gelo, o modelo conta com dispositivos de prevenção. A perícia vai responder se no momento da queda eles estavam em operação e se teriam sido acionados ou não. A VoePass divulgou que a aeronave decolou em condições de voo.

Também chegou a ser especulado que a queda tenha relação com resquícios de danos causados por um “tailstrike” — termo técnico usado na aviação para quando o avião bate com a cauda na pista.

Stoll

Na simulação realizada na Áustria, o problema começa com gelo o para-brisa e parte das asas. Em seguida, há a perda de altitude e os alarmes de “stoll” soam na cabine. As telas mostram a aeronave caindo e girando, a chamada queda em “parafuso”.

Na reprodução do simulador, o piloto austríaco Dieter Reinsinger conseguiu reverter a situação abaixando o nariz e aumentando a velocidade. No entanto, ele mesmo advertiu ser uma situação de difícil controle, e que os passos no simulador não correspondem ao que realmente aconteceu. “A gente não sabe o que aconteceu lá em cima“, ressalvou.

Por enquanto, o Cenipa divulgou apenas que a ocorrência foi qualificada como perda de controle em voo. O órgão investigativo concluiu, no último 12 de agosto, apenas a perícia inicial onde o avião da VoePass, a antiga Passaredo, caiu, dentro de um condomínio residencial. Ninguém ficou ferido no local.

A investigação do Cenipa têm como foco apenas a revelação dos fatores que contribuíram para a queda, e não a responsabilização dos possíveis envolvidos. A apuração criminal fica a cargo da Polícia Civil, que realiza trabalho paralelo com foco na questão criminal.

Com informações do Metrópoles

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