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Cobrança no SUS: Chefe da 10ª Regional da Saúde presta esclarecimentos à polícia; veja

Maior estranhamento foi atraso no envio da cobrança por parte do hospital...

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Por Mariana Lioto

O chefe da 10ª Regional de Saúde de Cascavel, João Gabriel Avanci, foi ouvido pela Polícia Civil no inquérito que apura a cobrança por um cirurgia feito na SUS. O caso veio à tona no mês passado quando um ex-assessor do vereador Roberto Parra foi detido logo após receber R$ 1 mil da família de uma paciente. A mulher havia sido operada no Hospital Nossa Senhora da Salete.

João Gabriel admitiu que não existe um controle da fila de espera e que a indicação da cirurgia vem de vários órgãos. Ele disse que ficou sabendo da cobrança pela imprensa.

O nome da paciente apareceu como “auto internação” o que significa que a paciente chegou ao hospital e foi atendida. Segundo ele, até o dia 20 não havia sido recebida a “conta da paciente”, que precisa ser enviada pelo hospital. O pedido do pagamento chegou no dia 20 relatando que o caso seria “urgente”. O hospital teria dito que a indicação da cirurgia foi feita pelo médico e vereador Jorge Bocasanta.

“Não tenho como fazer juízo de valor da conduta do médico, de ele ter operado, até porque eu não sou médico. Mas a apresentação desse prontuário no dia 20 nos chamou a atenção, porque a paciente internou vários dias antes. Isso não é correto. Se fosse urgência e operou está correto, mas se fosse um procedimento eletivo não deveria ter sido operado, até porque os procedimentos estavam suspensos devido a pandemia. Se não fosse urgência o hospital não deveria ter feito o procedimento”

João Gabriel disse que no sistema da regional a mulher estava cadastrada para consulta e não para cirurgia. Ele explicou como funciona a auditoria da cobrança ao hospital. O fato de a paciente ter ido direto ao hospital, no entanto, não é comum. Se fosse o procedimento de urgência, o natural seria que a entrada fosse pela UPA.

Nota da Sesa

Questionada pela CGN a Sesa enviou apenas a seguinte nota:

“A 10ª Regional está fazendo auditoria no caso denunciado para saber se o procedimento era eletivo ou de urgência e emergência, para então, definir se haverá ou não o pagamento SUS deste procedimento. A investigação de cobrança está com o GAECO”.

Entenda o caso

O homem que trabalhou por 3 anos e 7 meses nomeado no gabinete do vereador Parra havia saído da Câmara de Vereadores no início deste mês. O Gaeco e a Polícia Civil foram informados por um familiar de uma paciente alegando que o homem teria feito a cobrança para providenciar a cirurgia.

O ex-servidor público procurou a vítima informando que poderia adiantar a cirurgia dela mediante o pagamento de R$ 2 mil que seria direcionado a um anestesista. Como a paciente não tinha todo o dinheiro, negociou com o ex-assessor do parlamentar o valor de R$ 1 mil e o procedimento foi realizado dia 17 de agosto em um hospital que atende leitos particulares e SUS.

Os policiais filmaram o momento que ele ligou para a vítima para combinar a entrega do dinheiro e fizeram o flagrante logo após o repasse. O homem ficou dois dias preso e saiu da cadeia após pagar fiança de R$ 20 mil.

Tanto a vítima, quando o detido citaram o envolvimento de Jeovane José Machado, o Ganso Sem Limite, atual assessor do vereador Jorge Bocasanta. A vítima disse que Jeovane estava ligado à cobrança; o detido disse que foi buscar o dinheiro a pedido de Ganso. Ao ser ouvido pelo delegado, Jeovane preferiu não dar qualquer esclarecimento. Jeovane já foi condenado por compra de votos furando a fila de consultas do Cisop.

A cirurgia foi feita pelo vereador e médico Jorge Bocasanta que disse desconhecer a cobrança e não exonerou o assessor investigado. Ele chegou a pedir a prisão da paciente enquanto a mulher estava internada no Hospital Nossa Senhora da Salete. O vereador alega que está sendo alvo de uma armação.

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