Impacto Prime é condenada pela Justiça após cobrar por peças de veículo e não fazer a troca

Uma cascavelense procurou a Justiça Estadual e moveu um processo de indenização por danos materiais contra a rede de franquias Impacto Prime. A sentença do caso, proferida pela juíza Jaqueline Allievi, foi divulgada nesta semana pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

De acordo com o processo, a mulher relatou que no dia 08 de julho deste ano foi até a empresa, atraída por uma promoção de troca de pneus. Na mesma ocasião, solicitou que fosse feita a troca de óleo e a averiguação de um barulho no seu Fiat Argo, o qual ela utiliza para trabalhar como motorista de aplicativo.

O orçamento inicial repassado à cliente teve o valor de R$ 1.800,00, com a inclusão da substituição de rolamentos danificados, supostos causadores dos ruídos. Porém, o valor do orçamento cada vez foi aumentando, conforme cita o documento:

“Foi-lhe repassado um novo orçamento e informado que havia diversas peças necessitando de troca e serviços a serem feitos, pois os danos veiculares seriam tamanhos que estariam a colocar a vida da autora e dos seus passageiros em risco. Preocupada e nervosa, a autora disse que acabou por aceitar o novo orçamento, de R$ 5.800,00, o qual foi pago por meio de três cartões de crédito emprestados de familiares”, disse a cliente.

Nove dias depois, o automóvel voltou a apresentar problemas durante uma viagem. Inconformada, a mulher levou o carro em outras duas oficinas e ficou constatado que algumas peças cobradas sequer foram trocadas.

“Depois de levar o seu carro para conserto em outra oficina, disse a autora ter constatado que a maioria das peças do seu veículo ainda eram originais, ou seja, a ré não havia prestado parte substancial dos serviços contratados nem trocado as peças que disse que teriam defeito”.

Diante de tantos transtornos ela buscou ajuda da justiça pedindo para que a Impacto faça restituição em dobro de R$ 3.800,00. A cliente teve decisão favorável após a juíza analisar o caso e a empresa não apresentar defesa, nota fiscal ou qualquer outra prova documental.

“Acolhem-se como verdadeiros todos os fatos narrados pela consumidora, os quais são, inclusive, corroborados por dezenas de depoimentos publicados em redes sociais por outros consumidores locais vítimas da ré, que se queixam da má prestação de serviços, do superfaturamento de preços, da “invenção de defeitos” nos carros, de ofertas não cumpridas/propaganda enganosa”, destacou a juíza.

Na decisão, ela ainda entendeu que a Impacto Prime agiu de má-fé, e relatou que a empresa possui 13 processos ajuizados neste ano apenas em Cascavel, os quais ela sequer comparece para se defender.

Assim, a justiça condenou a Impacto a restituir em dobro o valor de R$ 3.800,00, além de R$ 1 mil por danos morais.

“Os fatos postos sob análise são graves, pois denotam o abuso da fornecedora, que detém o conhecimento técnico e informacional, sobre a ignorância da consumidora, leiga quanto aos saberes de mecânica automotiva”, finaliza a juíza.

A decisão cabe recurso e o espaço está aberto caso a empresa desejar incluir um posicionamento.