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À espera de um milagre – por Caio Gottlieb

Não dá para tapar o sol com a peneira: estará à frente dos destinos do país um criminoso condenado em três instâncias judiciais a mais de...

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Por Caio Gottlieb

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Para quem pensou que a impunidade dos bandidos de colarinho branco tinha acabado nestas plagas quando a Operação Lava Jato desvendou a bilionária roubalheira na Petrobras e o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador eleito pelo Paraná, mandou os ladrões para a cadeia, é uma frustração absoluta saber que um deles vai subir a rampa do Palácio do Planalto em janeiro para assumir a presidência do Brasil pela terceira vez.

Não dá para tapar o sol com a peneira: estará à frente dos destinos do país um criminoso condenado em três instâncias judiciais a mais de 12 anos de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Um corrupto que só foi solto após cumprir parcialmente a pena graças à casuística decisão do Supremo Tribunal Federal de acabar com o início da execução da sentença depois da confirmação da condenação em segunda instância, assegurando ao réu o direito de permanecer em liberdade até esgotarem-se todos os recursos possíveis e imagináveis, uma espécie de habeas corpus eterno para meliantes com capacidade financeira para contratar bons advogados.

Não dá para esconder do mundo a vergonha de que teremos no cargo máximo do país um político que, após ter sido condenado no maior esquema de corrupção da história mundial pelo recebimento de propina em negociatas com recursos públicos sobejamente comprovadas, foi simplesmente descondenado por uma trapaça jurídica providencialmente armada para livrá-lo das garras da lei por ministros daquela mesma Corte suprema, alguns dos quais nomeados por ele próprio, o que por si só já configura um escândalo descomunal.

Para resumir em poucas palavras, a raposa foi eleita para cuidar do galinheiro.

Isso tudo explica e justifica o inconformismo, legítimo e honesto, diga-se de passagem, expressado com indignação e revolta, que vem fazendo grande parte dos mais dos 58 milhões de eleitores do presidente Bolsonaro acreditar nas mensagens, áudios e vídeos que circulam nas redes sociais anunciando que medidas extremas, supostamente legais, estariam já em andamento ou prestes a serem tomadas para evitar a falência ética e moral da nação.

Mas é preciso encarar os fatos da vida real: pelo andar da carruagem, nada impedirá, salvo uma interferência divina, que seja consumado o veredicto eleitoral ditado pelas urnas eletrônicas.

Como diz a velha sabedoria popular, aquilo que não tem solução, solucionado está.

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