Assistência Social realiza diálogos sobre o SUAS e desigualdade de gênero
Durante o encontro, foi feita uma apresentação do resultado da pesquisa “O impacto da COVID 19 no cotidiano das mulheres em situação de extrema pobreza”, feita......
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Nesta quarta-feira (4), a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) realizou, durante toda a manhã, um momento de diálogo sobre o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e a desigualdade de gênero, por meio do Programa de Educação Permanente. A ação aconteceu no auditório da Prefeitura e contou com a presença de cerca de 60 profissionais que atuam na coordenação de serviços da Rede de Serviços Socioassistenciais do Município.
Durante o encontro, foi feita uma apresentação do resultado da pesquisa “O impacto da COVID 19 no cotidiano das mulheres em situação de extrema pobreza”, feita pela professora Cassia Maria Carloto, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), mestre em Psicologia Social e doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católiga (PUC) de São Paulo.
Também houve uma exposição sobre a pesquisa realizada pela assistente social, servidora pública da SMAS e doutoranda no programa de pós-graduação em Serviço Social da UEL, Nayara Damião, com o tema “Relações sociais de sexo no cotidiano profissional das trabalhadoras técnicas do SUAS”.
Foto: Vivian Honorato
A secretária da pasta em exercício, Priscila Brazão, explicou que a iniciativa objetiva refletir sobre as pesquisas realizadas durante o período da pandemia e propagar o conhecimento da academia para os trabalhadores da Rede de Serviços Socioassistenciais do Município. “A necessidade da quebra de paradigmas em relação ao que significa ser mulher já é de conhecimento dos servidores que trabalham no serviço social, mas é importante fortalecer esse conhecimento”, apontou.
Foto: Vivian Honorato
Pesquisa – A professora Cassia Maria Carloto contou que pesquisa “O impacto da Covid-19 no cotidiano das mulheres em situação de extrema pobreza” foi realizada em 2020, com 37 mulheres. O objetivo foi investigar qual foi o impacto na vida das mulheres, a partir da pandemia de Covid-19, em relação à sobrecarga de trabalho. “Identificamos que a maioria das mulheres são negras, têm filhos entre 8 e 15 anos e famílias com dependentes com deficiências. Além disso, grande parte delas perdeu o emprego em função da pandemia e as preocupações aumentaram muito, com os cuidados com as crianças, adolescentes e idosos, dentro de casa, e houve uma sobrecarga de trabalho, cujo aumento foi de cerca de 70%, nos aspectos dos cuidados domésticos e intrafamiliares com as crianças e os adolescentes”, disse.
De acordo com a professora, a grande preocupação apontada pela pesquisa é na área financeira. “Os gastos com alimentação aumentaram, pois as crianças não estavam fazendo alimentação fora de casa, na escola, bem como os gastos com luz, água, aluguel, equipamentos de higiene, necessários na pandemia. Por isso, além do benefício do Bolsa Família, muitas tiveram que procurar os serviços de assistência para ter outros benefícios, a fim de conseguir lidar com as dificuldades financeiras”, ressaltou Carloto.
Outras preocupações apontadas pelo estudo estão relacionadas à manutenção do vestuário, alimentação e distração das crianças. “Pesou muito ter que ajudar as crianças com o ensino remoto, pois estas mulheres têm muita dificuldade com isso, já que não têm escolaridade suficiente, há ausência de aparelhos eletrônicos, de um ambiente adequado para o estudo e de bom provedor de internet, principalmente porque elas moram em casas muito pequenas, com poucos cômodos. Tudo isso aliado a um sofrimento mental muito grande”, contou.
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