Campeonato de tiro no pé

Segue cada dia mais acirrada, dentro da equipe do presidente Jair Bolsonaro, a competição para ver quem oferece a contribuição mais eficiente para derrubar a popularidade dele e manter viva a esperança dos adversários de derrotá-lo em 2022.

Não passa uma semana sem que brote em algum órgão da administração federal uma iniciativa estupidamente genial para causar o maior desgaste possível na imagem do governo.

Com esse propósito, uma das ideias mais brilhantes dos últimos tempos saiu da cabeça iluminada de um integrante do Ministério da Economia que revelou a existência de estudos para congelar os salários dos aposentados e tirar recursos do Benefício de Prestação Continuada, única fonte de renda de idosos muito pobres e pessoas com deficiência, para arrumar dinheiro para financiar o novo programa Bolsa Família.

De uma insensibilidade política e social jamais imaginada, a proposta foi, obviamente, rechaçada de pronto por Bolsonaro, que só pecou por não demitir sumariamente seu autor.

Enfim, entre mortos e feridos salvaram-se todos, mas uma coisa ficou mais uma vez bem clara: com certos ministros e assessores que tem a seu lado, o presidente não precisa de inimigos.

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