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Aposentado, Federer terá vida de pai de família, garoto-propaganda e investidor

Federer encerrou uma das mais bem-sucedidas carreiras esportivas da história no mês passado, na Laver Cup. O suíço alegou estar sem condições físicas para voltar ao...

Publicado em

Por Agência Estado

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Após 24 anos de circuito profissional, Roger Federer decidiu abandonar as rotinas de treino, as inúmeras viagens e os torneios em série pelo mundo. Mas a vida de aposentado do agora ex-tenista não deve ser nada monótona. O suíço de 41 anos vai se dedicar à família sem deixar de lado os compromissos com patrocinadores, o trabalho em sua fundação, seu lado investidor e até eventuais convites para ser comentarista de tênis na TV.

Federer encerrou uma das mais bem-sucedidas carreiras esportivas da história no mês passado, na Laver Cup. O suíço alegou estar sem condições físicas para voltar ao circuito, após uma sequência de três cirurgias no joelho direito em apenas um ano e meio. Sem jogar desde julho do ano passado, decidiu oficializar o fim de sua carreira, para tristeza de muitos fãs.

“Acompanhei Federer desde o juvenil, já com sucesso, até chegar a número 1 do mundo, mantendo um nível de educação, ética e profissionalismo irretocável. Esse é o tamanho da figura que ele representa, vai muito além dos títulos”, diz Gustavo Kuerten, o Guga, que venceu duas vezes o suíço no circuito.

A saudade dos fãs deve ser amenizada pela presença que Federer promete manter no mundo do tênis. Ele garante que seguirá por perto em novos papéis, ainda não definidos. “Só quero que os fãs saibam que não serei um fantasma. Vocês vão me ver de novo. Em que volume, eu não sei. Ainda tenho de pensar um pouco sobre isso, me dar algum tempo”, afirmou o suíço, logo após sua despedida.

Federer deixou em aberto como será o seu futuro. Não descartou nem virar treinador e até aventou a função de comentarista na TV. “Nunca imaginei que diria isso, mas seis meses atrás eu pensei: se eu comentasse tênis alguma vez, quem sabe? Eu sempre dizia que jamais faria isso. Mas comentar alguns jogos de Wimbledon seria ótimo.”

O suíço já confirmou que pretende fazer exibições pelo mundo, como se fosse uma turnê de despedida. Porém, não há nada certo ainda nesse projeto. “Avisei aos fãs que espero vê-los novamente em diferentes tipos de quadra de tênis, em algum lugar do mundo. Eu não tenho planos no momento sobre onde, quando e como isso se dará. Tudo que sei no momento é que adoraria ir jogar em diferentes lugares, em locais que nunca joguei. Quero dizer obrigado aos fãs por muitos anos ainda.”

Certo é que Federer vai passar mais tempo com os quatro filhos e a mulher. “Meus filhos precisam de mim, minha mulher também. Ela sempre esteve ao meu lado. Quero passar muito tempo com eles. E ainda tem a minha fundação. Nunca vou parar de viajar, quero sempre ser ativo, quero estar pronto para explorar coisas novas.”

Com a experiência de já estar aposentado desde 2008, Guga Kuerten dá conselhos ao suíço. “O atleta tem uma série de experiências e vivências que passa no circuito, todo um método de agir diante dos desafios e dificuldades. Tudo isso é um aprendizado que vale para a vida inteira. É um ciclo que termina e, ao mesmo tempo, diversos outros que aparecem. São inúmeras as possibilidades.”

AGÊNCIA DE MARKETING
Parte destas possibilidades já era explorada pelo suíço desde sua época de tenista profissional. Nos últimos anos, Roger Federer passou a equilibrar a vida de atleta com o mundo dos negócios. Ainda no início de sua carreira, ele aprendeu na pele o empreendedorismo ao lançar com o seu agente, Tony Godsick, uma agência de marketing esportivo, a Team8.

Com a empresa, ele se tornou um dos fundadores da própria Laver Cup e virou sócio da On Running, marca suíça de tênis. A empresa, que já abriu suas ações na Bolsa de Valores, conta com uma edição especial chamada “The Roger” desde 2020.

O trabalho de investidor será mantido juntamente com suas funções de garoto-propaganda. Mesmo longe das quadras, Federer deve manter boa parte dos seus patrocinadores. A Wilson, por exemplo, tem vínculo vitalício com o atleta. Com a Mercedes-Benz, o contrato vai até 2027, em estimados US$ 5 milhões (cerca de R$ 26,5 milhões).

Mesmo no caso de material esportivo, ele tem acerto com a Uniqlo até 2028, num contrato assinado em 2018, quando o suíço já indicava estar na reta final da carreira. A empresa substituiu a Nike, que não quis renovar o vínculo com Federer por conta da idade avançada. A Uniqlo desembolsa US$ 30 milhões por ano (R$ 158 milhões). Celebridade mundial, ele deve seguir como embaixador oficial do turismo da Suíça.

Como atleta, o suíço esteve ligado a marcas como Rolex, Barilla, Moet & Chandon, Lindt e Credit Suisse. Se algumas destas empresas não devem seguir com ele, é possível que seus rendimentos aumentem com eventuais exibições. Em 2012, em valores não atualizados, Federer recebeu cerca de US$ 12 milhões pela turnê que fez na América do Sul, passando pelo Brasil, de acordo com o jornal suíço Blick.

Pelo portfólio recheado de apoiadores de peso, Federer se tornou o primeiro e único tenista até hoje a alcançar a cifra de US$ 1 bilhão em patrocínios. Graças a eles, o suíço se tornou o atleta mais bem pago do mundo em 2020, ano em que disputou apenas um torneio e embolsou apenas US$ 715 mil em premiação.

Neste ano, é o sétimo do mundo, com US$ 90,7 milhões em ganhos financeiros. Para efeito de comparação, Federer acumulou US$ 130,5 milhões (quase R$ 700 milhões) somente em premiações ao longo de 24 temporadas no circuito profissional.

FUNDAÇÃO
O ex-tenista deve passar mais tempo focado também na Roger Federer Foundation, que é presidido pelo próprio tenista. A entidade foi criada em 2003 com a missão de investir em projetos de educação em diversos países da África e também na Suíça. A fundação já atendeu Lesoto, Malaui, Namíbia, Zâmbia, Zimbábue e África do Sul, país onde nasceu sua mãe, Lynette Federer.

De acordo com a entidade, já foram desembolsados 68 milhões de francos suíços, equivalente a R$ 364 milhões, desde a criação, atendendo quase 2 milhões de crianças de 9.300 escolas primárias e pré-escolas nesses países. A fundação já levantou mais de US$ 50 milhões (R$ 264 milhões) em investimentos e apoio.

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