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Cena teatral nordestina conquista público do Rio
© Tomaz Silva/Agência Brasil

Cena teatral nordestina conquista público do Rio

A cena teatral nordestina conquistou lugar de destaque com o público carioca, que tem garantido a continuidade das produções no Rio. Uma das atrações é a......

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Por CGN

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Cena teatral nordestina conquista público do Rio
© Tomaz Silva/Agência Brasil

A cena teatral nordestina conquistou lugar de destaque com o público carioca, que tem garantido a continuidade das produções no Rio. Uma das atrações é a do ator e produtor piauiense Vitorino Rodrigues, integrante do grupo Truá Cia de Espetáculos do Piauí, em temporada na cidade até o próximo domingo (28).

Vitorino Rodrigues, que investiga as novas escritas teatrais no Nordeste, apresenta o monólogo O Que Te Escrevo É Puro Corpo Inteiro, no Teatro Dulcina, no centro da capital, com texto de Nathan Sousa e direção de Wellington Júnior. O texto trata do conflito de um professor de literatura, escritor e ator que, ao passar a limpo sua história de vida, faz uma reflexão sobre a relação com alunos, leitores, público e todas as questões que se relacionam a este percurso socioafetivo.

Este é um dos exemplos da chegada das produções teatrais nordestinas ao Rio, que têm como característica a diversidade de temas. De acordo com os produtores, acabou a ideia de que, para falar de Nordeste, tinha que abordar somente a seca e a miséria do povo. Para o ator, esse aspecto resultou em maior visibilidade das produções e fortaleceu o interesse do público na cena teatral nordestina.

Vitorino Rodrigues acrescentou que a visibilidade tem se ampliado também com a televisão, que tem incluído mais atores nordestinos em novelas e seriados e feito produções com o elenco formado, na maioria, por artistas da região. “Há vários nordestes e possibilidades de se exercitar as artes cênicas que estão aí”, disse, em entrevista à Agência Brasil.

Para a atriz Quitéria Kelly, fundadora do Grupo Carmin, de Natal, embora o tema regional ainda seja abordado, as fronteiras vêm sendo quebradas, e as produções passaram a ter temas mais diversos.“Existe uma complexidade cultural quando se fala de Nordeste, porque Nordeste parece que só é a coisa regionalista, mas o Nordeste é múltiplo. Nosso grupo nunca fez peça regionalista, e não deixa de ser um grupo nordestino”, disse Quitéria à reportagem. Segundo a atriz, não se pode esquecer que cada estado que compõe a região tem uma cultura específica.

“Quando se fala sobre um grupo nordestino, fala-se do Nordeste a partir de onde? Do Maranhão? É uma cultura completamente diferente da de Pernambuco, que é completamente diferente da da Bahia. Então, é muito difícil definir o que é o teatro nordestino, porque já não se enquadra mais nessas amarras do regionalismo. A gente está falando de tudo. Os temas são diversos”, afirmou.

A produtora Mariana Areia Leão Hardi faz coro com a questão da regionalização. Para Mariana, as produções estão se destacando com vários temas. “Encaixotar tudo em seca é resumir bastante um espectro enorme como é a Região Nordeste”, disse à Agência Brasil.

“É um trabalho continuado, um processo de reconhecimento de que nosso trabalho é digno, bem-feito, pode chegar a qualquer lugar e que o nosso produto dialoga com o público”, completou Mariana, que está envolvida ainda com a proposta de um laboratório da produtora Casa da Praia Filmes, previsto para o período de 26 a 30 de junho, com 15 projetos de todo o Nordeste, que serão escolhidos por meio de um edital. Os autores passarão uma semana em Natal trabalhando nos projetos de longas-metragens. O nome dos escolhidos será divulgado na próxima sexta-feira (26).

Editais

Na visão do ator e produtor Vitorino Rodrigues, os editais de apoio à cultura contribuíram para o aumento das produções na cidade. “Com isso os grupos têm conseguido de alguma forma se financiar para circular, porque não é fácil circular”, disse.

Quitéria lembrou que, de uns dez anos para cá, tem sido cada vez mais constantes as apresentações de grupos de artistas do Nordeste no Rio e ressaltou que isso também é reflexo dos editais. Segundo a atriz, o panorama dos editais começou a mudar na época em que Gilberto Gil foi ministro da Cultura, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele momento, o governo tomou a decisão de pulverizar os editais por todas as regiões do país, o que evitou a concentração de contemplados no eixo Rio-São Paulo, como costumava ocorrer.

Ela disse que o Grupo Carmin está participando agora do Palco Giratório do Sesc, projeto de difusão e intercâmbio das artes cênicas, que leva as produções de circo, dança e teatro para diversas cidades do país. Na 17ª edição, que está ocorrendo em Porto Alegre, o Carmin está na programação com a peça A Invenção do Nordeste, premiada no Rio no ano passado e bem recebida pelo público. “Ele [Palco Giratório] é um dos grandes promovedores da circulação de espetáculos tanto do Nordeste quanto do Norte no país inteiro. Os espetáculos giram o mapa inteiro, permitindo que o público do Sudeste conheça as produções do Norte, Nordeste e do Sul.”

A atriz lamentou a redução do número de festivais que ajudam no surgimento de novos grupos. Para Quitéria, os festivais ainda são uma porta aberta para os produtores independentes investirem em grupos e outros públicos terem acesso à produção que está sendo feita no Nordeste.

“A produção é muito atuante no Nordeste e tem grupos de longa data. Tem grupo no Rio Grande do Norte que tem 45 anos de história. Tem muita coisa. Tem o Grupo Macaxeira, no Ceará, o Ser Tão, da Paraíba, e o Carmin, do Rio Grande do Norte. Tem agora o pessoal da Casa de Zoé, que tem chegado pelo Sudeste com muita força e também é do Rio Grande do Norte. Então, tem um movimento legal que tenta chegar até aqui e tem conseguido a duras penas, mas tem conseguido”, concluiu a atriz

Fonte: Agência Brasil

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