Fornecedores relatam atraso de pagamentos da Diplomata
Empresa afirma que está trabalhando para normalizar os pagamentos...
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Por Mariana Lioto
A CGN foi procurada nesta semana por uma empresa que presta serviço de frete ao grupo Diplomata e está, junto com outros prestadores e produtores rurais, enfrentando atrasos no pagamento.
Ela comenta que o atraso chega a 60 dias. Normalmente o pagamento era quinzenal e nos últimos meses vinha sendo feito dentro do prazo. Desde junho, no entanto, começou a haver atraso. Depois de muito insistir uma parte da dívida foi paga, mas ela representa menos de 10% do valor.
A empresária prefere não ser identificada, temendo agravar a situação, mas comenta que a Diplomata é o principal cliente da empresa de pequeno porte. Sem o pagamento a empresa irá quebrar sem dinheiro para pagar as despesas já feitas com combustível, pneu e prestação dos veículos, entre outras. Em contato com outros fornecedores é possível estimar que a dívida já é milionária.
Procurado pela CGN, os gestores da Diplomata negam que o atraso chegue a 60 dias, segundo eles o atraso é de menos de 30 dias. Eles admitem quinzenas vencidas desde 23 de julho. Segundo eles houve queda de preços no mercado interno e externo, os preços em dólar caíram, resultado da pandemia. Ainda segundo os gestores, a empresa está trabalhando para ajustar as pendências.
Em documento recente juntado ao processo, onde os números de junho são apresentados, a empresa cita que a receita bruta acumulada do ano é de R$ 399 milhões e que no mês de junho houve lucro acumulado de R$ 1,246 milhões. A média do ano, no entanto, é de prejuízo de R$ 17 milhões, segundo o documento. São produzidas em média 6.634 toneladas de frango ao mês.
Recuperação judicial
Desde 2012 a empresa passa por um processo de recuperação judicial por acumular dívida bilionária. O trâmite é longo em complexo. Chegou a haver decretação da falência e depois do quadro ser revertido um novo plano para pagamento foi aprovado.
A previsão é que a recuperação judicial tivesse a fase de acompanhamento encerrada em abril deste ano, o que não ocorreu.
Até junho mais de 30 credores haviam procurado a administradora judicial ou o próprio judiciário para informar atraso no pagamento do plano e a União solicitou que a falência fosse novamente decretada.
A empresa chegou a pedir a liberação de recursos da recuperação judicial como empréstimos para pagar dívidas, mas os pedidos foram negados pela justiça no mês passado.
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