Contra fatos não há argumentos – por Caio Gottlieb
Ainda haveremos de descobrir se as previsões não confirmadas resultaram de falhas insanáveis na metodologia da coleta de dados, o que decretaria, por inépcia, o fim...
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Por Caio Gottlieb
Desmoralizados pelos erros grosseiros cometidos em seus prognósticos para o primeiro turno das eleições, coisa que, pelo andar da carruagem, pode se repetir no segundo round da disputa presidencial, os institutos de pesquisas (com raras e honrosas exceções) terminam o ano no mais completo descrédito.
Ainda haveremos de descobrir se as previsões não confirmadas resultaram de falhas insanáveis na metodologia da coleta de dados, o que decretaria, por inépcia, o fim desse tipo de sondagem, ou se foram produzidas intencionalmente para induzir o voto dos eleitores, em criminoso ato de má-fé, o que poderia levar seus responsáveis para a cadeia.
Mas tem gente de outra área também dando palpite furado.
Em entrevista ao Estadão, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros disse que muitos de seus colegas passaram vergonha nas projeções para 2022 ao atuarem como adversários do governo e fecharem os olhos para os indicadores.
Sendo mais explícito, ele afirmou que a raiva pelo jeitão desbocado de Bolsonaro acabou contagiando os vaticínios e apontando para um cenário recessivo na economia, quando, na realidade, já se desenhava justamente o oposto.
O detalhe relevante é que trata-se da opinião insuspeita de um notório personagem do mundo político que ocupou os cargos de ministro das Comunicações e presidente do BNDES no governo FHC, que não tem qualquer vínculo com o atual mandatário da nação e que já revelou sua intenção de não votar em nenhum dos dois candidatos que duelam pelo Palácio do Planalto.
“Quando você é analista de economia, não pode agir com o fígado e não olhar o que está acontecendo”, aconselha Mendonça, sabiamente.
E arremata: “Na minha família, sou considerado bolsonarista, porque digo que a economia está crescendo e a inflação, caindo.”
Ele nada mais faz do que reconhecer o óbvio.
Até mesmo porque não se briga com números.
Com as vendas do varejo aquecidas, demanda elevada por máquinas e equipamentos, inflação em baixa (aliás, em ritmo de deflação pelo terceiro mês seguido), desemprego em queda, exportações em alta, superávits recordes na balança comercial, redução da dívida pública para os níveis mais baixos da década e crescimento do PIB a caminho de superar a China, o país vem dando um verdadeiro show para o mundo em matéria de gestão econômica, recuperando-se vigorosamente do catastrófico desgoverno de Dilma Rousseff e dos devastadores estragos causados pela pandemia.
É um mau negócio nos dias de hoje apostar contra o Brasil.
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