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Imagem referente a Seria cômico, se não fosse trágico – por Caio Gottlieb

Seria cômico, se não fosse trágico – por Caio Gottlieb

Mas pode ser ainda pior: não satisfeitos em conquistar a impunidade, escapando da prisão e salvando grande parte do botim que desviaram da Petrobras, os ladrões...

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Por Caio Gottlieb

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Imagem referente a Seria cômico, se não fosse trágico – por Caio Gottlieb

Depois que o Supremo Tribunal Federal desmantelou a Lava Jato, anulando ações judiciais e cancelando condenações até de réus confessos, abriu-se o caminho para tornar a corrupção um crime intocável no Brasil.

Mas pode ser ainda pior: não satisfeitos em conquistar a impunidade, escapando da prisão e salvando grande parte do botim que desviaram da Petrobras, os ladrões de colarinho branco estão agora em busca de vingança.

O ex-juiz Sergio Moro, por exemplo, está sendo processado na 2ª Vara Federal Cível de Brasília por deputados do PT que desejam cobrar dele uma indenização aos cofres públicos sob a acusação de que sua conduta na extinta operação “atrofiou as cadeias produtivas dos setores de óleo e gás e construção civil, contribuindo para o desemprego no país.”

Ou seja, o que prejudica a economia não é a corrupção, e sim o combate a ela. O cinismo dos petistas não tem limites.

Dentro da mesma pantomima, o Tribunal de Contas da União está acionando o ex-procurador Deltan Dallagnol para obter a devolução de R$ 2,8 milhões referentes a gastos realizados com passagens e diárias de integrantes da força-tarefa do Ministério Público na Lava Jato, por ele chefiada, que viabilizaram a recuperação de 15 bilhões de reais roubados pelos políticos e empresários apanhados no escândalo do Petrolão.

Lembro, a propósito, do lindo pronunciamento que fez a ministra Carmen Lúcia em 2015 durante um julgamento no STF, que nos encheu de otimismo: “O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil. Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público. Não passarão sobre a Constituição do Brasil.”

Pois, minha cara magistrada, como Sua Excelência sabe melhor do que ninguém, o crime venceu, sim, a Justiça. Os criminosos passaram, sim, sobre os juízes e juízas do Brasil. Passaram, sim, sobre as esperanças do povo brasileiro. E, com a cooperação e a cumplicidade da maioria dos integrantes da suprema Corte, atropelaram a Constituição.

A mensagem que vocês estão transmitindo para os brasileiros é clara e cristalina: a corrupção, neste país, compensa.

Não é à toa que tanta gente vai para as ruas pregando o fechamento do STF.

E, como alguém já disse, pra fazer isso nem precisa mandar um jipe. Basta um soldado e um cabo.

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