De bandeja

Já colocou mãos à obra a comissão de juristas nomeada pelo presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia, para propor alterações na Lei de Lavagem de Dinheiro e submetê-las dentro de 90 dias à aprovação do Congresso Nacional.

Logo de cara chama a atenção, e provoca certa estranheza, a presença majoritária de advogados no colegiado, em contraposição ao número bem menor de ministros do STJ, juízes, desembargadores e membros do Ministério Público.

Não tenho nada contra os advogados, que fique bem claro.

Todos, de um modo geral, são profissionais renomados e têm qualificação técnica para fazer o trabalho, mas é inegável que estamos diante de um caso flagrante de conflito de interesses.

Vários deles defendem ou já defenderam políticos e empresários que foram condenados ou estão respondendo justamente pelo crime de lavagem de dinheiro, que, quase sempre, é um subproduto da corrupção.

Aliás, sem perder tempo, e demonstrando grande senso de oportunidade, os causídicos vêm sugerindo mudanças que vão dificultar punições, reduzir penas e até anular condenações.

Nada como botar as raposas pra cuidar do galinheiro.

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