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Apesar de todos os pesares

Trata-se de uma história contada em um poema de François Andrieux e se desenvolve em torno da decisão de Frederico II, rei da Prússia (atual Alemanha),...

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Por Caio Gottlieb

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Muita gente que já ouviu a expressão “ainda há juízes em Berlim” talvez não conheça a sua origem.

Trata-se de uma história contada em um poema de François Andrieux e se desenvolve em torno da decisão de Frederico II, rei da Prússia (atual Alemanha), de construir em anexo ao seu castelo um espaço de lazer para divertir-se com os amigos.

Entretanto, ao iniciar a obra, ele viu que no terreno contíguo, atrapalhando seus planos, havia um moinho de trigo cujo proprietário, chamado de “moleiro de Sans-souci”, vivia tranquilamente da venda de sua farinha.

A propósito, “sans-souci” significa “sem preocupação”.

Mesmo diante da insistência do rei em comprar-lhe a propriedade, o homem se negava a fazer o negócio, alegando que ali fora onde seu pai morrera e onde criava os seus filhos.

Enfim, não iria abrir mão do seu patrimônio por nenhuma quantia.

Irritado, disse então o monarca ao súdito: “Você bem sabe que, mesmo que não me venda a terra, eu poderia tomá-la sem nada lhe pagar”, no que o moleiro retrucou com a conhecida frase: “O senhor? Tomar-me o moinho? Só se não houvesse juízes em Berlim”.

Diante dessa afirmação, e do fato de que mesmo o rei deveria se curvar às leis, o moleiro e seu moinho foram deixados em paz, frustrando os caprichos de sua majestade.

Foi assim que a citação “ainda há juízes em Berlim” ganhou popularidade e perpetuou-se como sinônimo de resiliência, de resistência às pretensões injustas e da confiança de que a Justiça será feita, mesmo contra os poderosos.

Depois do dia histórico de ontem em Porto Alegre, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, ela passou a caber como uma luva para retratar o momento atual do país.

Por unanimidade, sem tomar conhecimento dos casuísmos e artifícios jurídicos do STF que colocaram Lula em liberdade e ameaçam anular sua condenação no processo do triplex do Guarujá, os desembargadores do TRF-4 não apenas confirmaram a sentença de primeira instância que já havia imposto ao ex-presidente quase 13 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia, como também, corajosamente, aumentaram a pena para mais de 17 anos.

Lula está solto, mas não foi inocentado dos crimes que já o condenaram duas vezes na segunda instância judicial, tornando praticamente irreversível a sua inelegibilidade.

Ainda há juízes no Brasil.

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