Morte de Ivan Possamai Junior: ‘Não foi uma fatalidade. Isso poderia ter sido evitado’, diz piloto

Competidor, que não quis ser identificado, faz diversos apontamentos e questionamentos......

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Por Mariana Lioto

A morte do cascavelense Ivan Possamai Junior, durante arrancada profissional realizada em Chapecó (SC), causou grande comoção e tristeza. O homem participava de competições como essa há muitos anos e neste domingo teve sua vida interrompida após o seu veículo colidir violentamente contra estrutura de concreto. 

A competição era transmitida ao vivo pela internet. Nas imagens é possível ver o momento em que Ivan e seu concorrente arrancam. Segundos depois, o carro do cascavelense não para e é possível ver a forte batida. O locutor do campeonato é tomado por incerteza, mas, num primeiro momento, acredita que tenha sido apenas um incidente leve.

A câmera filma distante e não é possível ver o desenrolar do atendimento.

O Samu chegou a ser mobilizado, mas apenas pode constatar o óbito de Ivan Possamai Júnior. Fotos divulgadas posteriormente permitiram uma noção da grande pancada. O carro do cascavelense ficou completamente destruído. Além de mostrar os danos no automóvel, as imagens passaram a levantar questionamentos, o principal deles sobre a estrutura que existia na área de “escape”.

Um piloto, que pediu para não ser identificado com medo de represálias, entende que a morte de Ivan podia ter sido evitada. Na visão dele, não foi um incidente ou acidente, mas sim, uma “morte anunciada”. São várias as questões apontadas pelo competidor. A primeira delas diz respeito a distância necessária para parar. “As pistas de arrancada precisam ter pelo menos o dobro de área de aceleração para parar com segurança, isso em linha reta, e não esse absurdo igual da pista de Chapecó, que era uma curva”, relatou.

“Então ali temos uma competição de 1/8 de milha ou como se conhece aqui 201 metros. Precisaria pelo menos 400 [metros] de área de frenagem, coisa que não tem. Depois, também a área tanto de aceleração como de frenagem tem que ter muretas com altura e resistência para aguentar as pancadas e, em hipótese alguma, postes na pista, como tem ali [no local onde ocorreu o acidente fatal]”, complementou.

O piloto também questiona o guard rail, preso em pedaços de madeira com pregos, e os blocos de concreto.

“Se o Ivan passasse por essas estruturas, ainda teria uma árvore”, disse. “Aí você pode dizer: ‘bom, foi uma fatalidade. É um esporte de risco’. Não. Não foi uma fatalidade, porque tudo isso podia ter sido evitado”, alega.

Na visão do homem, há falhas das federações que organizam esses eventos e a fiscalização é precária.

“Poderia ter sido evitado se não existisse a ganância”, afirma.

CGN tentou contato com a federação responsável pela competição em que Ivan Possamai Júnior morreu, mas não obteve sucesso. Para o site ND Mais, um dos responsáveis pelo Campeonato Sul-Brasileiro de Arrancada, Fabio Chiarello, disse que o acidente foi uma “fatalidade” e que o evento está com todos os alvarás de liberação em dia. Segundo a SAT (Seção de Atividades Técnicas), o evento tinha a documentação do Bombeiros para ser realizado.

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