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‘Persian Lessons’, o Holocausto abordado com originalidade

A pergunta que não quer calar – depois das versões da Disney, de Luigi Comencini e de Benigni, o cinema precisa de um outro Pinóquio? Não...

Publicado em

Por Agência Estado

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Quatro dias de festival, um terço da sua duração total e ainda não surgiu o filme para se dizer – esse merece o Urso de Ouro. A seleção de Carlo Chatrian está irregular, mais para Locarno, sua origem – muitos filmes indies, autorais -, do que para a tradição berlinense. Mas não têm faltado atrações. No começo dos anos 2000, Roberto Benigni foi Pinóquio na própria adaptação da obra famosa de Collodi. Agora ele faz Gepeto no Pinóquio de Matteo Garrone.

A pergunta que não quer calar – depois das versões da Disney, de Luigi Comencini e de Benigni, o cinema precisa de um outro Pinóquio? Não necessariamente, ou a se julgar pelo que foi dado ver, não esse. Garrone tem olho para a beleza, como mostrou em O Conto dos Contos. Mas desde lá, e também em Reality e Dogman, o diretor é atraído por um grotesco que nem sempre dá certo.

Pinocchio está na Berlinale Special, como Persian Lessons, que talvez tenha sido o melhor filme até agora. Mais uma história de Holocausto, esse tema inesgotável que o russo Vadim Perelman logra abordar com originalidade. Um jovem judeu belga tenta sobreviver no campo de extermínio passando-se por persa.

O que ele não sabe é que o comandante busca alguém que lhe ensine o farsí – seu sonho é ser chef, montando um restaurante em Teerã, após a guerra. Movido pelo instinto de sobrevivência, o herói inventa uma língua. Seu desafio é não cair em contradição. Perelman fez um filme com camadas, sobre a linguagem. Tem algo do humor e da fantasia de Jojo Rabit e A Vida É Bela (de Benigni), mas é tragédia pura, com um desfecho forte, emocionante.

O melhor filme da competição no festival alemão, até agora, é First Cow, de Kelly Reichardt. A diretora reabre a vertente da fronteira – o western, o caminho do Oregon. Uma dupla improvável de aventureiros – um chinês e um aspirante a chef. Pensando em termos de gênero (humano), o cinema afirma-se como uma coisa maravilhosa. Uma mulher filma com propriedade um universo essencialmente masculino, e brutal. Talvez seu filme não conquiste o grande Urso (de Ouro), mas a minimalista norte-americana Kelly Reichardt leva jeito de brilhar na premiação final em Berlim. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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