Enquanto os cães ladram, a caravana passa – Por Caio Gottlieb

Sem fazer alarde, o Brasil abriu em menos de dois anos cerca de 100 novos mercados externos para o agronegócio.

Essa histórica conquista, obviamente, não caiu do céu: é o resultado de um plano estratégico implantado a partir de janeiro de 2019 pela laboriosa e competente ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, com o objetivo de diversificar a pauta exportadora brasileira.

O aspecto mais significativo desse vitorioso trabalho é que ele não contempla apenas a comercialização de produtos que o país tradicionalmente já embarca para o exterior, como carnes, soja e minérios, mas também diversos outros itens da cadeia agropecuária, como castanhas, chá, frutas, pescados, lácteos e plantas.

Entre as aberturas para produtos não habituais, registrou-se a venda de castanha de Baru para a Coreia do Sul, mudas de coco para a Guiana, castanha do Brasil para a Arábia Saudita, milho de pipoca e mudas de eucalipto para a Colômbia, gergelim para a Índia, ovos com casca para Singapura e abacate para a Argentina.

Vale destacar, ainda, a exportação de produtos de alto valor agregado, como material genético avícola para os Emirados Árabes Unidos e Marrocos e embriões equinos para os Estados Unidos.

Dos 100 novos mercados, 45 estão nas Américas, 40 na Ásia, 14 na África e 1 na Oceania. O grupo distribui-se por 30 nações, sendo que algumas delas passaram a importar mais de um produto agrícola do Brasil.

Nenhuma delas, ao que se sabe, condicionou a concretização dos negócios em troca do direito de dar palpites ou se imiscuir indevidamente nos assuntos ambientais brasileiros.

O comércio mundial não se resume a alguns chantagistas europeus que exigem do Brasil os cuidados que eles nunca tiveram com o seu próprio meio ambiente.

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