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Canabidiol: mãe de autista relata benefícios da substância

De acordo com Idilsa Fermo, o Canabidiol possibilita que as famílias tenham uma vida digna e que os pacientes não sintam mais dores ou tenham crises. ...

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Por Isabella Chiaradia

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Na terça-feira (06) os deputados da Assembleia Legislativa do Paraná aprovaram em primeiro turno de votação o Projeto de Lei 962/2019 que trata sobre o acesso a medicamentos e produtos à base de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC) para tratamento de doenças, síndromes e outros transtornos de saúde.

O projeto está em discussão desde dezembro de 2019 e é chamado de Lei Pétala em alusão a uma garotinha de cinco anos que é paciente de cannabis medicinal. Ela recebeu o diagnóstico de uma doença rara que afeta o desenvolvimento neurológico e utiliza a medicação para manter os sintomas controlados e, principalmente, para propiciar qualidade de vida.

A grande controvérsia sobre o projeto reside no fato que as substâncias CBD e THC são encontradas na planta Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. Diante disso, o uso deste tipo de medicamento ainda é alvo de muito preconceito, o que torna ainda mais difícil o acesso pelos pacientes.

No Paraná, o projeto é assinado pelos deputados Goura (PDT), Michele Caputo (PSDB) e Paulo Litro (PSD). No texto, estão previstos os requisitos para possibilitar o uso de medicamentos à base dos produtos, tais como, o laudo de profissional legalmente habilitado na medicina contendo a descrição do caso, o Código Internacional da Doença (CID), síndrome ou transtorno, e a justificativa para a utilização do medicamento, bem como a declaração médica sobre a existência de estudos científicos comprovando a eficácia do medicamento para a doença específica.

Diante da relevância do tema, a equipe da CGN entrou em contato com Idilsa Fermo, Presidente do Caut (Centro de Apoio e Defesa dos Direitos dos Autistas de Cascavel) e mãe de um paciente autista que faz uso do canabidiol há seis anos.

Ela conta que o Autismo é um transtorno neurológico que afeta tanto a capacidade cognitiva quanto a seara comportamental. Além disso, Idilsa destacou que o distúrbio, geralmente, aparece acompanhado de outras comorbidades, o que deixa a família ainda mais preocupada e em busca de um tratamento eficaz.

Ela caracteriza a situação e o convívio com o autismo como “uma luta constante com terapeutas e médicos para que a gente consiga lidar melhor”.

Somado a isso, as famílias encontram muitos desafios, pois o tratamento do Autismo é feito por meio de terapias multidisciplinares que envolvem várias especialidades da área da saúde, porém não são todos os pacientes que conseguem arcar com os custos.

Sobre o tratamento do seu filho, de 39 anos de idade, com o uso do canabidiol, Idilsa conta que ele foi o primeiro autista adulto do Brasil a conseguir acesso ao medicamento por intermédio da Defensoria Pública.

Ela destaca que o acesso à medicação não é fácil e tem custos elevados, sendo que o canabidiol importado pode chegar a custar até R$ 2.800,00. Devido à falta de regulamentação, a única via, por ora, de conseguir fazer uso das substâncias, é pela via judicial, isto é, com a contratação de um advogado ou pela Defensoria Pública.

Depois que seu filho iniciou o tratamento fitoterápico a qualidade de vida apenas aumentou:

A melhora dele foi muito boa. Consegui retirar os psicotrópicos, o cognitivo e o comportamental mudaram da noite para o dia. Então é muito importante o canabidiol.

Idilsa Fermo

Ainda em relação aos benefícios, Idilsa conta que são muitos, pois ela também é usuária da substância em razão de ter recebido o diagnóstico de Fibromialgia, síndrome que causa dores generalizadas pelo corpo. 

Os psicotrópicos têm efeitos colaterais, e o canabis não tem. Ele [canabidiol] vem para ajudar, para que as famílias tenham uma vida mais digna e que eles [pacientes] não sintam mais dores ou tenham crises.

Idilsa Fermo

Quanto à experiência pessoal e o contato com outras famílias de pacientes que fazem uso do medicamento a base de canabidiol, Idilsa afirma que é possível constatar que os resultados são extremamente positivos:

Têm alunos que estão na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) que o comportamento é completamente diferente. Hoje eles conseguem acompanhar a evolução dos outros amigos que fazem parte da sala. O canabidiol, além de acalmar, ajuda a pessoa a se concentrar, seja na escola ou em casa.

Idilsa Fermo

O Projeto nº 962/2019 ainda deverá passar por outra votação, em data a ser definida, para ser considerado aprovado em definitivo, sendo que a partir disso, a lei irá garantir a todos os pacientes o acesso ao medicamento.

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