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Qual a sua opinião? Em meio a debates, colégios votam mudança para ensino cívico-militar

Três escolas de Cascavel incluídas na lista foram informadas ontem e decidem amanhã se querem alteração...

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Por Mariana Lioto

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Ontem (26) o Governo do Paraná anunciou o conjunto de escolas que devem receber o ensino cívico militar a partir do ano que vem. Em Cascavel, além do Colégio Júlia Wanderley, do Claudete e Cataratas, que já estavam previstos, foram incluídos os colégios do Santos Dumont, Brasmadeira e Olivo Fracaro, no Morumbi.

As escolas não sabiam que estavam na lista para a mudança. Segundo o NRE (Núcleo Regional de Educação) a sugestão também não foi deles, o pedido teria vindo da comunidade por meio de articulação política e dados do contexto escolar forma analisados pela Seed (Secretaria de Estado de Educação) para definir onde a mudança era mais necessária. As escolas estão em bairros mais periféricos da cidade.

Depois do anúncio uma reunião foi realizada e as informações começaram a ser repassadas para os pais. O debate está intenso e a votação será nesta quarta-feira (28). Para que a mudança ocorra é preciso que mais da metade da comunidade escolar compareça para a votação e que haja maioria simples de aprovação (veja os detalhes abaixo).

No Colégio Santos Dumont são 575 alunos e o diretor Daniel dos Santos explica que o trabalho está sendo focado em informar sobre a eleição.

“Logo após a reunião já providenciamos bilhetes e repassamos material informativo pronto que foi feito pela Seed, estamos à disposição por todos os canais para esclarecer dúvidas, mas a recepção está sendo positiva”, disse.

No Colégio Olivo Fracaro, no Morumbi, a maior preocupação é com os alunos que estudam no período da noite. São 122 alunos neste período e no ensino cívico-militar não haverá aulas à noite.

“A escola não foi consultada em momento algum sobre essa mudança, ficamos muito surpresos ao ver a escola incluída na lista visto que um dos critérios era que a escola não poderia ofertar ensino noturno, e temos ensino noturno pois é uma demanda necessária da comunidade onde vários alunos são trabalhadores e tem o ensino noturno como uma oportunidade de estudar”, disse o diretor Manoel Tomé.

No grupo da escola algumas publicações contrárias à mudança foram feitas, uma delas uma carta da APP onde há questionamentos da alteração. A CGN foi procurada por pais de alunos que reclamaram do uso do canal para enviar estes argumentos contrários.

A avaliação de Tomé é que no grupo dos pais os professores têm acesso e podem exercer o seu direito de livre expressão.

“Não tivemos muita oportunidade de dialogar com os pais visto que ficamos sabendo ontem à tarde que teríamos uma votação amanha. Só nos restando hoje para esse debate, os pais foram informados dos procedimentos para a votação amanhã”.

Vinny Vieira que participa da APMF do colégio Brasmadeira e é presidente do bairro comenta que lá a recepção sobre o colégio ter sido escolhido foi positiva.

“Imaginávamos que iria para outro bairro. Nossa escola precisa de investimento há muito tempo e acreditamos que haverá muitas melhorias. Estamos mobilizados para anunciar a todos sobre a votação”.

NRE

A chefe do NRE, Luciana Paulista, pede que as famílias participem da votação e busquem informações.

“No site da secretaria há os documentos oficiais, com a propsota real. Somente assim será possível analisar se esta é a melhor escola para seu filho. Destacamos que por haver uma maior carga horária de aulas, haverá mais investimento e lembramos que as aulas continuarão sendo ministradas pelos professores da rede”.

Sobre o uso do canal do colégio para divulgação de argumentos contrários, ela disse que irá questionar a direção.

“É preciso falar com fundamentação, o que realmente é. Como educadora não posso defender apenas o meu ponto de vista. Estamos colocando o que realmente é, sem dizer se as famílias devem votar sim ou não”.

Sobre o fechamento do período noturno nas escolas o NRE disse que haverá direcionamento para escolas da região. Os alunos do Morumbi devem ir ao Periolo (Colégio Marcos Schuster); os alunos do Brasmadeira para Interlagos ou Clarido; e os alunos do Colégio Santos Dumont para o Santa Cruz ou Mario Quintana (Paulo Godoy). Ela avalia que são poucos os alunos e entende que não haverá prejuízo.

Como vai funcionar?

As aulas continuarão sendo ministradas por professores da rede estadual, enquanto os militares serão responsáveis pela infraestrutura, patrimônio, finanças, segurança, disciplina e atividades cívico-militares. Haverá um diretor-geral e um diretor-auxiliar civis, além de um diretor cívico-militar e de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola.

O diretor cívico-militar será indicado pela Secretaria da Educação, responsável pela seleção por meio de entrevista e avaliação. Os militares da reserva podem ser voluntários. Eles serão remunerados por meio de diárias criadas por lei em 2017, cujo valor variará conforme a atribuição desempenhada na instituição de ensino.

Alguns argumentos a favor:

  • Aumento da carga horária curricular, com aulas extras de português, matemática e valores éticos e constitucionais
  • Aumento da disciplina e valores
  • Mais investimentos na estrutura física das escolas
  • Atuação contra a violência e promoção da cultura da paz no ambiente escolar

Alguns argumentos contra (com base em pontos questionados pela APP, sindicato dos professores)

  • Entendimento que escola não seria lugar para policiais e que isso poderia ser prejudicial aos alunos.
  • Comunidade não poderá escolher diretamente o diretor
  • Caso o estudante não se adapta terá que estudar em outro bairro
  • Ausência de período noturno.

Votação

As consultas públicas acontecerão nas escolas amanhã (28), das 8 horas às 20 horas.

Podem votar pais ou responsáveis, alunos maiores de 18 anos e professores/funcionários. É preciso levar um documento pessoal. Pais ou responsáveis votam de acordo com o número de matriculados sob sua tutela na escola, ou seja, uma mãe com três filhos pode votar até três vezes.

Para ter validade, mais de 50% das pessoas aptas devem participar da consulta. Se uma comunidade escolar for formada por 500 pessoas, é necessário um quórum de pelos menos 251 pessoas. Para migrar ao modelo cívico-militar basta a aceitação de maioria simples dos votantes da escola, ou seja, 50% e mais um voto do total.

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