Até tu?

Um atraso de nove anos em relação ao cronograma original marcou a construção de um moderno aeroporto inaugurado no final de outubro.

Erros grosseiros como portas automáticas sem eletricidade, um sistema contra incêndio inoperante e escadas rolantes muito curtas foram apenas alguns dos incontáveis defeitos contabilizados durante a execução da obra, que se somaram a diversos escândalos de corrupção para estourar o orçamento inicial e triplicar o custo final da estrutura.

Parece coisa típica de um país que conhecemos muito bem por sua vasta, histórica e exemplar tradição nessa seara, mas, desta feita, não é o que você está pensando.

Trata-se do novo aeroporto da capital da Alemanha.

Não é preciso dizer que a constrangedora história da edificação do Berlim-Bradenburgo Willy Brandt, além de envergonhar os alemães pelos desvios de recursos públicos, algo intolerável para eles, colocou em xeque o mito da eficiência da nação mais desenvolvida da Europa, consagrada pela excelência de sua engenharia.

É raro, mas o primeiro mundo também vive, às vezes, seu momento de republiqueta de terceira categoria.

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