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Exposição discute a inclusão da mulher na arte

“Essa é uma questão que vem permeando a sociedade em todos os lugares em que cabe essa discussão”, explica a artista Leda Catunda, durante entrevista ao...

Publicado em

Por Agência Estado

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A presença da mulher na arte contemporânea. Este é o tema da exposição coletiva Artista, o Substantivo no Feminino, que entrou em exibição na quinta-feira, 28, na ArtEEdições Galeria. Sob a curadoria de Claudia Marchetti, ao todo, seis artistas – três brasileiras e três inglesas -, foram convidadas a utilizar o tema como inspiração em suas obras.

“Essa é uma questão que vem permeando a sociedade em todos os lugares em que cabe essa discussão”, explica a artista Leda Catunda, durante entrevista ao Estado. “Vim de uma época em que a mulher artista não era vista como alguém com grande intelecto. Nosso trabalho era muito reduzido ao artesanato. Então, me alegra ver uma busca maior pela inclusão.”

Sonia Gomes, artista negra que encabeça o trio formado pelas brasileiras, também vê a representatividade como algo importante. “Mesmo na arte contemporânea, a participação da mulher ocorre de forma muito reduzida, o que torna esse mercado mais restrito aos homens. A situação é ainda mais delicada quando falamos da mulher negra.”

No entanto, isso é algo que pode ser visto no universo da arte de forma geral, conforme explica a própria Sonia. “Historicamente, nós, artistas mulheres, sempre tivemos pouquíssimo reconhecimento.”

Entretanto, um tom mais ativista não será visto de forma explícita nessa mostra. Aqui, a força do feminino está representada na figura de suas expositoras, mulheres experientes que estão nesse mercado há algum tempo. “Não sou exatamente uma artista protesto”, diz Cris Ioschpe. “Minha forma de contestar essa situação não envolve a voz, mas a minha insistência em continuar produzindo até marcar o meu espaço.”

E se o tema é denso, elas compensam com a leveza das obras. A série Livro de Fábulas II, de Sonia, parece ter saído de um conto de fadas. Delicadas, as peças são feitas valendo-se de páginas de um livro antigo, de autoria e ano desconhecidos, que ela ganhou de um amigo.

“Não tenho muita preocupação em ler a história, prefiro criar de forma livre. Mas minhas ilustrações dialogam bem com os desenhos do livro.” Cores, recortes e pedaços de tecidos são alguns dos detalhes que fazem parte dessa coleção, que, apesar de já ter sido exibida em algumas feiras de arte pela curadora, está sendo oficialmente apresentada por Sonia pela primeira vez.

Já Leda Catunda traz oito gravuras feitas na Inglaterra, em 2014, que são praticamente inéditas, se considerado o fato de que elas ficaram em exibição por curto tempo no Tomie Ohtake. As gravuras trazem todo um toque de feminilidade, algo muito presente no trabalho da artista. “Minhas obras evocam uma sensualidade que pode ser vista na escolha das cores e nas formas, que remetem diretamente à figura do feminino”, explica.

Das três, ela é a que tem maior envolvimento nessa busca por dar às artistas mais protagonismo no disputado universo da arte. “Minha carreira é feita com pinceladas de exposições pensadas por mulheres e para mulheres. Também já expus na cidade de Washington, em um local chamado Museu Nacional para a Mulher nas Artes. Essa preocupação é algo incrivelmente presente dentro da sociedade americana, mas que parece começar a surgir com bastante força aqui no Brasil.”

Otimismo

Cris leva aos visitantes o seu trabalho mais recente e exclusivo. Na série Moléculas, composta por oito quadros, ela estuda as cores e as formas que são geradas a partir de uma série de reações químicas. Do experimento, ela tira o nome de seus quadros.

Com pensamentos positivos, ela acredita que a situação está começando a melhorar e que a arte está caminhando, mesmo que a passos curtos, para um cenário de inclusão. “Creio que estamos chegando a algum lugar, as mulheres são maioria dentro desse universo e estamos conseguindo afirmar a nossa presença. Vamos conquistar o nosso espaço”, finaliza.

Completam a mostra as inglesas Catherine Yass, Elizabeth Magill e Rachel Whiteread.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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