Hemocentro de Cascavel funciona com médicos emprestados e chega a parar coleta por falta de profissional

O Hemocentro de Cascavel está atuando abaixo da capacidade devido a falta de profissionais, especialmente médicos. Toda pessoa que comparece para doar sangue precisa passar por uma avaliação médica, ou seja, se não houver profissional, toda a captação de sangue para. Isso chegou a ocorrer nas última semanas, mas a quantidade de vezes não foi divulgada.

Segundo informações, três profissionais atuavam no serviço, mas um se aposentou e outros dois estão afastados. Há apenas a médica hematologista, mas ela não está presente todos os dias da semana e também é o responsável por fazer o acompanhamento de pacientes com doenças no sangue de toda a região, entre outras atribuições.

Médicos da 10ª Regional de Saúde que fazem o trabalho de auditor foram cedidos para cobrir parte do atendimento, mas a situação é de improviso.

Nesta sexta-feira à tarde, por exemplo, algumas pessoas que foram fazer a doação chegaram a procurar a CGN alegando que o médico estaria atrasado, pois chegaram logo no começo da tarde e o médico não estava. Cerca de 30 pessoas estariam aguardando a triagem e o médico só pode comparecer por volta das 14h30.

Até o momento não há registro de que algum dos 58 hospitais que dependem do Hemocentro de Cascavel tenha ficado sem sangue, mas isso se deve principalmente ao esforço da equipe que trabalha para aproveitar ao máximo a capacidade de coleta. Eles buscam sempre confirmar com os pacientes que agendam e, quando não há pessoas dispostas, a doar fazem busca a doadores recorrentes ou setores que possam se mobilizar para fazer a doação.

Uma das possibilidades para resolver o problema seria a contratação emergencial de dois médicos com trabalho de 36 horas cada. Isso possibilitaria ter médico todos os dias da semana, tanto de manhã quanto à tarde, e ainda possibilitar a coleta aos sábados, o que hoje não ocorre.
O assunto foi discutido na manhã de hoje em uma reunião.

O Ministério Público foi notificado da situação e a promotoria responsável pela Saúde avalia qual ação é possível para cobrar uma solução.

Respostas

A CGN procurou a Sesa (Secretaria de Estado de Saúde) para saber exatamente em quantos dias a coleta precisou ser parada por falta de profissionais. A informação não foi repassada. O setor, que é responsável pelo Hemocentro, disse que não havia ninguém disponível para entrevista, nem mesmo por telefone. Eles dizem que os pacientes não foram prejudicados:

“Devido à pandemia alguns médicos estão afastados, a Regional está dando suporte e disponibilizando médicos para atendimento no hemocentro. Nenhum paciente ficou desassistido, pois embora com atendimento reduzido, o hemocentro tem realizado coletas suficientes para atendimento de todos os hospitais da rede e as agências transfusionais”

Eles afirmam que apenas hoje foram 93 doações que abasteceram os estoques.

“O Hemocentro está buscando mecanismos de contratação de novos médicos triadores junto à Sesa. A Sesa acredita que tão logo sejam contratados dois novos clínicos, haverá ampliação do atendimento do hemocentro, que passará a funcionar de segunda à sábado das 7h às 19h”.

O pedido de atendimento aos sábados é antiga, pois muitas pessoas que desejam doar não podem fazer devido ao trabalho nos dias de semana. A data para que isso ocorra não foi informada.

Como auxiliar?

Enquanto o problema não é resolvido a população pode auxiliar principalmente sendo pontual nas doações agendadas já que sempre que alguém falta, o horário acaba sendo perdido.

Devido à pandemia a orientação é sempre fazer o agendamento pela internet para que o atendimento seja organizado sem aglomerações. Clique aqui para agendar a coleta.