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Você lembra quem foi Tiago de Amorim Novaes? Em dezembro completa 21 anos do crime que chocou o Paraná

A principal testemunha do crime foi o porteiro Ermelindo Martins de Souza que trabalhava no edifício Ille de France em que Tiago morava. Segundo relatos do...

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Por Silmara Santos

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O dia 18 de dezembro de 2001 ficou marcado na história pelo assassinato do deputado estadual e apresentador de televisão Tiago de Amorim Novaes. Ele foi brutalmente executado com cinco disparos de arma de fogo por volta das 21h15 em frente a sua residência na Rua Mato Grosso em Cascavel.

A principal testemunha do crime foi o porteiro Ermelindo Martins de Souza que trabalhava no edifício Ille de France em que Tiago morava. Segundo relatos do trabalhador para a imprensa na época do fato, o deputado chegou uma hora antes do crime, subiu ao apartamento e desceu em seguida para pegar a correspondência na portaria. Ele parou uns instantes para ler uma carta que lhe foi entregue e caminhou em direção ao carro que estava estacionado em frente ao prédio.

Tiago mal teve tempo de entrar no veículo, um Vectra, quando surgiu um motociclista pilotando uma CG 125 cilindradas e “colou” no vidro do veículo disparando contra Tiago que morreu na hora. O porteiro disse que a ação foi muito rápida.

“O assassino apareceu ao lado do carro e nem sequer parou a moto para disparar os tiros certeiros” explicou o porteiro.

Uma das moradoras, que era médica, ouviu os disparos e foi até Tiago para verificar os sinais vitais, mas constatou que ele já estava morto.

Sebastião Dias, secretário do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), que esteve no local do crime, contou que Tiago estava sendo esperado para uma reunião da executiva do PTB, marcada para às 19h. A tarde ele informou que se atrasaria para a reunião pois estava na região de Toledo e tinha um compromisso em Tupãssi às 21h.

Milhares de pessoas estiveram no velório do Deputado Estadual Tiago de Amorim Novaes (PTB) que foi realizado no Ginásio de Esportes Sérgio Mauro Festugato em Cascavel.

O corpo de Tiago chegou para o velório por volta das 3h da manhã e um cordão de isolamento foi formado para evitar tumultos. O corpo do deputado foi velado até às 16h e seguiu para Assis Chateaubriand onde foi sepultado.

A comoção pela morte do parlamentar foi tanta que as comemorações dos 148 anos de emancipação política do Estado do Paraná foram canceladas e o Estado e município decretaram três dias de luto oficial. As sessões da Câmara de Vereadores também foram suspensas.

O assassinato abalou a população de Cascavel e do Paraná pela violência e por se tratar de uma figura pública que apesar de polêmico lutava pelas causas de Cascavel.

Familiares organizaram passeata

Familiares e amigos de Tiago de Amorim Novaes fizeram uma passeata reunindo cerca de 250 pessoas no dia 28 de dezembro de 2001, pedindo paz, segurança e principalmente Justiça. A manifestação foi realizada 10 dias depois do assassinato do político.

Investigação

A Secretaria de Segurança do Estado, por meio do secretário José Tavares, designou para a investigação os delegados especiais Alexandre Macorin, de Foz do Iguaçu e Leonil Ribeiro, então Delegado Geral da Polícia Civil do Paraná.

As primeiras investigações levaram a dois suspeitos, um deles, mototaxista que foi detido logo após o crime enquanto trabalhava. Ele chegou a ser levado até a Delegacia de Cascavel e na sequência foi liberado.

O outro suspeito estava de moto escura na Rua Rio da Paz nas proximidades do Bairro Santa Felicidade quando empreendeu fuga e acabou se machucando e teve que ser levado ao Hospital Universitário onde permaneceu a disposição da polícia.

O investigador Luiz Carlos dos Santos que fazia parte da equipe do Delegado Alexandre Macorin de Foz do Iguaçu falou a imprensa que assim que o suspeito tivesse alta médica seria encaminhado para prestar depoimento na 15ª Subdivisão Policial de Cascavel.

A polícia chegou aos suspeitos após denúncias e ouviu todas as testemunhas considerando um caso complexo. A equipe policial de Foz do Iguaçu era composta por dois delegados e três investigadores.

Um efetivo de 100 policiais militares foi designado pelo então comandante do 6º Batalhão em Cascavel, Tenente Coronel Amauri Ferreira de Lima, para acompanhar as investigações da morte de Tiago. Barreiras foram montadas nas saídas da cidade e o grupo Águia da Polícia Militar de Curitiba acompanhou o caso.

Sem “papas na língua” o deputado ameaçava entregar um esquema gigantesco de estelionato que teria dado um golpe de US$ 900 mil em Foz do Iguaçu e em seu último programa, Tiago confirmou que o esquema se tratava de um crime de colarinho branco, insinuando a participação de “gente grande” no esquema e prometeu revelar os nomes.

O assassinato fez com que os deputados cobrassem de maneira enérgica uma posição por parte das autoridades policiais.

“Assim que soubemos do ocorrido, entramos em contato com o Secretário de Segurança Pública José Tavares que designou um delegado especial para instaurar um inquérito policial e o Ministério da Justiça determinou que um promotor acompanhasse todas as investigações”

Fala do então Deputado Hermas Brandão em entrevista no dia 19 de dezembro de 2001.

O corregedor da Assembleia Legislativa do Paraná, o então Deputado Caíto Quintana, encaminhou uma solicitação para que a Polícia Federal auxiliasse nas investigações.

“A Corregedoria vai estar atuante, queremos saber o que houve e quais motivos fizeram com que o deputado perdesse a vida” lamentou Quintana.

O deputado Algacir Túlio, que também foi repórter policial em Curitiba, lembrou que Tiago era polêmico e denunciava sem medo de represálias e ainda comentou sobre a parceria que fez com o deputado durante a CPI Estadual do Narcotráfico que apurou os caminhos do tráfico de drogas no Paraná. Ele comentou que não acreditava que a morte seria em represália as investigações.

Investigador de Guaíra foi acusado

Um investigador da Polícia Civil, teria sido apontado como possível autor dos disparos que mataram Tiago de Amorim Novaes.

No entanto, o investigador comprovou que estava trabalhando na Delegacia de Guaíra na hora do crime, a cerca de 180 quilômetros de Cascavel.

Um assessor de Tiago garantiu que o policial civil era citado na CPI do narcotráfico e investigado por enriquecimento ilícito e também garantiu que ele tinha uma pistola 9 mm semelhante a que foi utilizada no crime.

O Delegado Alexandre Macorin, responsável pelas investigações, recebeu um fax atestando que no momento do crime o investigador estava trabalhando na delegacia.

Lista de suspeitos

No dia 21 de dezembro havia seis suspeitos que tinham interesse na morte de Tiago. Na lista estavam políticos, comerciantes e policiais, todos de Cascavel.

“Dei ao delegado indícios para serem investigados. Ele é de fora da cidade e é minha obrigação ajudar naquilo que posso”

Explicou o promotor Marcelo Balzer em entrevista publicada no dia 21 de dezembro de 2001.

O promotor contou que as pessoas apontadas como suspeitas do crime tiveram nomes ou imagens divulgadas no programa que era apresentado por Tiago na televisão.

A chegada do perito, Rui Fernando Cruz Sampaio (especialista em hipnose) do Instituto de Criminalística do Paraná foi muito aguardada. A ideia era hipnotizar o porteiro do prédio para que o mesmo se lembrasse de detalhes importantes como a placa da moto e detalhes das características que pudessem levar a identificação da motocicleta usada pelo assassino. Peritos analisaram as fotos tiradas no dia do crime e passaram a ouvir parentes e assessores do deputado.

O delegado Alexandre Macorin não confirmou, mas informações extraoficiais deram conta de que foi pedida a quebra de sigilo telefônico do Deputado Tiago de Amorim Novaes e segundo o perito Celestino Böger no momento em que foi assassinado, Tiago falava ao telefone.

“Não pudemos saber com quem ele falava, mas quando levou os tiros, ele estava ao telefone e caiu em cima do aparelho, que ainda estava ligado quando o corpo foi levantado”, disse o perito.

A polícia fez a reconstituição do crime e descobriu que foram disparados nove tiros e, a partir de então as investigações começaram a tomar um rumo. Sete pessoas entre assessores e parentes de Thiago foram ouvidas.

Na sessão de hipnose realizada com o porteiro, o perito científico especialista em hipnose, Rui Fernando Cruz Sampaio, informou que o porteiro não conseguiu ver a placa, mas detalhou melhor a descrição do assassino.

Sobre os suspeitos, o delegado Macorin falou que o álibi apresentado pelo investigador da Polícia Civil, seria investigado. Ele teve o nome citado por um motoboy que afirmou em um programa de televisão ter presenciado o crime.

Suspeito de dentro da polícia

No dia 12 de maio de 2000 no Centro de Cascavel, A. J. O. de 18 anos, o “Abelha” foi assassinado com quatro tiros.

Presos em flagrante, J.C.O e L.F confessaram o assassinato e as razões do crime. Os dois declararam que “Abelha” havia vendido a eles R$ 400 em cocaína, mas ele havia entregue bicarbonato de sódio e isso teria motivado o crime.

Apesar deles terem assumido o crime, o ex-detento A. P., o Bispo, concedeu entrevista no programa de Tiago afirmando que o mandante do assassinato de “Abelha” teria sido um investigador que era chefe da seção de Repressão a Furtos e Roubos de Cascavel.

Bispo disse na ocasião que teria sido procurado para matar Abelha, mas que teria se negado a fazer o serviço. Ele afirmou que os matadores teriam sido contratados por R$ 3 mil.

Tiago apresentava um programa policial na TV Naipi/ SBT de Foz do Iguaçu e em seu último programa afirmou que no dia seguinte divulgaria os nomes dos delegados envolvidos no sumiço de US$ 900 mil de uma casa de câmbio.

O deputado e repórter tecia críticas quase que diariamente contra delegados e policiais da Delegacia de Cascavel e acusava a polícia de vários crimes. As brigas entre Tiago e a corporação começaram em novembro de 2000 quando o delegado Valmir Soccio assumiu o comando da delegacia e insistia em indicar alguém ao cargo.

Conforme um jornal publicado no dia 27 de dezembro de 2001, um foragido da cadeia de Foz (J.C.O), havia jurado o deputado Tiago de Amorim Novaes de morte. O delegado encarregado das investigações, Alexandre Macorin, confirmou que ele era “efetivamente” suspeito e estaria preso pela morte do traficante Abelha.

Em uma publicação do dia 29 de dezembro, o Delegado Alexandre Macorin com relação ao interrogatório feito com os companheiros de cela de J.C.O suspeito de ser o executor do deputado, disseram que ele teria prestado “serviços” ao narcotraficante, o Abelha, assassinado em maio de 2001.

O delegado não informou quais seriam os serviços prestados, mas os presos afirmaram que J.C.O não teria recebido o pagamento combinado.

“Nós sabemos que o J.C.O matou o Abelha em um acerto de contas. E isso é tudo o que posso adiantar”, disse o delegado.

Conforme o delegado, além de não receber pelos serviços prestados a Abelha, o suspeito foi “escrachado” no programa policial apresentado por Tiago de Amorim Novaes após denúncias feitas pelo então ex-detento Bispo, de que o traficante foi morto a mando de um investigador da Polícia Civil.

“O J.C.O ficou conhecido nas cadeias como aquele que matava a mando da polícia e isso o marcou junto a outros presos” afirmou o delegado.

A Promotoria de Investigação Criminal (PIC), do Ministério Público do Estado, também auxiliou nas investigações sobre o assassinato do deputado. Na época a entrada do MP nas investigações reforçou a tese de que Tiago estivesse ligado ao crime organizado, conforme as suspeitas do delegado que presidiu o inquérito.

Crimes antigos

No dia 5 de janeiro de 2002 foi noticiado que o Delegado Alexandre Macorin, responsável pelas investigações, informou que antigos homicídios que poderiam ter ligação com a morte de Tiago estavam sendo investigados. Macorin adiantou que se reuniria com o delegado Ítalo Biancardi Neto, que foi o responsável por investigar a morte de “Abelha”.

Macorim também interrogou o detento “Bispo”, autor das denúncias de que um investigador da Polícia Civil teria pago R$ 3 mil para que J.C.O matasse o traficante.

Esse foi o maior argumento apresentado pelo delegado para que J.C.O fosse considerado suspeito número um da morte de Tiago.

“Ele foi inclusive espancado por outros detentos que não gostam de bandidos que trabalham para policiais” comentou Macorin.

Cerca de 16 pessoas já teriam sido ouvidas desde o início das investigações.

Mudança nas investigações da morte de Abelha

O delegado de Francisco Beltrão, Ítalo Biancardi Neto, que coordenava as investigações sobre a morte do traficante Abelha mudou a versão sobre o crime. Inicialmente ele descartou a possibilidade de participação de policiais civis na morte, mas acabou pedindo a prisão temporária do Chefe da Seção de Furtos e Roubos da 15ª Subdivisão Policial de Cascavel.

O policial se apresentou e foi encaminhado sob custódia para Curitiba. O mandado de prisão foi entregue pelo juiz substituto da 1ª Vara Criminal, Wolfgang Werner Jahnke.

O Delegado Ítalo afirmou ter provas que apontavam o investigador da polícia civil de Guaíra como mandante da morte de Abelha. Uma das provas seria um registro telefônico.

Dias depois da morte do traficante Abelha, o deputado Tiago de Amorim Novaes divulgou o conteúdo de uma fita em seu programa no SBT. Na gravação, J.C.O afirmava que matou Abelha a mando do Investigador policial de Guaíra.

Depois disso, J.C.O negou ter feito as afirmações e “jurou” Tiago de morte, garantindo que o assassinato aconteceria na primeira oportunidade.

No dia 3 de dezembro de 2001, J.C.O fugiu do cadeião de Foz do Iguaçu e no dia 18 de dezembro, o deputado Tiago de Amorim Novaes foi assassinado com cinco tiros de pistola 9 mm. Com isso, as autoridades policiais começaram a cogitar o envolvimento dele na morte do deputado, mas até então nada havia sido comprovado.

O Delegado Alexandre Macorim informou que a prisão do policial, não teria, a princípio, envolvimento com a morte de Tiago e que os casos estavam sendo tratados como distintos.

Principal suspeito inocente?

Conforme o jornal do dia 9 de Janeiro de 2002, o delegado responsável pelas investigações, Alexandre Macorin, o principal suspeito do crime, J.C.O, poderia ser inocente. Ele teria afirmado que teria como provar com uma passagem de ônibus que estava em Cuiabá na noite do crime.

J.C.O foi detido no dia 7 de janeiro em Cuiabá, onde dizia estar desde o dia 14 de dezembro. Ele ficou preso em Curitiba.

Além de prestar depoimento sobre o assassinato de Tiago, ele teria que esclarecer dúvidas a respeito de sua fuga do Cadeião de Foz do Iguaçu, onde estava preso pela morte do traficante Abelha. Além desses, ele teria que explicar sobre seu envolvimento com o policial civil Chefe da Seção de Furtos e Roubos da 15ª Subdivisão Policial de Cascavel, que também estava preso.

No dia 10 de janeiro de 2002 a polícia civil finalmente ouviu o suspeito que disse ainda quando estava no Mato Grosso que não tinha participado da execução de Tiago, mas que conhecia os nomes dos autores do crime.

Novo suspeito

O Delegado Alexandre Macorin, responsável pelas investigações, informou no dia 12 de janeiro que já tinha um suspeito de ter cometido o crime e praticamente descartou o envolvimento de J.C.O no crime.

O nome do novo suspeito do crime teria sido mencionado durante um interrogatório realizado ainda no Mato Grosso. As primeiras características divulgadas foram de que o mandante não seria morador de Cascavel e seria da polícia.

Em contrapartida, pesava contra J.C.O a afirmação dos colegas de cela na cadeia de Foz do Iguaçu que diziam que ele anunciava a todos que o primeiro que seria morto depois que ele deixasse a prisão seria o deputado. No depoimento prestado em Curitiba, J.C.O confirmou a intenção, mas também garantiu que não o matou.

No dia 16 de janeiro foi noticiado que o Delegado Alexandre Macorin informou que as investigações voltaram a ser centralizadas em Cascavel e que apesar de ter anunciado novos investigados, até então nenhum mandado de prisão havia sido expedido.

J.C.O foi descartado como suspeito e passou a ser investigado somente pela morte de Abelha, que ocorreu em maio de 2001 em Cascavel.

Conforme as publicações do dia 22 de janeiro, o Delegado Alexandre Macorin, pediu ampliação do prazo para a conclusão do inquérito. O assassinato do deputado havia completado um mês, e o responsável pelo crime não havia sido encontrado.

O pedido de dilatação do prazo para as investigações foi oficializado ao juiz Wolfgang Janke, da Primeira Vara Criminal de Cascavel.

Polícia mata dois suspeitos do crime

Uma “verdadeira batalha campal” (conforme noticiado no dia 31 de janeiro de 2002) na madrugada do dia 30 de janeiro na BR-116, em Curitiba, acabou com a morte de dois suspeitos de envolvimento no atentado que matou o deputado Tiago de Amorim Novaes (PTB) em Cascavel.

A troca de tiros começou quando a viatura especial da polícia desconfiou de um veículo com placas de Jundiaí (SP) e iniciaram uma abordagem de rotina, os homens já desceram do veículo atirando. Ao revidar, dois homens, A.Z. e L.C.P, conhecido como Balaio, foram mortos no confronto.

Um policial e dois outros homens que estavam no veículo ficaram feridos e foram levados ao Hospital do Trabalhador em Curitiba e liberados no dia seguinte. Os dois homens foram detidos e todos faziam parte da quadrilha envolvida na morte do parlamentar e também teria envolvimento com o policial civil J. A. S. S.

Conclusão do crime

Desde o início das investigações havia a suspeita de que a morte de Tiago estava de alguma forma envolvida com o assassinato do Abelha (A.J. O.).  

O promotor de Justiça Marcelo Balzer Correia entregou no dia 10 de fevereiro de 2003 o pedido de prisão preventiva de sete envolvidos no assassinato e afirmou na época que o mandante do crime seria o policial civil J. A. S. S. que estava preso desde janeiro de 2001 em Curitiba, acusado da morte do traficante Abelha. Esse seria inclusive o motivo da morte do deputado, já que Tiago acusava o policial pela morte de Abelha.  

Na época J. A. S. S. foi liberado com uma Habeas Corpus e fugiu assim que um novo mandado foi expedido e desde então estava foragido. 

Cerca de três anos após a morte do deputado uma pistola 9 mm foi apreendida em uma propriedade rural na região de Lindoeste, mas o resultado balístico nunca foi divulgado. 

No decorrer das investigações, dois assessores de Tiago de Amorim Novaes foram mortos: D.A., conhecido como “Malinha” desapareceu sem deixar pistas. 

No dia 12 de junho de 2006, o corpo do outro assessor, L. C. A. C., conhecido como “Malão” foi encontrado morto com sete tiros em sua residência no Bairro Coqueiral. 

Investigações do Ministério Público na época deram conta que o possível mandante do crime foi J. A. S. S. , que em 2001 era chefe da Seção de Repressão a Furtos e Roubos da Polícia Civil de Cascavel.

Na época A. M. M. que foi preso em fevereiro de 2003, em São José do Rio Preto, teria sido apontado como o assassino de Tiago de Amorim Novaes e apesar de negar o envolvimento no crime, A. M. M. foi delatado por outros dois envolvidos no crime, J. A. C. e E. J. . 

As investigações ainda apontaram que no total, 10 pessoas tiveram participação no crime. O acusado de ser o mandante, J. A. S. S., teria decidido assassinar Tiago depois das denúncias e pediu ajuda financeira para seu compadre V. P., conhecido empresário de Toledo.

O agiota V.P. teria pago R$ 40 mil para que J. A. S. S. arranjasse o esquema e contratasse um pistoleiro. O empresário V.P. teve a prisão decretada em setembro de 2003 (não foram divulgadas informações sobr essa prisão).

No dia 11 de fevereiro de 2019 o empresário V. P.  e seu filho D. A. P. Foram alvo de vários disparos de arma de fogo em uma empresa às margens da BR-467 em Toledo. O crime teria sido motivado por uma dívida. O filho morreu na hora e V. P. ficou em estado grave após ser atingido por vários tiros. Depois do atentado não há mais informações sobre o empresário.

O suspeito de ser o mandante da morte de Tiago, J. A. S. S., fugiu para a cidade de La Paloma no Paraguai, onde usava o nome de Paulo Ricardo Aparecida e trabalhava como segurança em uma fábrica de cigarros. 

O ex-policial e sua companheira foram encontrados mortos na casa em que moravam com vários disparos de arma de fogo no dia 29 de março de 2014 no Paraguai, para onde havia fugido depois de sair da cadeia.

Quem era Tiago?

O deputado Tiago de Amorim Novaes era radialista, filho de Jairo e Aldinha Novaes. Nasceu em Bom Princípio, distrito de Toledo, no dia 1 de dezembro de 1968 e tinha sete irmãos. Seu primeiro emprego foi de bóia fria. Deixou o campo para trabalhar de garçom em Assis Chateaubriand, onde completou o segundo grau. Foi office-boy da Rádio Jornal de Assis, subindo de cargo na emissora até chegar a condição de apresentador de programa sertanejo e repórter policial.

Veio para Cascavel para trabalhar na Rádio Colméia. Tiago também foi repórter policial do Jornal Gazeta do Paraná e da televisão Tarobá. Era solteiro e desempenhava as funções de apresentador de programa policial na TV Naipi de Foz do Iguaçu e Rádio Cidade em Cascavel.

Vida política

Tiago foi eleito vereador de Cascavel pelo PPB com 2.742 votos em 1996. Para deputado estadual se elegeu também pelo PTB com 43.347 votos, dos quais 28.614 foram conquistados só em Cascavel, Tiago disputou com Edgar Bueno a cadeira de prefeito, tendo feito 37.404 votos, perdendo para seu oponente.

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