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Arquivo/Câmara

Ganso Sem Limite é exonerado do gabinete de Bocasanta; decisão demorou um mês após escândalo da cobrança no SUS

Acusado de envolvimento em esquema de cobrança por cirurgia e preso por bater na ex-mulher, ele tinha salário de R$ 4,6 mil...

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Por Mariana Lioto

Arquivo/Câmara

O vereador Jorge Bocasanta decidiu exonerar o assessor Jeovane José Machado, o Ganso Sem Limite.

Ganso, que é ex-vereador, recentemente foi acusado de envolvimento em um esquema de cobrança por procedimentos do SUS e também foi preso acusado de bater na ex-mulher. Ele tinha salário mensal de R$ R$ 4.668,61 e hoje é o último dia na câmara.

Ele havia sido nomeado em um primeiro momento em 2017, também no gabinete de Bocasanta e foi exonerado depois de uma condenação por compra de voto. Em março de 2019, no entanto, ele voltou a Câmara.

A exoneração demorou exatamente um mês desde que o nome de Ganso foi citado como ligado à cobrança irregular no SUS. Em uma ação do Gaeco e da Polícia Civil, um ex-assessor da Câmara de Vereadores foi detido logo após receber R$ 1 mil da filha de uma paciente que foi operada pelo vereador Jorge Bocasanta pelo SUS. O detido havia saído a poucos dias do gabinete do vereador Parra depois de ficar 3 anos e sete meses nomeado na câmara, com salário de R$ 6.458,06.

Tanto a filha da paciente, quanto o homem detido disseram que Jeovane José Machado estava envolvido na situação. O Vereador Jorge Bocasanta afirmou na época que é perseguido pelo judiciário e que pode estar sendo alvo de uma armação. Ele disse desconhecer qualquer cobrança e chegou a pedir que a paciente fosse presa. Ele disse que iria “averiguar bem direitinho” a possível participação do assessor no caso e se fosse o caso exonerá-lo.

Já a prisão pela acusação de bater na ex-mulher ocorreu na semana passada e Ganso foi liberado depois de pagar fiança de R$ 2 mil.

Histórico como vereador

Com 1.763 votos, Ganso foi o vereador mais votado de Cascavel 2012. Já na Câmara, no entanto, ele passou a responder um processo por compra de votos naquela eleição. A acusação era que ele usava favores a pacientes que aguardavam por consulta no Cisop para angariar votos e foi denunciado à justiça eleitoral.

Dentro da Câmara, o caso foi parar no Conselho de Ética que indicou a perda do mandato. Na votação em sessão, no entanto, o então vereador foi perdoado pelos colegas, que foram contra a cassação e ele seguiu o mandato até o final.

Ganso não foi reeleito nas eleições de 2016, mas no ano seguinte foi nomeado pelo vereador Jorge Bocasanta como assessor parlamentar. No final de 2017, no entanto, foi confirmada a condenação dele por compra de votos. A condenação foi de um ano de reclusão, mas a pena acabou convertida em pagamento de uma cesta básica de R$ 350. Na época foi divulgada a suspensão dos direitos políticos por oito anos.

A Câmara de Vereadores considerou regular a nomeação, mesmo com o histórico de condenação, e disse que o então assessor apresentou todos os documentos necessários. A exoneração ficou então dependendo da livre decisão do vereador, o que só ocorreu agora. Cada vereador tem direito a nomear três pessoas para a própria equipe.

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