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Imagem referente a Editorial: Processar uma cidadã por cumprir o dever de fiscalizar, você acha correto isso vereador Mazutti?
Foto: Flávio Ulsenheimer/CMC

Editorial: Processar uma cidadã por cumprir o dever de fiscalizar, você acha correto isso vereador Mazutti?

O que na teoria é algo comum, algo que deve ser feito por todos os cidadãos que elegeram um representante do executivo e legislativo, na prática...

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Por Redação CGN

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Imagem referente a Editorial: Processar uma cidadã por cumprir o dever de fiscalizar, você acha correto isso vereador Mazutti?
Foto: Flávio Ulsenheimer/CMC

Parece que infelizmente o cidadão não pode exercer o papel que lhe cabe: o de cobrar e fiscalizar os representantes do poder público.

O que na teoria é algo comum, algo que deve ser feito por todos os cidadãos que elegeram um representante do executivo e legislativo, na prática quando acontece, é motivo para ameaça e retaliação por parte dos próprios representantes.

Não é incomum que a população veja denúncias de situações de abuso de poder, de vantagens indevidas e também casos do famoso “carteiraço”.

Para quem não acompanhou a situação, começamos essa semana com uma denúncia publicada nas redes sociais, de que um vereador da cidade, teria praticado o tal “carteiraço” com o objetivo de colocar a própria mãe em uma vaga da hidroginástica oferecida gratuitamente pelo município no complexo esportivo Ciro Nardi.

A cascavelense publicou a situação que presenciou, quando o vereador que não teve o nome citado em nenhum momento da publicação, teria ido ao Ciro Nardi a pedido da mãe, que teve um atestado médico negado por estar rasurado, sem nome e sem data. Na publicação a mulher deixou claro que não conseguiu ouvir o desfecho da situação e que apenas publicou o desabafo para alertar as pessoas sobre algo que de fato acontece.

No entanto, após a publicação da mulher, o advogado do vereador Sidnei Mazutti emitiu uma nota dizendo que iria “adotar as medidas judiciais cabíveis” ou seja, processar a cidadã que fez a publicação. O mais engraçado é que até então, ninguém havia sequer citado o nome do vereador, e “do nada” surge uma nota de retaliação a uma cidadã que apenas exerceu o seu direito à liberdade de expressão garantido em uma sociedade democrática.

Como assim, vereador Mazutti? Você acha correto processar uma cidadã que está cumprindo com o seu dever de fiscalizar um servidor que recebe todo mês salário proveniente dos impostos pagos pela população? Qual o motivo da sua preocupação se nem citado na publicação você foi?

Pois então, a sua preocupação exacerbada e descabida em justificar algo que você disse não ter feito, mas se utilizando de ameaça de processo para questionar uma publicação tão genérica que poderia ser sobre qualquer outro vereador, o coloca em uma posição no mínimo questionável!

Qualquer político minimamente sensato diria: “venho a público esclarecer uma denúncia feita por uma cidadã. Apesar de o meu nome sequer ter sido mencionado, como um representante do povo faço questão de prestar a devida satisfação. De fato estive no local apenas buscando a minha mãe, mas em momento nenhum pratiquei o crime que infelizmente é praticado por políticos inescrupulosos. Dessa forma, aproveito para parabenizar essa cascavelense que de fato está exercendo o seu papel de cidadã preocupada com o bom funcionamento da máquina pública”.

Viu só, uma resposta muito elegante para toda a comunidade, especialmente para os seus eleitores que o colocaram onde está. Entretanto, talvez pela falta de bom senso ou então por não contar com uma assessoria adequada, decidiu ameaçar com um processo, uma pessoa que teve uma atitude que deve ser evidenciada e não retaliada.

Sua atitude, sua resposta ao caso, isso sim é motivo de represália. O seu posicionamento, vereador, é inadmissível! A CGN não aceita que um vereador ou qualquer outro político ameace ou processe um cidadão que esteja exercendo o seu pleno direito de questionar qualquer atitude suspeita, de denunciar, de cobrar por honestidade e transparência. Lembre-se que enquanto figura pública e representante eleito pelo povo, dar satisfação, prestar esclarecimentos, estão entre as suas funções.

Esperamos que a sua decisão equivocada de processar uma cidadã seja revista e que esse momento lamentável do cenário político cascavelense sirva como exemplo para que os representantes entendam que a CGN está de olho e que sairemos em defesa do povo.

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