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Imagem referente a Atingida pela censura, Rita Lee modernizou a música brasileira
© Flickr/Carol Mendonça

Atingida pela censura, Rita Lee modernizou a música brasileira

Rita Lee foi uma das artistas mais censuradas durante a ditadura militar no Brasil, segundo a pesquisadora Norma Lima, doutora em literatura e professora da Universidade do......

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Por CGN

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© Flickr/Carol Mendonça

Rita Lee foi uma das artistas mais censuradas durante a ditadura militar no Brasil, segundo a pesquisadora Norma Lima, doutora em literatura e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “Nas minhas pesquisas, eu verifiquei isso, encontrei várias letras dela que tinham sido censuradas e é uma censura de costumes, não é só política”. 

Evidência disso é que a artista foi alvo de monitoramento mesmo após o período de repressão no país. “Quando a ditadura acabou, ela foi censurada em um disco de 1988 que é Pega Rapaz, a letra foi censurada: de “frente e de trás eu te amo cada vez mais”, lembrou. Rita Lee morreu na noite da última segunda-feira (8), aos 75 anos. 

“O fato de ser mulher já a coloca como uma pessoa perseguida dentro do patriarcado. E uma mulher ousada, ela só foi presa porque ela era ousada, porque ela rompia. Se você olhar o comportamento da mulher nos anos 60, compara com a Rita, ela não ficava em caixinha. Ela falava o que pensava, uma pessoa inteligente, que sabia se expressar, e ela realmente foi muito perseguida por causa disso.” 

A pesquisadora citou a canção Ambição como representativa da artista e da sua carreira. “Tem uns versos no final em que ela diz assim: “eu quero matar a vontade enquanto tenho saúde e idade, fazer um pouco de tudo, vender a alma para poder comprar o meu mundo”. Ela é uma pessoa que que criou o mundo dela, mas é um mundo extensivo tanta gente.” 

“Eu acho que ela mudou muita coisa, ela realmente transformou. Era uma pessoa inquieta, não era uma pessoa acomodada, ela quis um outro mundo, uma outra realidade”, acrescentou. Norma avalia ainda que Rita Lee modernizou a música brasileira e que trouxe contribuições diversas. “Ela colocou o Brasil de uma forma muito futurista. A mensagem da Rita não é datada, pertence a todas as épocas”. 

“Na época dos Mutantes, ela era o colorido, a graça do grupo. Quando ela foi cantar com Tutti Frutti, ela pegou as letras em inglês e deu uma qualidade muito grande, em português, tinham mensagens. Depois, me parece que ela abriu muito caminho para as cantoras, ela foi uma mulher ousada nos anos 70 dentro da repressão, como uma mulher que realmente abriu os caminhos para as que vieram depois”, disse a pesquisadora. 

Fonte: Agência Brasil

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