CGN
Acesse aqui o Discover e busque as mais lidas por mês!
Povos da Amazônia serão protagonistas da proposta brasileira na OTCA
© Antonio Cruz/Agência Brasil

Povos da Amazônia serão protagonistas da proposta brasileira na OTCA

O Brasil está unificando discursos visando a apresentação de uma proposta coesa na Cúpula da Amazônia, evento que reunirá nos dias 8 e 9 de agosto,......

Publicado em

Por CGN

Publicidade
Povos da Amazônia serão protagonistas da proposta brasileira na OTCA
© Antonio Cruz/Agência Brasil

O Brasil está unificando discursos visando a apresentação de uma proposta coesa na Cúpula da Amazônia, evento que reunirá nos dias 8 e 9 de agosto, em Belém, os chefes de Estado dos oito países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

A cúpula pretende elaborar uma política comum para o desenvolvimento sustentável da região.

“Não se cogita mais, como no passado, debater o futuro da Amazônia sem os amazônidas, incluindo povos indígenas e comunidades tradicionais”, defendeu o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante a abertura do seminário Desenvolvimento Sustentável na Amazônia, nesta terça-feira (16), no Itamaraty.

Ministro da Relações Exteriores, Mauro Vieira, participa do seminário Desenvolvimento Sustentável na Amazônia Foto Antonio Cruz/Agência Brasil

O evento segue até quinta-feira (18), com debates entre representantes de governo e da sociedade civil, e a participação de diversos ministros.

Novo modelo

Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, participa do seminário Desenvolvimento Sustentável na Amazônia – Foto Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse que, antes de tudo, o Brasil tem de “alterar radicalmente o modelo que vem do governo militar para a Amazônia”, segundo o qual era necessário integrar a Amazônia para não entregá-la, seguindo a lógica errônea de que cortar árvores seria virtude para um modelo de ocupação.

“Depois veio o tema das commodities, que avançam sobre a Amazônia. Na minha opinião, temos de criar uma economia, ali, em que a Amazônia e as árvores de pé sejam mais rentáveis para os habitantes da Amazônia. Essa é a virtude de um novo ciclo”, acrescentou Teixeira.

Nesse sentido, o ministro defendeu quatro políticas a serem adotadas para a região: reflorestamento produtivo; exploração da sociobiodiversidade; compra, pelo governo, de produtos ali produzidos de forma sustentável, via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); e rearranjo fundiário.

Ele citou alguns exemplos de produtos que se enquadram na política de reflorestamento e que têm muita procura e ótimo valor para exportação: açaí, castanha, cacau, cupuaçu e guaraná. Segundo Teixeira, será necessária uma mudança de sentido econômico nessa exploração, associando-a à agroindústria.

“Se conseguirmos associar pequenas agroindústrias ali, teremos resultados muito vantajosos para comercialização desses produtos”, argumentou.

Teixeira acrescentou que, para estimular essas produções, o ministério poderá usar seu programa de aquisição de alimentos para fazer compras públicas a preço de mercado e, a partir daí, organizar as políticas de agroindustrialização e de comercialização, inclusive para o exterior.

“Recentemente eu recebi a representação de uma grande rede de supermercados de origem francesa, que funciona no Brasil. Perguntei a eles por que não fazem uma gôndola de produtos da Amazônia aqui, na França e na Europa. Pessoas que queiram ajudar a impedir o desmatamento na Amazônia podem consumir produtos que sejam sustentáveis, explorados na Amazônia e com preço adequado”, disse.

Sobre a questão fundiária, Teixeira disse que, com a ajuda do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), está restabelecendo uma câmara de discussão das terras públicas, algo que foi encerrado nos dois últimos governos.

Povos indígenas

O coordenador Executivo da Articulação dos Povos Indígenas no Brasil, Kleber Karipuna, disse que, mesmo com as dificuldades impostas pelo governo anterior, povos indígenas, aliados e parceiros mantiveram debates e discussões internas para garantir a caminhada de diversas iniciativas que já existiam e foram potencializadas.

Coordenador da Articulação dos Povos Indígenas, Kleber Karipuna, participa do seminário Desenvolvimento Sustentável na Amazônia – Foto Antonio Cruz/Agência Brasil

“Uma delas, inclusive, sobre o fortalecimento da cadeia do açaí, citado hoje pelo ministro Paulo Teixeira, com uma cooperativa indígena já trabalhando todo processo, desde a coleta até a produção do suco do açaí e de derivados dessa cadeia, que agrega valor a artesanato, adubo, entre outros potenciais que existem”, explicou Karipuna, ao ressaltar ser esse “apenas um exemplo” do que as populações indígenas podem dar em termos de sustentabilidade e para agregar valor ao trabalho tradicional.

“A gente não pode pensar em desenvolvimento sustentável na Amazônia sem antes pensar na garantia do direito territorial, na desintrusão e na entrega livre desses territórios para o efetivo usufruto exclusivo desses povos, com um olhar para as especificidades da cultura indígena, que agrega muito valor, como já foi comprovado científica e historicamente, não só para questão da preservação ambiental do seu território ou para o combate às mudanças climática, mas também para riqueza sociocultural do nosso país”, acrescentou ao criticar a tese do Marco Temporal que, segundo ele, enfrenta o direito originário dos povos indígenas a seus territórios.

Ao iniciar sua participação, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, lembrou do compromisso do governo Lula em, até 2030, chegar ao desmatamento zero na Amazônia.

“Vamos fazer um esforço muito grande para transformar a Amazônia não em um santuário da humanidade, mas em centro de pesquisa compartilhado com o mundo todo, para que a gente possa tirar proveito da riqueza da biodiversidade da Amazônia e para ver se transformamos essa riqueza em melhoria de qualidade de vida do povo que mora na Amazônia”, disse.

Fonte: Agência Brasil

Notícias Relacionadas:

Calor que atinge o Paraná é o mais intenso dos últimos três anos e pode trazer recordes
Calor que atinge o Paraná é o mais intenso dos últimos três anos e pode trazer recordes
Municípios devem indicar pontos para coleta de lâmpadas fluorescentes até o final do mês
Municípios devem indicar pontos para coleta de lâmpadas fluorescentes até o final do mês
Área usada pelo garimpo ilegal aumenta em 35 mil hectares, diz estudo
Área usada pelo garimpo ilegal aumenta em 35 mil hectares, diz estudo
Em 1 ano, imprensa da Amazônia sofreu 66 ataques, aponta relatório
Em 1 ano, imprensa da Amazônia sofreu 66 ataques, aponta relatório
Estado investe R$ 13,6 milhões na construção de barracões industriais de coleta seletiva
Estado investe R$ 13,6 milhões na construção de barracões industriais de coleta seletiva
Paraná e União ampliam parceria para fortalecer a aquicultura sustentável
Paraná e União ampliam parceria para fortalecer a aquicultura sustentável
Com El Niño, primavera será quente e chuvosa no Paraná, prevê Simepar
Com El Niño, primavera será quente e chuvosa no Paraná, prevê Simepar
Com material exclusivo, rede estadual promove Semana de Consciência Ambiental
Com material exclusivo, rede estadual promove Semana de Consciência Ambiental
Agenda 2030 pode ser “maior fracasso” da ONU, diz Lula
Agenda 2030 pode ser “maior fracasso” da ONU, diz Lula
Brasil não deve exportar apenas energia verde, dizem Haddad e Marina
Brasil não deve exportar apenas energia verde, dizem Haddad e Marina
Governo reforça sétima edição da operação Mata Atlântica em Pé no Paraná
Governo reforça sétima edição da operação Mata Atlântica em Pé no Paraná
Semana da árvore: IAT disponibiliza 70 mil mudas para recuperar 78 hectares
Semana da árvore: IAT disponibiliza 70 mil mudas para recuperar 78 hectares
Amazônia é um dos focos da ONU para a Agenda 2030
Amazônia é um dos focos da ONU para a Agenda 2030
Marina Silva volta a defender desmatamento zero no Cerrado
Marina Silva volta a defender desmatamento zero no Cerrado
Convivência pacífica: IAT alerta para preservação de gambás no período de reprodução
Convivência pacífica: IAT alerta para preservação de gambás no período de reprodução
Com áreas verdes, 98 cidades do Paraná têm grande controle sobre emissões de carbono
Com áreas verdes, 98 cidades do Paraná têm grande controle sobre emissões de carbono
Nova plataforma dará ao IAT acesso a imagens diárias para controle de crimes ambientais
Nova plataforma dará ao IAT acesso a imagens diárias para controle de crimes ambientais
Declaração do G20 defende desenvolvimento sustentável e condena guerra
Declaração do G20 defende desenvolvimento sustentável e condena guerra
População pode enviar sugestões ao Plano de Ação Climática até 15 de setembro
População pode enviar sugestões ao Plano de Ação Climática até 15 de setembro
Contato com a natureza: sete dicas de passeio em Unidades de Conservação do Paraná
Contato com a natureza: sete dicas de passeio em Unidades de Conservação do Paraná

Whatsapp CGN 9.9969-4530 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais